Etiologia
Incontinência fecal funcional associada à constipação crônica e impactação fecal grave
A criança não tem anormalidades anatômicas subjacentes, mas a impactação fecal grave causa a dilatação do reto.
A dilatação crônica causa a diminuição da sensibilidade retal e, portanto, a criança tem menos vontade de defecar.
Fezes mais moles formam-se acima da impactação dura e vazam ao redor das fezes duras, fato conhecido como 'transbordamento'.[1]
Incontinência fecal funcional não retentora
A etiologia exata é desconhecida, mas os possíveis fatores contribuintes incluem distúrbios psicológicos, comportamentais ou emocionais, genética e função motora e sensibilidade reduzidas no trato gastrointestinal.
A etiologia é provavelmente multifatorial.[10]
Incontinência fecal orgânica
As anormalidades anatômicas do trato gastrointestinal ou a sua denervação neurológica causa a incapacidade de controlar as evacuações.[11]
A criança tem uma anormalidade anatômica subjacente (por exemplo, malformações anorretais, anormalidades espinhais e neurológicas ou anormalidade pós-cirúrgica) que causa a falta de controle do intestino ou uma afecção clínica (por exemplo, hipotireoidismo, doença celíaca ou fibrose cística) que pode resultar em impactação fecal com incontinência por transbordamento.
Uso excessivo de medicamentos
Raramente, a incontinência fecal pode ser decorrente do uso excessivo de medicamentos (isto é, laxantes ou orlistate) usados principalmente por adolescentes e adultos.
Fisiopatologia
A continência fecal requer estruturas gastrointestinais e neurológicas normais e as funções envolvidas no bom funcionamento dos esfíncteres, músculos e nervos anais que controlam o trato gastrointestinal. Qualquer processo subjacente, que perturbe o funcionamento normal das estruturas anatômicas envolvidas na conservação da continência fecal, provocará a incontinência fecal.
Incontinência fecal funcional associada a constipação crônica e impactação fecal grave: um ciclo de constipação e a formação de evacuações grandes e dolorosas causam manobras para evitar a defecação, como a contração dos músculos glúteos. A impactação de fezes duras ocorre e as fezes mais moles fluem ao redor da massa fecal impactada e vazam do reto dilatado, que tem uma sensação reduzida da necessidade de defecar.
Incontinência fecal funcional não retentora: a fisiopatologia exata é desconhecida mas, por definição, a criança não tem retenção fecal nem processo inflamatório, anatômico, metabólico ou neoplásico que explique a incontinência fecal.[1]
Incontinência fecal orgânica: a etiologia exata da incontinência fecal depende da causa subjacente. Os exemplos incluem os seguintes:
As malformações anorretais são associadas à musculatura puborretal, esfíncteres anais e sensação anal anormais.
Crianças com anormalidades espinhais e neurológicas também podem ter a motilidade do intestino disfuncional e a sensação anal anormal.[3]
A incontinência fecal após a cirurgia para a doença de Hirschsprung pode ser secundária à resultante função anormal do esfíncter, à sensação anormal, à perda do reflexo inibitório retocolônico ou à incontinência por transbordamento em decorrência da constipação.[12]
O hipotireoidismo pode resultar em constipação crônica, com a subsequente retenção fecal e incontinência por transbordamento.
Em crianças que apresentam um início mais recente de constipação e retenção fecal, a fissura anal pode ser um fator contribuinte para a persistência da constipação.
A fibrose cística e a doença celíaca podem se apresentar com frequência elevada de evacuações e diarreia.
Classificação
Incontinência fecal funcional associada à constipação crônica e impactação fecal grave
A criança não tem anormalidades anatômicas subjacentes, mas apresenta a encoprese por transbordamento devido à constipação crônica e impactação fecal grave.[1]
Incontinência fecal funcional não retentora
A criança não tem impactação fecal ou anormalidades anatômicas ou afecções clínicas subjacentes e apresenta a incontinência fecal por motivos que não estão claros.[1]
Incontinência fecal orgânica
A criança tem uma anormalidade anatômica (por exemplo, malformações anorretais, anormalidades espinhais e neurológicas ou anormalidade pós-cirúrgica) ou afecções clínicas (por exemplo, hipotireoidismo) subjacentes que causam a falta de controle do intestino.[2][3]
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