Complicações

Complicação
Período de ocorrência
Probabilidade
longo prazo
baixa

A gastrite não tratada ou refratária ao tratamento associada à infecção por Helicobacter pylori pode predispor a úlceras gástricas e duodenais, além de adenocarcinoma gástrico.[4] Em populações com alto risco de câncer gástrico, o rastreamento e tratamento da H pylori é a estratégia recomendada para a redução do risco de câncer gástrico. Os fatores de risco podem ser identificados pela história familiar de câncer gástrico e/ou por baixos níveis de pepsinogênio sérico que refletem atrofia gástrica.[54][85]

Resultados de uma revisão sistemática e uma metanálise revelaram que a erradicação de infecção por H pylori esteve associada à incidência reduzida de câncer gástrico.[86] Outro ensaio clínico randomizado e controlado constatou que o tratamento para H pylori em pacientes com câncer gástrico em estágio inicial resultou em índices mais baixos de câncer gástrico metacrônico e grande melhora na atrofia do corpo gástrico, comparado a pacientes que receberam placebo.[87]

As características sugestivas de neoplasia maligna do trato gastrointestinal superior incluem sangramento, anemia, saciedade precoce, perda de peso inexplicada (>10% do peso corporal), disfagia progressiva, odinofagia ou vômito persistente.[33]

A endoscopia confirma a presença de carcinoma gástrico.

É necessário o tratamento com gastrectomia total/subtotal e/ou com quimioterapia.

Os índices de erradicação não diferem entre pacientes com câncer gástrico com infecção por H pylori (n = 150) que foram randomizados para terapia tripla padrão pré ou pós-operatória (68.6% versus 69.4%; p = 1.00).[88]

Câncer de estômago

longo prazo
baixa

Os pacientes com gastrite atrófica, em particular se houver anemia perniciosa, têm risco de apresentar carcinoides gástricos.[82][83]

Geralmente, os tumores são assintomáticos, mas podem manifestar dor abdominal e sangramento.

A endoscopia pode mostrar pequenos tumores polipoides múltiplos localizados. O tratamento é a excisão cirúrgica endoscópica.

longo prazo
baixa

A gastrite não tratada ou refratária ao tratamento associada à infecção por Helicobacter pylori pode predispor ao linfoma gástrico do tecido linfoide associado à mucosa (MALT).[4]

Os tumores podem se manifestar com dor epigástrica aumentada, perda de peso e sangramento gastrointestinal oculto ou evidente.

O tratamento é a erradicação da infecção por H pylori, radioterapia e quimioterapia.

Linfoma de tecido linfoide associado à mucosa (MALT)

variável
alta

A gastrite atrófica como consequência de infecção por Helicobacter pylori, a inflamação duradoura da mucosa gástrica e a gastrite autoimune podem causar acloridria (diminuição/ausência da produção de ácido clorídrico) e produção do fator intrínseco diminuído em decorrência de uma diminuição na massa da célula parietal. Consequentemente, pode ocorrer absorção prejudicada de vitamina B₁₂, ferro e cálcio.

O quadro clínico pode incluir letargia, fraqueza e palidez como consequência da deficiência de vitamina B₁₂ ou de ferro.

Pode ser necessária a terapia de substituição com cianocobalamina, ferro, cálcio e vitaminas C e D.[25]

variável
Médias

Gastrite atrófica ou autoimune, infecção crônica por Helicobacter pylori, acloridria e metabolismo deficiente secundário a antagonistas H₂/inibidores da bomba de prótons reduzem a absorção da vitamina B₁₂ e também podem resultar em deficiência evidente de vitamina B₁₂.

O quadro clínico pode incluir reflexos alterados ou déficits sensoriais, comprometimento cognitivo e queilite angular ou glossite atrófica.

É necessária a terapia de substituição com cianocobalamina.

variável
Médias

A gastrite não tratada ou refratária ao tratamento associada à infecção por Helicobacter pylori e/ou ao uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) pode progredir para úlcera péptica. Fatores identificados que colocam os pacientes sob aumento do risco de complicações gastrointestinais (GI) relacionadas com os AINEs incluem histórico de um evento gastrointestinal (úlcera, hemorragia), idade >60 anos, AINE em doses elevadas e o uso concomitante de corticosteroides ou anticoagulantes.

Os pacientes podem desenvolver sangramento gastrointestinal oculto ou visível. Pode ocorrer perfuração com apresentação de características clínicas de choque e/ou peritonite.

Pode ser necessária a ligadura endoscópica da úlcera em sangramento.

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