Etiologia
A osteoporose é uma doença esquelética sistêmica caracterizada por uma baixa massa óssea e arquitetura óssea anormal, resultando em comprometimento da resistência óssea e um consequente aumento da fragilidade óssea e do risco de fraturas.[1][2][3] A resistência óssea não é determinada apenas pela densidade mineral óssea, mas também por fatores adicionais como tamanho e formato do osso, renovação óssea, microarquitetura e mineralização óssea. No entanto, nenhuma ferramenta aprovada além da absorciometria por dupla emissão de raios X está disponível como método padrão de cuidado para determinar a resistência óssea.
A massa óssea reduzida pode ser o resultado de um baixo pico de massa óssea ou a perda de massa óssea com o envelhecimento. A fragilidade dos ossos não é totalmente explicada por baixa massa óssea ou densidade óssea (massa/volume). A qualidade da microarquitetura óssea também contribui para a resistência óssea. A remodelação óssea e a mineralização constituem determinantes importantes da qualidade da microarquitetura óssea.
Fisiopatologia
O osso é um tecido ativo que constantemente se remodela em resposta a estresses mecânicos e alterações hormonais.[11]
O processo de remodelação óssea tem início com a reabsorção óssea pela conversão da superfície do osso em repouso na superfície de reabsorção óssea.[11][12]
Ao transmitir sinais para os osteoclastos e os osteoblastos na superfície do osso, os osteócitos desempenham um papel primordial na iniciação da remodelação óssea.[13] Osteoclastos reabsorvem a matriz óssea criando inicialmente um buraco de reabsorção. Eles terminam a sua função com a apoptose seguida de sinais de acoplamento enviados aos osteoblastos.[14] Os osteoblastos então sintetizam a matriz óssea, que sofre mineralização.
Um fornecimento excessivo ou insuficiente de osteoclastos ou osteoblastos relativo à necessidade de remodelação ou reparo da cavidade é essencial na fisiopatologia da osteoporose.[11]
A investigação de índices histomorfométricos do osso canceloso demonstrou que homens com osteoporose idiopática e hipercalciúria concomitante têm superfícies osteoblásticas e de mineralização significativamente menores em comparação com os seus homólogos normocalciúricos.[15] Estudos epidemiológicos mostraram que as fraturas osteoporóticas ocorrem mais frequentemente em pacientes com nefrolitíase e, embora a fisiopatologia desta conexão seja desconhecida, hipercalciúria e hipocitratúria são fatores de risco importantes para a formação de cálculos.[16]
A remodelação óssea é regulada por várias citocinas, incluindo as interleucinas 1, 6 e 11, fatores estimuladores de colônias e hormônios calcitróficos, como paratormônio, 1,25-di-hidroxivitamina D, calcitonina e estrogênio.[11] Foi demonstrado que os membros da superfamília do fator de necrose tumoral (TNF) e do receptor de TNF, receptor ativador de fator nuclear kappa-B (RANK), RANK ligante (RANKL) e osteoprotegerina (OPG), desempenham um papel essencial na reabsorção óssea osteoclástica na osteoporose pós-menopausa.[17] O RANKL é expresso por osteoblastos, os quais interagem com os receptores de RANK dos osteoclastos. A estimulação de RANK pelos percussores dos osteoclastos facilita a formação, função e diferenciação de osteoclastos.[17][18] A OPG é secretada pelos osteoblastos e naturalmente inibe a ativação induzida por RANKL de RANK.
Em mulheres menopausadas com deficiência de estrogênio, a superexpressão de atividade de RANKL anula a atividade inibitória natural da OPG.[18] A osteoporose é uma doença complexa caracterizada por um desequilíbrio no processo de remodelação óssea regido pelas interações complexas entre vários fatores hormonais, citocinas e novos sistemas regulatórios RANK/RANKL/OPG. Este desequilíbrio na remodelação óssea ocasiona baixa densidade e qualidade óssea, o que culmina em fratura.
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