Abordagem

O diagnóstico é clínico, apoiado por exames quando necessário. Os pacientes devem ser questionados sobre a frequência, gravidade, momento (durante o dia ou à noite) e duração dos sintomas e a presenta de fatores desencadeantes específicos (alimentares ou não alimentares).[5]​ A pirose e a regurgitação são os sintomas mais comuns.[1] Eles costumam ocorrer depois das refeições, especialmente de refeições grandes ou gordurosas. Os sintomas podem piorar quando o paciente se deita ou se curva. O alívio com antiácidos é típico. Os sintomas extraesofágicos incluem tosse, laringite, asma ou erosão dental.[1][6]

Os sintomas de alarme (anemia, disfagia, hematêmese, melena, vômitos persistentes ou perda de peso involuntária) levantam a possibilidade de esofagite, estenose péptica ou câncer.[9]

O exame físico geralmente é normal.

Embora os pacientes típicos possam receber uma tentativa terapêutica de inibidores da bomba de prótons (IBPs), aqueles com sintomas de longa duração ou de alarme precisam de investigação adicional. Os pacientes que não respondem aos IBPs também devem ser avaliados quanto a complicações ou outras condições.

Exames para Helicobacter pylori de rotina não são recomendados pela maioria das diretrizes. No entanto, no Reino Unido as diretrizes do National Institute for Health and Care Excellence (NICE) recomendam oferecer exames para Helicobacter pylori (usando um teste respiratório ou um teste do antígeno fecal) para as pessoas com sintomas de "refluxo" não investigados (ou seja, pessoas com sintomas de "refluxo" que não tiverem feito uma endoscopia).[36]

Sintomas típicos

Uma tentativa curta (cerca de 8 semanas) com um IBP e terapia de estilo de vida (como perda de peso se necessário e elevação da cabeceira da cama para as características noturnas) deve ser iniciada nos pacientes com sintomas típicos, ou seja, pirose e regurgitação.[1][37]

O alívio dos sintomas é presumido como diagnóstico, mas a falha do tratamento com IBP não descarta a DRGE.

Usando a endoscopia e o monitoramento ambulatorial do pH como padrão de referência, uma tentativa curta de IBP de alta dose tem uma sensibilidade combinada de 78% e um especificidade de 54%.[1]

Endoscopia para sintomas antigos, sem resposta clínica ou atípicos

A endoscopia digestiva alta (EDA) é indicada em pacientes com sintomas atípicos, recorrentes ou persistentes.[1][5][37][38]​​​​ A EDA pode identificar um diagnóstico alternativo (como neoplasia maligna esofágica ou úlcera péptica) ou identificar complicações da DRGE (como esôfago de Barrett).

Considere a avaliação para causas não gastrointestinais antes da endoscopia nos pacientes com características extraesofágicas isoladas (por exemplo, laringite, globus (nó na garganta), erosão do esmalte dentário, halitose).[6]​ Os pacientes que apresentam características extraesofágicas com sintomas típicos de DRGE podem passar por uma tentativa inicial de terapia com IBP por 8 a 12 semanas antes da endoscopia ou de exames adicionais.[1][6]

Se uma endoscopia for realizada para diagnosticar a DRGE, a terapia com IBP deve ser suspensa por 2-4 semanas para avaliar se há exposição esofágica excessiva ao ácido na ausência de um IBP.[1]

O esôfago de Barrett pode ser encontrado após a cicatrização dos graus mais altos de esofagite erosiva. Assim, se a endoscopia for realizada devido à preocupação com o esôfago de Barrett (por exemplo, sintomas de longa duração), pode ser melhor realizar o procedimento após um ciclo de tratamento de 8 semanas com IBP.[38]

Sinais e sintomas de alarme

Os sinais e sintomas de alarme que sugerem doença complicada incluem perda de peso, disfagia, odinofagia, anemia, sangramento ou evidência de sangue nas fezes.[1][9]​ Esses pacientes devem receber uma endoscopia.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Esofagite moderada a grave com várias úlceras esofágicas lineares limpasDo acervo do Dr. Douglas G. Adler; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@339916de

Pacientes com sintomas persistentes sob terapia com IBP

Testes adicionais são necessários nos pacientes com sintomas persistentes apesar de terapia com um IBP. A endoscopia deve ser realizada, caso não tenha sido realizada anteriormente.[1][37]

Na ausência de esofagite erosiva (Los Angeles grau B e acima) ou de esôfago de Barrett em segmento longo (≥3 cm), deve-se realizar um monitoramento ambulatorial do pH prolongado, sem terapia medicamentosa, para confirmar ou descartar a DRGE.[37]

A manometria esofágica deve ser realizada:[1]

  • antes de uma cirurgia antirrefluxo

  • nos pacientes sem resposta clínica aos IBPs, quando a etiologia não pode ser determinada usando-se o monitoramento do pH por impedância.

  • e nos pacientes com dor torácica não cardíaca, principalmente aqueles sem resposta clínica aos IBPs, para avaliar anormalidades na motilidade.

Outras modalidades de imagem

A endoscopia por cápsula esofágica é uma alternativa segura menos invasiva para a endoscopia digestiva alta e como uma possível ferramenta de rastreamento e diagnóstico para avaliar a patologia esofágica. Os estudos têm mostrado apenas sensibilidade e especificidade moderadas para o diagnóstico de distúrbios esofágicos, e isso reflete função e aceitação limitadas no rastreamento de doença da mucosa (esofagite erosiva e esôfago de Barrett).[39][40][41] Em determinadas circunstâncias, a endoscopia por cápsula é usada para conforto do paciente. Ela é contraindicada na presença de estenose suspeitada (por exemplo, presença de disfagia) ou confirmada ou aderências.

A esofagografia baritada pode ser útil nos pacientes com disfagia para os quais a endoscopia for contraindicada ou não estiver disponível.[42][43] O exame de imagem com bário não deve ser usado como único teste diagnóstico para a DRGE.[1] A presença de refluxo em um esofagograma com bário tem baixa sensibilidade e especificidade para a DRGE, em comparação com a testagem do pH.[1]

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