Diagnósticos diferenciais
Síndrome coronariana aguda
SINAIS / SINTOMAS
A etiologia cardíaca deve ser descartada antes de se considerar um diagnóstico de doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) em pessoas com dor torácica.[1]
A dor torácica típica é descrita como uma pressão subesternal ou peso que irradia para a mandíbula, braço ou pescoço.
Diaforese, dispneia e síncope também podem ocorrer.
Investigações
O eletrocardiograma (ECG) pode mostrar alterações de ST ou ondas Q.
Os biomarcadores cardíacos (por exemplo, troponina) podem estar elevados.
Angina estável
SINAIS / SINTOMAS
A etiologia cardíaca deve ser descartada antes de se considerar um diagnóstico de doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) em pessoas com dor torácica.[1]
A angina estável causa dor torácica cardíaca que, geralmente, é subesternal, causada por esforço físico e aliviada com repouso.
Investigações
O eletrocardiograma (ECG) pode mostrar alterações de ST ou ondas Q.
O teste ergométrico pode mostrar elevação e depressão do segmento ST.
A angiotomografia computadorizada (ATC) cardíaca pode mostrar >50% de estreitamento luminal.
Distúrbio esofágico funcional/pirose funcional
SINAIS / SINTOMAS
Nenhum sinal ou sintoma confiável de diferenciação.
Investigações
Por definição, pirose funcional significa pirose com endoscopia negativa. Um estudo de potencial hidrogeniônico (pH) esofágico normal diferencia DRGE não erosiva de pirose funcional. Uma alternativa é uma impedâncio-pH-metria normal. Esses estudos geralmente são feitos em pacientes que não respondem à terapia com inibidor da bomba de prótons (IBP).
Acalasia
SINAIS / SINTOMAS
A disfagia normalmente é proeminente.
Investigações
A manometria esofágica e/ou o esofagograma são anormais e condizem com acalasia.
Dispepsia funcional (não úlcera)
SINAIS / SINTOMAS
Os sintomas de dispepsia incluem dor na parte superior do abdome, saciedade precoce, eructação, distensão abdominal e náusea.
Os sintomas foram investigados com endoscopia e outros exames relevantes, que descartaram uma causa orgânica para os sintomas.[54]
Investigações
Não há exames de diferenciação definitivos. Os sintomas podem se sobrepor.
Esofagite e úlcera péptica estão ausentes na endoscopia para DRGE não erosiva e dispepsia funcional.
Úlcera péptica
SINAIS / SINTOMAS
Dor em queimação no epigástrio, que ocorre horas depois das refeições ou quando se está com fome.
A dor normalmente acomete o paciente à noite e é aliviada por alimentos e antiácidos.
Investigações
A endoscopia demonstra úlcera.
O teste para infecção por Helicobacter pylori normalmente é positivo, embora não seja diagnóstico.
Esofagite eosinofílica
SINAIS / SINTOMAS
As características de DRGE e esofagite eosinofílica se sobrepõem. No entanto, os pacientes com esofagite eosinofílica podem ser mais jovens ou ter sintomas de disfagia, impactações alimentares ou alergias alimentares documentadas.[55]
Investigações
A endoscopia pode mostrar anéis esofágicos, sulcos lineares, placas brancas, exsudatos, ausência de hérnia de hiato e esôfago com calibre estreito.[55]
A contagem máxima de eosinófilos periféricos pode ser maior que o típico para DRGE.[55]
A contagem de eosinófilos pode ser ≥15 por campo de grande aumento no tecido esofágico de amostra.
Pode haver degranulação de eosinófilos nos espécimes de biópsia.[55]
Eosinofilia esofágica com resposta ao inibidor da bomba de prótons
SINAIS / SINTOMAS
Os critérios de consenso internacional concluem que, em muitos casos, a eosinofilia esofágica responsiva ao inibidor da bomba de prótons é indistinguível da esofagite eosinofílica e que os IBPs são mais bem classificados como um tratamento para a eosinofilia esofágica que pode ser devida a esofagite eosinofílica do que como um critério de diagnóstico.[56]
Investigações
Resposta terapêutica a um IBP.
As doses de IBP devem ser pelo menos semelhantes para tratar esofagite erosiva relacionada a DRGE com uma duração de 8 semanas continuando até o momento da endoscopia e biópsia de acompanhamento.
Neoplasia maligna
SINAIS / SINTOMAS
Suspeita em adultos mais velhos que apresentam sintomas de alarme: anemia, disfagia aguda ou progressiva, hematêmese, melena, vômitos persistentes ou perda de peso involuntária.[9]
Investigações
Os exames laboratoriais podem mostrar anemia ou testes de função hepática anormais.
Uma neoplasia maligna esofágica ou gástrica pode ser observada durante a endoscopia.
A tomografia computadorizada do abdome pode detectar carcinoma pancreático e hepatobiliar.
Biópsias de tecido diagnósticas.
Refluxo laringofaríngeo
SINAIS / SINTOMAS
Condição inflamatória dos tecidos do trato aerodigestivo superior relacionada aos efeitos diretos e indiretos do refluxo do conteúdo gastroduodenal.[57]
Sintomas laríngeos incluem disfonia, tosse, sensação de globus, pigarro persistente e/ou disfagia. Menos comumente, pacientes podem exibir pólipos ou granuloma nas pregas vocais, laringoespasmo ou estenose na subglote.
Menos de 50% dos pacientes apresentam pirose; a esofagite está presente em 25% dos pacientes.[57]
Investigações
O diagnóstico é principalmente clínico; nenhum teste único confirma.
A laringoscopia é útil para demonstrar graus variáveis de edema e eritema laríngeos.
A sonda de pH de sensor duplo é considerada o padrão ouro para diagnóstico de refluxo laringofaríngeo.
A resposta clínica à terapia empírica com inibidores da bomba de prótons pode ser usada como ferramenta diagnóstica.[57][58]
Refluxo não ácido
SINAIS / SINTOMAS
O refluxo não ácido (pH >4) normalmente ocorre durante o período pós-prandial, porque o ácido gástrico é absorvido pelo alimento ingerido.[59] Isso também pode ocorrer nos pacientes tratados com medicamentos para supressão ácida. As principais causas do refluxo não ácido incluem o relaxamento transitório do esfíncter esofágico inferior e a presença de hérnia hiatal. Deve-se suspeitar de refluxo não ácido nos pacientes com sintomas persistentes de refluxo apesar de uma supressão ácida farmacológica adequada.
Pode ocorrer refluxo biliar no contexto de cirurgia prévia, obstrução intestinal ou prejuízo da motilidade do intestino delgado.[60]
Investigações
Normalmente, a endoscopia revela ausência de esofagite erosiva. Afecções alternativas, como a esofagite eosinofílica, devem ser descartadas com biópsias esofágicas. Testes de pH/impedância permitem um diagnóstico preciso.[1]
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