Algoritmo de tratamento

Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal

AGUDA

gastroenterite

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1ª linha – 

reposição de fluidos

Todos os pacientes com gastroenterite devem ser avaliados quanto à depleção de volume e desequilíbrios eletrolíticos.[82]

A maioria dos indivíduos com diarreia aguda ou gastroenterite é capaz de manter o equilíbrio hídrico e sal através do consumo de água, sucos, bebidas esportivas, sopas e bolachas salgadas.[68]

A solução de reidratação oral (SRO) de osmolaridade reduzida é recomendada como terapia de primeira linha para desidratação leve a moderada em lactentes, crianças e adultos com diarreia aguda e em pessoas com desidratação leve a moderada associada a vômitos ou diarreia grave.[66]

Bebês, crianças e adultos com desidratação leve a moderada devem receber SRO até que a desidratação clínica seja corrigida.[66]

Uma vez que o paciente é reidratado, devem ser administrados fluidos de manutenção. Substitua as perdas contínuas nas fezes de bebês, crianças e adultos por SRO, até que a diarreia e o vômito sejam resolvidos.[66]

A administração nasogástrica de SRO pode ser considerada em lactentes, crianças e adultos com desidratação moderada, que não toleram ingestão oral ou em crianças com estado mental normal que estão muito fracas ou que se recusam a beber adequadamente.[66]

A fluidoterapia intravenosa, como solução de Ringer com lactato e soro fisiológico, deve ser administrada em casos de desidratação grave, choque ou estado mental alterado e insucesso da terapia com SRO ou íleo paralítico.[66] O uso de soluções cristaloides balanceadas pode estar associado a um tempo de hospitalização ligeiramente menor em crianças, em comparação com soro fisiológico normal.[83] [ Cochrane Clinical Answers logo ] ​​ A reidratação intravenosa deve ser mantida até que o pulso, a perfusão e o estado mental se normalizem, e que os paciente desperte, não apresente fatores de risco para aspiração e não apresente evidência de íleo paralítico.

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Considerar – 

antidiarreico

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

O tratamento antidiarreico não substitui a terapia com líquidos e eletrólitos.[66] Pode ser considerado quando o paciente estiver adequadamente hidratado.

A loperamida pode ser administrada a adultos imunocompetentes com diarreia aquosa aguda, mas deve ser evitada em casos suspeitos ou comprovados em que megacólon tóxico pode resultar em diarreia inflamatória ou diarreia com febre. A loperamida não deve ser administrada a crianças <18 anos de idade com diarreia aguda.[66]

O subsalicilato de bismuto pode ser administrado a adultos para controlar as taxas de passagem das fezes e pode ajudar os pacientes a funcionar melhor durante crises de doença leve a moderada.[68]

Opções primárias

loperamida: adultos: 4 mg por via oral inicialmente, seguidos por 2 mg após cada evacuação de fezes não formadas, máximo de 16 mg/dia

ou

subsalicilato de bismuto: adultos: 524 mg por via oral quatro vezes ao dia

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Considerar – 

antieméticos

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

O tratamento antidiarreico não substitui a terapia com líquidos e eletrólitos.[66] Pode ser considerado quando o paciente estiver adequadamente hidratado.

A ondansetrona pode ser administrada para facilitar a tolerância à reidratação oral em crianças >4 anos de idade e em adolescentes com gastroenterite aguda associada a vômitos.[66] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

Opções primárias

ondansetrona: crianças: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; adultos: 4-8 mg por via oral/intravenosa a cada 8 horas quando necessário

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Considerar – 

probiótico

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Podem ser oferecidos probióticos para reduzir a gravidade e a duração dos sintomas em adultos imunocompetentes e crianças com diarreia infecciosa ou associada a antimicrobianos.[66]

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zinco

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A suplementação oral com zinco reduz a duração da diarreia em crianças de 6 meses a 5 anos de idade que moram em países com alta prevalência de deficiência de zinco ou que apresentam sinais de desnutrição.[66]

Opções primárias

sulfato de zinco: crianças <6 meses de idade: 10 mg por via oral, uma vez ao dia, por 10-14 dias; crianças ≥6 meses de idade: 20 mg por via oral, uma vez ao dia, por 10-14 dias

Mais
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Considerar – 

antibioticoterapia

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Para pacientes com doença grave ou com alto risco de evoluir para doença mais grave, isto é, bacteremia ou outras formas de salmonelose extraintestinal, deve-se considerar um curso curto de antibióticos. Esses grupos de pacientes incluem: lactentes <3 meses de idade com suspeita de etiologia bacteriana; adultos com mais de 50 anos de idade; pacientes infectados por HIV; indivíduos que fizeram viagem internacional recentemente com temperatura corporal ≥38.5 °C (101.3 °F) e/ou sinais de sepse; pacientes com anormalidades vasculares, como valvas protéticas ou enxertos; pacientes com articulações protéticas; e pessoas imunossuprimidas com doença grave e diarreia hemorrágica.[44][45][66]​​[93][94][95]

Os antibióticos recomendados para tratar adultos incluem uma fluoroquinolona (por exemplo, ciprofloxacino) ou azitromicina, dependendo dos padrões de suscetibilidade local e do histórico de viagens recentes.[66][68]

A resistência às fluoroquinolonas foi descrita em alguns locais, portanto, pacientes sem resposta clínica adequada a uma fluoroquinolona devem ser considerados para antibioticoterapia alternativa com base nos resultados de suscetibilidade.[96][97][98]

As fluoroquinolonas estão associadas a efeitos adversos graves, incapacitantes e potencialmente irreversíveis, incluindo tendinite, ruptura de tendão, artralgia, neuropatias e outros efeitos sobre os sistemas musculoesquelético ou nervoso.[100][101] A Food and Drug Administration dos EUA também emitiu avisos sobre o aumento do risco de dissecção da aorta, hipoglicemia significativa e efeitos adversos para a saúde mental nos pacientes que tomam fluoroquinolonas.[102][103]

Recomenda-se uma cefalosporina de terceira geração ou azitromicina especificamente para bebês com menos de 3 meses de idade, dependendo dos padrões locais de suscetibilidade e do histórico de viagens recentes.[66]

O tratamento de crianças é complicado devido à resistência cada vez maior de isolados de Salmonella e à toxicidade em potencial de antibióticos da classe das fluoroquinolonas em pacientes pediátricos.[97][104][105][106][107]

Um estudo com ciprofloxacino para tratamento de febre tifoide sugeriu que ele pode ser usado com segurança nas infecções por Salmonella.[108] O ciprofloxacino geralmente não é recomendado para a população pediátrica pelo risco de artropatia, mas, para certas indicações, há relatos de uso bem-sucedido e seguro nesta população de pacientes.[109]

O ciclo típico de antibióticos é de 3 a 7 dias ou até a febre ceder.[45][93] O ciclo de antibióticos para pacientes imunocomprometidos ou com doença recidivante é frequentemente estendido para 7 a 14 dias.

Opções primárias

ciprofloxacino: crianças: 20-30 mg/kg/dia por via oral administrados em 2 doses fracionadas, máximo de 1500 mg/dia; adultos: 500 mg por via oral duas vezes ao dia, ou 400 mg por via intravenosa a cada 12 horas

Opções secundárias

azitromicina: crianças: 10 mg/kg/dia por via oral, máximo de 500 mg/dia; adultos: 1000 mg por via oral uma vez ao dia no primeiro dia, seguidos por 500 mg uma vez ao dia daí em diante

ou

ceftriaxona: crianças: 60 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em 1-2 doses fracionadas

ou

cefotaxima: crianças: 100 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em 4 doses fracionadas

CONTÍNUA

estado de portador crônico

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1ª linha – 

antibioticoterapia

Um estado de portador crônico de Salmonella não tifoide (definido como coprocultura ou urocultura positiva para Salmonella 12 meses ou mais após a enfermidade aguda), ocorre em 0.5% dos casos (comparado com 3% dos casos com S typhi).[32][33]

Certos grupos têm risco maior de se tornarem portadores crônicos, inclusive lactentes, mulheres, pacientes com litíase biliar ou nefrolitíase e pacientes coinfectados por Schistosoma haematobium.

Antibióticos devem ser usados em longo prazo, em vez de em curto prazo. A despeito do uso adequado de antibióticos, a terapia pode erradicar a infecção em apenas 80% dos casos.[115]

O tipo de antibioticoterapia é similar àquela usada para S Typhi: amoxicilina, sulfametoxazol/trimetoprima ou ciprofloxacino.[45][115][116][117] Os 2 últimos têm capacidade superior de penetração e podem ser os agentes de preferência.[118][119] Muitos optam por uma fluoroquinolona, dadas a possibilidade de resistência a outros agentes e a menor duração do tratamento.[120]

As fluoroquinolonas estão associadas a efeitos adversos graves, incapacitantes e potencialmente irreversíveis, incluindo tendinite, ruptura de tendão, artralgia, neuropatias e outros efeitos sobre os sistemas musculoesquelético ou nervoso.[100][101] A Food and Drug Administration dos EUA também emitiu avisos sobre o aumento do risco de dissecção da aorta, hipoglicemia significativa e efeitos adversos para a saúde mental nos pacientes que tomam fluoroquinolonas.[102][103]

O ciprofloxacino geralmente não é recomendado para a população pediátrica pelo risco de artropatia, mas, para certas indicações, há relatos de uso bem-sucedido e seguro nesta população de pacientes.[109]

A escolha do antibiótico deve ser, em última análise, baseada em testes de sensibilidade do isolado colonizador.

Opções primárias

ciprofloxacino: crianças: 20-30 mg/kg/dia por via oral administrados em 2 doses fracionadas por 1 mês, máximo de 1500 mg/dia; adultos: 500 mg por via oral duas vezes ao dia por 1 mês

Opções secundárias

sulfametoxazol/trimetoprima: crianças >2 meses de idade: 12 mg/kg/dia por via oral administrados em 2 doses fracionadas por 3 meses; adultos: 160/800 mg por via oral duas vezes ao dia por 3 dias

Mais

Opções terciárias

amoxicilina: crianças >3 meses de idade: 50-100 mg/kg/dia por via oral administrados em 2-3 doses fracionadas por 3 meses; adultos: 1000 mg por via oral três vezes ao dia por 3 meses

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associado a – 

tratamento inicial com praziquantel

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

O estado de portador de Salmonella pode persistir na presença de infecções parasitárias.

Aqueles com infecções coexistentes por S haematobium devem receber terapia com praziquantel antes da antibioticoterapia.[33]

Opções primárias

praziquantel: crianças e adultos: 20 mg/kg por via oral duas vezes ao dia por 1 dia

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associado a – 

colecistectomia

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

O estado de portador de Salmonella pode persistir na presença de cálculos biliares concomitantes.[33]

A colecistectomia é recomendada, especialmente se o estado de portador crônico persistir a despeito da antibioticoterapia.[121]

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