Etiologia

A listeriose é uma doença de origem alimentar. A Listeria monocytogenes é a única das 6 espécies de Listeria que causa infecção em seres humanos.[1][27][28]​ Ela é um bacilo Gram positivo, não formador de esporos e facultativamente anaeróbio.[5][27][29]​ Foram descobertos diferentes sorotipos sem importância diagnóstica na identificação, exceto para fins epidemiológicos.[29] O micróbio cresce em temperaturas entre 1 °C e 37 °C (33.8 °F e 98.6 °F), mas o crescimento ideal ocorre entre 30 °C a 37 °C (86-98.6 °F). A Listeria cresce melhor entre 4 °C a 10 °C (39.2-50 °F) que os demais patógenos. Esse fenômeno é conhecido como enriquecimento a frio e contribui para a identificação da Listeria.[27][28]​ O bacilo é disseminado na natureza e comumente contamina muitos tipos de alimentos, incluindo queijos frescos, leite não pasteurizado e seus derivados, embutidos não aquecidos, saladas frias pré-preparadas, patê refrigerado ou pastas de carne, peixe defumado refrigerado, brotos crus ou levemente cozidos e melão picado.[7][30][31][32]

As vias de infecção raras são as verticais (transplacentária ou através de canal vaginal contaminado) e através do contato direto (veterinários, fazendeiros) com embriões de animais ou aves contaminadas.[2][4] Portadores ruminantes podem ser assintomáticos.[33]

Fisiopatologia

O inóculo que pode causar a doença depende do perfil imunológico do paciente, bem como do potencial de acidificação do estômago.[1][3] Indivíduos imunocomprometidos ou idosos, gestantes e neonatos são mais suscetíveis devido à imunidade celular relativamente comprometida e à acidificação inadequada do estômago. A imunização e a resistência à listeriose são fornecidas por linfócitos sensibilizados, e não por anticorpos específicos do soro. Esse mecanismo causa o aumento dos casos de listeriose entre pacientes com síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS) (sobretudo se o CD4 <100/mm³), neoplasias hematológicas ou tratamento com quimioterapia.[1][18][19] O período de incubação varia de 10 a 70 dias. A virulência do patógeno também determina a gravidade da doença clínica e está relacionada ao sorotipo específico. Os sorotipos são identificados durante as epidemias de Listeria.

A Listeria é um patógeno intracelular com a capacidade de usar os nutrientes das células hospedeiras para divisão e com o potencial de escapar do ataque do sistema imunológico movendo-se de uma célula para outra. O ferro é necessário para o metabolismo e o crescimento da bactéria; dessa forma, a infecção pode ser observada em estados de sobrecarga de ferro (que também são uma forma de imunocomprometimento).[5][29][34] Através da circulação sanguínea, a Listeria pode afetar todos os órgãos, mas geralmente afeta o sistema nervoso central e a placenta.[1][2]

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