Etiologia

A causa subjacente de VIPomas não é totalmente conhecida. A maioria dos casos é esporádica. Mutações genéticas de neoplasia endócrina múltipla tipo 1 (NEM1) foram relatadas em <1% dos pacientes com VIPoma.[10]

Fisiopatologia

VIPomas são tumores funcionais. Geralmente, surgem nas células neuroendócrinas pancreáticas que normalmente preenchem as ilhotas de Langerhans. Os VIPomas secretam peptídeo intestinal vasoativo (PIV), um hormônio que normalmente está presente nos neurônios entéricos e compartilha uma semelhança estrutural com a secretina.[11][12][13][14][15][16]​ O PIV tem uma meia-vida na circulação de <1 minuto. Ele se liga à família da secretina dos receptores acoplados à proteína G, estimula a secreção exócrina pancreática, a secreção intestinal e o músculo liso entérico e inibe a produção de ácido gástrico.

Pacientes com VIPoma apresentam níveis plasmáticos acentuadamente elevados de PIV (devido à secreção excessiva e descontrolada do tumor), o que causa a estimulação excessiva do trato gastrointestinal e resulta em diarreia aquosa profusa. As perdas intestinais resultantes causam desidratação, hipocalemia, acidose metabólica (devido à perda de bicarbonato) e hipocloridria ou acloridria. Em alguns pacientes, o PIV pode estimular diretamente a reabsorção óssea (resultando em hipercalcemia), glicogenólise (resultando em hiperglicemia) e vasodilatação (resultando em rubor). A maioria dos pacientes com síndrome de Verner-Morrison (VIPoma) apresenta metástases nos linfonodos regionais ou no fígado no momento do diagnóstico.

A fisiopatologia exata do VIPoma extrapancreático é desconhecida.

Classificação

Classificação de Tumores Endócrinos e Neuroendócrinos da OMS (5a edição, 2022)[2]

​A classificação de tumores neuroendócrinos (TNEs) da OMS descreve o grau do tumor com base no índice Ki67 e índice mitótico:[2][3][4]

Neoplasia neuroendócrina bem diferenciada (NNE)

  • Grau 1

  • Grau 2

  • Grau 3

NNE pouco diferenciada

  • Carcinoma neuroendócrino (CNE) (alto grau)

    • Tipo de células pequenas (CNECP)

    • Tipo de células grandes (CNECG)

  • Neoplasia endócrina e não endócrina mista (MiNEN) (grau 1-3)

    • TNE ou CNE combinado com um carcinoma não neuroendócrino (por exemplo, adenocarcinoma ou carcinoma escamoso); cada um é diferente do ponto de vista morfológico e imuno-histoquímico.

    • MiNEN não é, por si só, um diagnóstico, e os componentes individuais do tumor devem ser definidos usando uma terminologia específica para o local.

    • Os componente neuroendócrinos e não neuroendócrinos geralmente são mal diferenciados, mas um ou ambos podem ser bem diferenciados e devem ser graduados separadamente.

Estadiamento do American Joint Committee on Cancer (8a edição, 2017): tumores neuroendócrinos pancreáticos[5]

​O sistema de estadiamento do American Joint Committee on Cancer descreve a extensão da doença com base em três fatores anatômicos: tamanho e extensão do tumor primário (T); comprometimento dos linfonodos regionais (N); e presença ou ausência de metástases à distância (M).[5]

T1 Tumor limitado ao pâncreas, <2 cm

T2 Tumor limitado ao pâncreas, 2-4 cm

T3 Tumor limitado ao pâncreas, >4 cm, ou que invade o duodeno ou ducto colédoco

T4 Tumor que invade as estruturas adjacentes

N0 - sem metástases linfonodais regionais

N1 Metástase regional de linfonodo

M0 - ausência de metástases à distância

M1 Metástases à distância

M1a Metástases confinadas ao fígado

M1b Metástases em pelo menos um local extra-hepático

M1c Metástases hepáticas e extra-hepáticas

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