História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os fatores de risco incluem exposição alimentar, extremidades etárias (<12 meses e >50 anos), presença de estado de imunossupressão, baixa acidez gástrica, exposição a pessoa sintomática, contato com animais (especialmente répteis), uso de antibióticos, diabetes mellitus mal controlado, doença granulomatosa crônica, sobrecarga de ferro e desnutrição.

náuseas/vômitos

Ocorrem comumente nas infecções por Salmonella, mas não se diferenciam de outras etiologias bacterianas ou virais de gastroenterite.

diarreia

Geralmente, as fezes são pastosas, de volume moderado e sem sangue visível.

Porém, já foram relatadas variações na manifestação, inclusive fezes sanguinolentas e volumes maiores ou menores. Vale notar que na África Subsaariana e em pacientes imunocomprometidos, a doença invasiva se apresenta tipicamente sem diarreia.[28][77][78]

febre

Febre como sintoma de gastroenterite geralmente dura apenas de 1 a 3 dias.

Outros fatores diagnósticos

comuns

mialgias

Pode ocorrer dor em um músculo ou grupo muscular.

cefaleia

Pode ocorrer especialmente em pacientes febris.

desconforto abdominal

Uma dor abdominal leve e difusa pode acompanhar a gastroenterite.

Há raros relatos de dor intensa mimetizando apendicite.

sinais de depleção de volume

Membranas mucosas ressecadas, turgor cutâneo e sinais vitais ortostáticos diminuídos sugerem depleção de volume causada por vômitos e/ou diarreia.

ruídos hidroaéreos hiperativos

Ruídos hidroaéreos aumentados podem estar presentes no exame físico.

Incomuns

história familiar de infecção por Salmonella

Uma pessoa infectada ou portadora de Salmonella (por exemplo, portadores crônicos) pode disseminar a infecção para membros da família.

Nenhum componente genético é conhecido por estar envolvido na infecção.

Fatores de risco

Fortes

exposição alimentar

Exposição alimentar, inclusive ingestão de ovos ou carne (especialmente aves) malcozidos, são fatores de risco chave. Produtos perecíveis crus contaminados por excrementos de animais, bem como produtos à base de amendoim, foram responsabilizados.[41]

A maioria dos pacientes não consegue identificar uma fonte alimentar suspeita.

extremidades etárias (<12 meses e >50 anos)

Lactentes e idosos apresentam incidência maior de infecções e têm risco de desenvolver uma doença mais grave.[42]

Já foram relatados surtos de salmonelose entre idosos que residem em unidades de cuidados de longa permanência.[13]

presença de estado de imunossupressão

Pacientes que usam medicamentos imunossupressores (por exemplo, corticosteroides), aqueles com afecções imunossupressoras (por exemplo, HIV), receptores de transplantes e aqueles com afecções reumatológicas e do tecido conjuntivo ou neoplasia maligna apresentam aumento do risco.[43]

As pessoas que vivem com AIDS correm um risco muito elevado de contrair salmonelose invasiva não tifoide (até 100 vezes superior ao risco para pacientes imunocompetentes).[44][45][46]​​ No entanto, o HIV não é um fator de risco para febre entérica causa por Salmonella Typhi ou S Paratyphi.[47]

O uso de terapias antifator de necrose tumoral (TNF) alfa pode predispor a doença disseminada grave, mas não necessariamente a uma incidência aumentada de infecções por Salmonella.[48]

baixa acidez gástrica

A acidez gástrica fornece uma barreira protetora contra infecções. Um pH ácido é necessário para a produção de espécies reativas de nitrogênio antimicrobiano no estômago.[49] Quando isto é reduzido, há maior probabilidade que ocorram infecções clínicas e podem ser iniciadas por um inóculo menor de organismos. Pacientes que ingerem antiácidos e aqueles com condições que reduzem o pH gástrico (extremidades etárias, anemia perniciosa) têm risco aumentado.[36][39][40]

exposição a pessoa sintomática com Salmonella

Pessoas que tenham gastroenterite por Salmonella e estejam com diarreia podem disseminar o microrganismo para outras.

contato com animais

Animais, especialmente répteis e aves vivas, podem ser portadores de Salmonella.

O manejo de animais portadores de Salmonella é um fator de risco conhecido para a doença, especialmente se as mãos não forem lavadas adequadamente.[18]

A manipulação de comida e petiscos para animais de estimação já foi associada à infecção por Salmonella.

uso de antibióticos

O uso de antibióticos antes da exposição a Salmonella pode aumentar o risco de doença clínica, pois os antibióticos podem reduzir o efeito competitivo da flora intestinal normal.[50][51]

Além disso, o uso de antibióticos pode aumentar o risco de surgimento de cepas resistentes a medicamentos.[52][53]

diabetes mellitus mal controlado

Foi observado que o diabetes mellitus é um fator de risco.[44][45][46]

doença granulomatosa crônica

Há algumas evidências de que pacientes com doença granulomatosa crônica têm risco maior de infecção por Salmonella devido à falta de explosão oxidativa.[54]

sobrecarga de ferro

A sobrecarga secundária de ferro (doença falciforme, talassemia, anemias hemolíticas) coloca os pacientes em maior risco.[43][55][56]​​ A doença falciforme é frequentemente associada a infecções nas articulações ou nos ossos causadas por Salmonella.[57]

desnutrição

A desnutrição foi identificada como um fator de risco para salmonelose invasiva não tifoide em crianças da África Subsariana.[58]

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