Abordagem

A avaliação clínica minuciosa é importante no diagnóstico, pois a doença é assintomática até ocorrer a fratura. A avaliação clínica é baseada na história de fatores de risco e um plano para rastreamento. História prévia de fratura de baixo impacto por fragilidade é um indicador para essa condição. Os exames laboratoriais são realizados para excluir causas secundárias reversíveis de baixa massa óssea.

Avaliação clínica

Os principais componentes da história do paciente incluem idade, sexo e etnia; e se as mulheres estão menopausadas, se têm história de imobilização e se o paciente tem história prévia de fraturas.[24]

O uso de tabaco, álcool, heparina, anticonvulsivantes, glicocorticoides e inibidor da aromatase (mulheres) ou tratamento de privação de androgênio (homens) deve ser estabelecido.[24][48]

O paciente pode relatar alterações na altura (especificamente cifose), peso corporal, dieta e dor.[24]

O risco de fratura deve ser avaliado e a história prévia de quedas investigada.[49]

Exame físico

O exame físico pode revelar índice de massa corporal baixo ou cifose da coluna vertebral em decorrência de fratura assintomática.

O risco de queda e fratura pode ser avaliado testando a visão do paciente e avaliando o equilíbrio, a marcha e a força dos membros inferiores.

Exames por imagem

Absorciometria por dupla emissão de raios X

A medição da densidade mineral óssea (DMO) usando a absorciometria por dupla emissão de raios X (DEXA) é o teste padrão-ouro para o diagnóstico da osteoporose em pacientes sem fratura osteoporótica.[3][24]​​[48][50][51]

O rastreamento por DEXA de pacientes com fatores de risco para osteoporose identificará os casos anteriores à fratura. Entretanto, existe alguma discussão sobre o uso adequado da análise da DMO. Por exemplo, no contexto de avaliação para prevenção de fraturas osteoporóticas, a orientação do National Institute for Health and Care Excellence declara que para mulheres a partir dos 75 anos com um ou mais fatores de risco independentes para fratura ou indicadores de baixa DMO, uma DEXA pode não ser solicitada se o clínico considerá-la clinicamente inadequada ou impraticável.[52] Porém, de modo geral concordou-se que as pessoas com fraturas por fragilidade (fratura por baixo impacto), deficiência de estrogênio ou testosterona, perda de altura, osteopenia radiográfica ou artrite reumatoide (com ou sem tratamento com corticosteroides) e aquelas em tratamento com corticosteroide oral são elegíveis para uma análise de DMO.[53]

Ultrassonografia quantitativa

Ultrassonografia quantitativa (USQ) do calcanhar pode ser utilizada como alternativa, se a DEXA não estiver disponível, mas os mesmos critérios de diagnósticos para a DEXA não podem ser aplicados a esta técnica.[3][54][55]​​​ A USQ é mais que um método para avaliar a DMO. É preferencialmente um método para medir elementos desconhecidos da resistência óssea. A USQ pode ser um bom preditor da fratura de base populacional, mas não fraturas individuais. Além disso, o T-score foi testado apenas para DEXA e não pode ser aplicado à USQ.

radiografia

A radiografia pode revelar osteopenia e/ou fraturas (por exemplo, fraturas vertebrais), mas não diagnóstica.[56] É usado para condicionar a necessidade de avaliação por DEXA quando a osteopenia é detectada por acaso. Deve ser considerado em pacientes com dor na coluna toracolombar, perda de altura ou cifose torácica. O raio-X também é usado durante ensaios terapêuticos para avaliar a incidência de fraturas.[56][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Radiografia torácica mostrando deformidade acentuada e perda de volume do tórax ósseo em um paciente com osteoporoseBMJ Case Reports 2009; doi:10.1136/bcr.07.2008.0359. Copyright ©BMJ publishing group 2010 [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@4829a411

tomografia computadorizada (TC) quantitativa

Tomografia computadorizada (TC) quantitativa pode ser usada para medir a densidade óssea trabecular se a DEXA não estiver disponível.[50][57][58]

Ferramenta de Avaliação do Risco de Fraturas

A Ferramenta de Avaliação de Risco de Fratura (FRAX) foi desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde para avaliar o risco de fratura. A FRAX integra fatores de risco clínicos para fraturas e escores de DMO no colo do fêmur para calcular uma probabilidade de fratura em 10 anos para homens e mulheres.

O American College of Physicians (ACP) sugere que os médicos usem seu próprio julgamento com base nos fatores de risco para fratura, ou eles podem usar uma ferramenta de avaliação de risco como a FRAX para determinar se o tratamento farmacológico deve ser iniciado.[48] O ACP relata que, embora os escores FRAX sejam amplamente utilizados, faltam evidências que vinculem os escores FRAX à eficácia do tratamento.[48]

O American College of Obstetricians and Gynecologists propõe que a ferramenta SXF pode ser limitada, devido à incapacidade de inserção de quantidades específicas, posologia ou duração para a ingestão de bebidas alcoólicas, uso de corticosteroide, tabagismo ou o número de fraturas prévias. História de quedas recentes e DMO da coluna não são incorporadas no modelo; ambas aumentam o risco de fraturas osteoporóticas, o que pode levar à subestimação do risco nesses pacientes.[24]

Avaliação laboratorial

Os marcadores bioquímicos da reabsorção óssea, em conjunto com a DMO, podem ser preditores úteis do risco de fratura e normalmente são pedidos para ajudar na decisão para iniciar o tratamento.[3] Marcadores de renovação óssea podem ser usados especificamente no monitoramento da resposta ao tratamento, em vez de para abordagem terapêutica.[59][60]

A avaliação laboratorial é realizada após o diagnóstico para assegurar que não existam causas subjacentes de doença da qual há suspeita clínica com base na história e no exame físico.[2]​ Os exames laboratoriais iniciais para todos os pacientes avaliam a função renal, bem como os níveis de cálcio, albumina, fósforo e de vitamina D. Nos homens é igualmente adequado verificar os níveis de testosterona.

Resultados que sugerem uma causa subjacente de osteoporose são:[3]

  • Deficiência de vitamina D (definida como níveis de 25-hidroxivitamina D de <20 nanogramas/mL)

  • Deficiência de testosterona (nos homens)

  • Níveis anormais de hormônio tireoidiano (podem indicar hipertireoidismo)

  • Altos níveis de paratormônio (PTH) (podem indicar hiperparatireoidismo)

  • Altos níveis de cortisol livre na urina (podem indicar síndrome de Cushing)

  • Eletroforese de proteínas séricas/urinárias anormais (pode indicar mieloma)

  • Baixos níveis de séricos de 25-hidroxivitamina D, baixos níveis séricos e urinários de cálcio e baixos níveis séricos de fosfato concomitante com elevados níveis séricos de PTH e de fosfatase alcalina (podem indicar uma deficiência de vitamina D com ou sem osteomalácia).

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