Abordagem

O diagnóstico é baseado em quadros clínicos típicos juntamente com história sugestiva. Geralmente não são necessárias investigações adicionais.

Quadro clínico

O histórico de viagens recentes é essencial para determinar o risco de exposição à infecção. A larva migrans cutânea (LMC) representa uma das infestações parasitárias mais comuns em pacientes que retornam de viagem.[4]​​[29] A maioria dos pacientes nos EUA voltou recentemente de férias em destinos litorâneos nos trópicos ou subtrópicos, especialmente no Caribe, Brasil, México e Sudeste da Ásia.[4]​​[11] Histórias de pacientes que incluam andar descalço e/ou tomar banho de sol em uma praia de área endêmica fornecem pistas adicionais para o diagnóstico. Com base em estudos em pacientes que retornaram de viagem, o período de incubação da LMC é de, geralmente, alguns dias a algumas semanas, mas em casos raros o início das lesões foi relatado 1 mês ou mais depois do retorno da viagem.[2][11][30]​​​

O sinal característico da LMC é um rastro eritematoso, serpiginoso ou linear elevado com cerca de 3 mm de largura.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Apresentação típica da larva migrans cutâneaDo acervo de Dr. Gregory L. Zalar; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@54db0205 Ele pode aumentar de alguns milímetros até alguns centímetros diariamente.[31] O prurido associado é o principal achado clínico, podendo ser intenso e desconfortável, e até mesmo atrapalhar o sono.[2]

Lesões vesiculobolhosas ou papulares foram encontradas ao longo dos rastros de larvas em 10% a 40% dos casos; alguns relatos documentam bolhas de vários centímetros de diâmetro.[3][32] Raramente, o paciente que retorna de viagem pode apresentar foliculite decorrente de larva serpiginosa presa ao canal folicular sebáceo. Nesses casos, as pápulas e pústulas pruriginosas são encontradas em combinação com rastros relativamente curtos, principalmente nas nádegas.[5][33]

Os rastros de larvas podem ser únicos ou múltiplos, e estão localizados mais comumente nos pés, coxas e nádegas, relacionados às áreas que entram em contato mais frequentemente com o solo contaminado.[4]​​[11] Entretanto, as lesões podem ocorrer em qualquer parte desprotegida do corpo, incluindo mãos, braços, tronco, couro cabeludo, rosto, mamas e genitais.[34]

Investigações

O diagnóstico é baseado em exame clínico e raramente necessita de investigações adicionais.[2]​ Uma minoria de pacientes pode apresentar eosinofilia no hemograma completo e/ou níveis totais de imunoglobulinas E (IgE) elevados; entretanto, esses achados são inespecíficos, e esses testes não são recomendados.[11][22]​​​[35]​ Biópsias ou raspagens da pele raramente identificam a migração das larvas, pois elas geralmente estão localizadas poucos centímetros à frente da erupção serpiginosa, e a biópsia de pele deve ser realizada apenas nos casos de foliculite associada.[5][11]​ Não há métodos diagnósticos moleculares ou sorológicos aprovados disponíveis. A microscopia de epiluminescência ainda é uma técnica recente. Ela não é invasiva e permite visualizar a migração da larva na pele, apesar de que a sensibilidade parece ser baixa.[36]

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