Epidemiologia

A violência sexual é um problema global que atinge indivíduos de todas as idades. Os resultados de um estudo de larga escala apresentado a Assembleia Geral das Nações Unidas em 2006 estimaram que cerca de 150 milhões de meninas e 73 milhões de meninos menores de 18 anos em âmbito mundial foram forçados a manter relações sexuais ou foram vítimas de violência sexual no ano de 2002.[3] O mesmo estudo citou dados indicando que 7% a 36% das mulheres e 3% a 29% dos homens relatou vitimização sexual durante a infância.

Estima-se que 4.5% das crianças nos EUA tenham sofrido abuso sexual na infância, mas isso provavelmente é subestimado porque os dados são limitados a casos relatados.[4] Uma pesquisa com a população geral de crianças de 0 a 17 anos nos EUA indicou uma redução de 1% nas agressões sexuais de 2011 a 2014.[5] No Reino Unido, o relatório da National Society for the Prevention of Cruelty to Children indica que, de 2015 a 2016, a taxa de violações sexuais em crianças com menos de 16 anos foi de 36.3 por 10,000 crianças na Inglaterra, 41.9 por 10,000 em Gales, 41.7 por 10,000 crianças na Irlanda do Norte e 40.7 por 10,000 crianças na Escócia.[6] Não está claro se o aumento e posterior declínio nas taxas relatadas de abuso sexual infantil no século XX representam verdadeiras tendências ou mudanças nas práticas de denúncia.[7][8][9]​ Estimativas sobre a prevalência do abuso sexual na infância são problemáticas porque há definições variadas sobre o que é abuso, não somente por parte dos pesquisadores e legisladores, mas também por parte das próprias vítimas. Além disso, a natureza sensível do tópico provavelmente influencia os relatórios oficiais e as taxas de resposta dos levantamentos.

A maioria dos perpetradores de abuso sexual contra crianças são pessoas que as vítimas conhecem.[3] Meninas apresentam um risco de 1.5 a 3 vezes maior de sofrer abuso sexual que meninos.[3] Embora haja associações entre outras formas de maus-tratos a crianças (negligência, abuso emocional e abuso físico) e estressores sociais como a pobreza e a falta de serviços na comunidade, o abuso sexual de crianças afeta todas as camadas sociais.[10][11]

Estimativas globais indicam que 30% das mulheres com 15 anos ou mais sofreram violência física e/ou sexual por parceiro íntimo ou violência por não parceiro em sua vida.[12]​ Os seguintes grupos correm maior risco de abuso sexual: adolescentes e mulheres jovens, pessoas com deficiência intelectual e outras, pessoas de baixa renda, sem-teto, profissionais do sexo, mulheres encarceradas e pessoas que vivem em instituições ou áreas de conflito.[13][14][15]​​[16]

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