Prevenção primária
A maioria dos casos humanos de Salmonella (>95%) envolve a ingestão de um alimento contaminado. Os surtos de Salmonella foram associados com uma maior diversidade de alimentos. Carne e frango são responsáveis pela maioria dos surtos, seguidos por produtos perecíveis, ovos e laticínios, respectivamente.[59]
Os consumidores devem evitar a ingestão de ovos crus ou malcozidos. Molhos caseiros para salada, tiramisu e bebidas como a gemada, por exemplo, podem conter ovos crus; os consumidores devem questionar se foram usados ovos crus e, em caso positivo, evitar aquele item. Todas as carnes (especialmente aves e carne moída) devem ser bem-cozidas; para aves, por exemplo, a temperatura interna deve chegar ao menos a 74 °C (165 °F).[60] Além disso, os laticínios devem ser pasteurizados antes do consumo. Uma vez que legumes e frutas também podem estar contaminados com Salmonella, devem ser completamente lavados antes da ingestão. As pessoas que preparam os alimentos devem seguir o conceito de "limpar, separar, cozinhar e refrigerar" para auxiliar na prevenção primária da salmonelose. USDA: basics for handling food safely Opens in new window Ao longo de toda a cadeia produtiva, a indústria de alimentos tem muitas oportunidades para reduzir o risco de contaminação dos alimentos por Salmonella.[60]
Além disso, o contato com animais portadores de Salmonella (por exemplo, aves vivas, sapos, ouriços e répteis como iguanas, tartarugas, cobras e pogonas) pode resultar em infecções em humanos.[61][62] Portanto, as pessoas devem lavar as mãos após tocar animais de estimação, especialmente depois de lidar com répteis ou aves vivas.[18][63] Há orientações disponíveis sobre medidas para evitar o contágio por doenças infecciosas, inclusive Salmonella, em ambientes de contato com animais.[63]
Os animais podem parecer saudáveis, mas ser portadores de Salmonella. Também é recomendado evitar alimentos naturais e dietas com alimentos crus para os animais de estimação, a fim de reduzir a probabilidade de os animais serem infectados ou se tornarem portadores de Salmonella.[64] Até mesmo a manipulação de comida e petiscos para animais de estimação já foi associada a infecções por Salmonella, de modo que é recomendado lavar as mãos depois de alimentar animais.[65] Aqueles que são imunocomprometidos ou estão nas extremidades etárias devem estar especialmente atentos a essas estratégias de prevenção.
Não há vacina que proteja contra infecções por Salmonella não tifoide. É necessário o desenvolvimento de uma vacina contra os sorotipos invasivos de Salmonella não tifoide mais comuns (isto é, Typhimurium e Enteritidis).[21]
Prevenção secundária
Antibióticos para salmonelose não devem ser prescritos para tentar reduzir a transmissão secundária, uma vez que antibióticos podem, na verdade, prolongar o estado de portador. O melhor método para reduzir a disseminação é uma boa higiene das mãos.
Os casos de salmonelose hospitalar devem ser tratados com as precauções padrão para se evitar a transmissão nosocomial. Itens com dejetos de fezes devem ser manuseados usando-se métodos de barreira de proteção. Uma análise de surtos nosocomiais envolvendo Salmonella constatou que quase 60% deles tiveram origem alimentar e recomendou maior ênfase no aperfeiçoamento das práticas de manuseio de alimentos, como treinar os profissionais responsáveis, monitorar a temperatura dos alimentos e não usar alimentos de origem animal crus.[131]
Para profissionais de saúde com salmonelose, os especialistas recomendam retornar ao trabalho somente após o fim da diarreia e usar boas práticas de higiene das mãos.[44] Contudo, antes do retorno ao trabalho, pode-se exigir que os que lidam com pacientes em risco elevado recolham 2 amostras fecais negativas com intervalo de 24 horas.
Aqueles que manipulam alimentos devem estar especialmente atentos às boas práticas de lavagem das mãos. Além disso, devem seguir estritamente os padrões de temperatura definidos pela indústria.
As diretrizes locais concernentes aos profissionais de saúde e aos profissionais que manipulam alimentos devem ser seguidas. Em algumas regiões, exigem-se 2 amostras fecais negativas (sem uso de antibióticos) antes que os profissionais que manipulam alimentos possam retornar ao trabalho. As diretrizes locais, disponibilizadas pela vigilância sanitária, devem ser seguidas.
Além disso, nos casos em que haja suspeita de surto de salmonelose transmitida por alimentos, as autoridades de saúde locais devem ser contatadas. A Organização Mundial da Saúde disponibiliza diretrizes para avaliação de suspeita de surto de doença transmitida por alimentos.[132]
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