Abordagem

O tratamento se baseia em características individuais, como gestação, imunodeficiência, conhecimento da responsividade a cada antibiótico e local específico da infecção.[1]

Os ensaios clínicos prospectivos controlados para orientar a duração do tratamento ou a escolha do medicamento são limitados.[1]

Gastroenterite por Listeria

A gastroenterite por Listeria geralmente é autolimitada e não requer tratamento com antibióticos.[1][2][6][42]

Recomenda-se a manutenção do nível de fluidos e o tratamento de suporte conforme necessário. Entretanto, os pacientes com gastroenterite febril que estiverem imunocomprometidos, que tiverem idade avançada (isto é, 60 anos ou mais) ou forem gestantes requerem tratamento com amoxicilina ou sulfametoxazol/trimetoprima por 3 a 5 dias.'[43]

Sulfametoxazol/trimetoprima devem ser evitados no primeiro trimestre de gestação devido ao seu efeito no metabolismo de ácido fólico.[2][22]

Infecção sistêmica (não gastroenterite, não meningite/meningoencefalite)

A ampicilina é considerada o medicamento de primeira escolha em pacientes com infecção sistêmica.[40]​ É indicado considerar a terapia combinada com gentamicina por 14-21 dias nos casos de bacteremia e nas infecções graves.[40]​ A gentamicina deve ser usada com cautela, pois foi associada a insuficiência renal em dois estudos retrospectivos.[22][44]

Alergia ou intolerância à penicilina

Em pacientes com alergia ou intolerância à penicilina, o sulfametoxazol/trimetoprima também é eficaz.[1][2][8][45] Meropeném também pode ser usado, mas está associado a uma taxa maior de fracasso do tratamento e de mortalidade.[46][47] Sulfametoxazol/trimetoprima devem ser evitados no primeiro trimestre de gestação devido ao seu efeito no metabolismo de ácido fólico.[2][22]

Abscesso cerebral ou endocardite

A duração do tratamento para abscesso cerebral é de pelo menos 6 semanas.[48][49]​ A duração recomendada da terapia para endocardite é de 4 a 6 semanas.[50] A duração do tratamento em pacientes imunocomprometidos é variável e depende de cada caso.

Pode haver a necessidade de consultas com especialistas e de considerações cirúrgicas adjuvantes para síndromes como abscessos cerebrais ou endocardite. Pode-se repetir as hemoculturas a fim de ajudar a documentar e confirmar o clearance da infecção na bacteremia e na endocardite. Repetir a imagem cerebral também pode ajudar a documentar a melhora no tratamento do abscesso no SNC.

Meningite/meningoencefalite

Estima-se que a meningite ocorra em 30% dos pacientes com listeriose invasiva.[51] A demora para iniciar o tratamento com antibióticos está associada a desfechos desfavoráveis.[52][53]

Antibioticoterapia empírica para suspeita de meningite

A antibioticoterapia empírica é recomendada para todos os pacientes com suspeita de meningite.[54] Consulte nosso tópico sobre Meningite bacteriana para obter mais informações.

Tratamento com antibióticos para meningite confirmada

A British Infection Association recomenda ampicilina ou amoxicilina intravenosa como terapia de primeira linha.[54] A gentamicina pode ser acrescentada, mas deve ser usada com precaução, pois foi associada à insuficiência renal em dois estudos retrospectivos.[22][44] Se o paciente for alérgico à penicilina, recomenda-se sulfametoxazol/trimetoprima.[54] O ciclo de tratamento é de 21 dias.[1][54][55] Consulte nosso tópico sobre Meningite bacteriana para obter mais informações.

Pode haver a necessidade de consultas com especialistas e de considerações cirúrgicas adjuvantes para síndromes como abscessos cerebrais ou endocardite. Pode-se repetir as hemoculturas a fim de ajudar a documentar e confirmar o clearance da infecção na bacteremia e na endocardite. Repetir a imagem cerebral também pode ajudar a documentar a melhora no tratamento do abscesso no SNC.

Considerações durante a gestação

É desafiador identificar gestantes que precisam de testes e tratamento devido à presença frequente de sintomas inespecíficos. No entanto, devido ao alto risco de mortalidade e morbidade para o feto e o neonato, deve haver um limitar baixo para tratar uma infecção sistêmica por Listeria em gestantes.[17][56][57]

Há evidências limitadas para definir a escolha ideal e a duração da antibioticoterapia para gestantes, e a escolha do medicamento baseia-se na experiência clínica.[58] Penicilinas geralmente são consideradas seguras na gestação; amoxicilina ou ampicilina são os medicamentos de primeira escolha.[22] Sulfametoxazol/trimetoprima é uma alternativa para pacientes com alergia ou intolerância à penicilina, mas devem ser evitados no primeiro trimestre devido ao seu efeito no metabolismo de ácido fólico.[2][22]

Os aminoglicosídeos devem ser evitados, a menos que os benefícios sejam maiores que os riscos; nesse caso, pode-se utilizar gentamicina em virtude da menor probabilidade de danos nos nervos auditivos ou vestibulares que com outros aminoglicosídeos. A gentamicina é utilizada apenas raramente durante a gestação, e somente mediante consulta com um especialista em doenças infecciosas.

Não existem estudos de eficácia e segurança avaliando a implementação de uma terapia de segunda linha devido à alergia à penicilina em gestantes com listeriose. Podem ser usadas alternativas como meropeném, vancomicina, fluoroquinolonas, meropeném e tetraciclinas, mas os benefícios devem ser maiores que os riscos. Consulte um especialista em doenças infecciosas para orientação sobre a escolha de opções alternativas de antibióticos.

A abordagem de tratamento deve ser individualizada para cada paciente, e recomenda-se uma consulta com especialistas em doenças infecciosas. A consulta com um especialista é altamente recomendada para gestantes com doença sistêmica.

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