A violência sexual é um problema global que atinge indivíduos de todas as idades. Os resultados de um estudo de larga escala apresentado a Assembleia Geral das Nações Unidas em 2006 estimaram que cerca de 150 milhões de meninas e 73 milhões de meninos menores de 18 anos em âmbito mundial foram forçados a manter relações sexuais ou foram vítimas de violência sexual no ano de 2002.[3]United Nations General Assembly, 61st session. Report of the independent expert for the United Nations study on violence against children. 2006: A/61/299.
https://documents-dds-ny.un.org/doc/UNDOC/GEN/N06/491/05/PDF/N0649105.pdf
O mesmo estudo citou dados indicando que 7% a 36% das mulheres e 3% a 29% dos homens relatou vitimização sexual durante a infância.
Estima-se que 4.5% das crianças nos EUA tenham sofrido abuso sexual na infância, mas isso provavelmente é subestimado porque os dados são limitados a casos relatados.[4]Hussey JM, Chang JJ, Kotch JB. Child maltreatment in the United States: prevalence, risk factors, and adolescent health consequences. Pediatrics. 2006 Sep;118(3):933-42.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16950983?tool=bestpractice.com
Uma pesquisa com a população geral de crianças de 0 a 17 anos nos EUA indicou uma redução de 1% nas agressões sexuais de 2011 a 2014.[5]Finkelhor D, Turner HA, Shattuck A, et al. Prevalence of childhood exposure to violence, crime, and abuse: results from the National Survey of Children's Exposure to Violence. JAMA Pediatr. 2015 Aug;169(8):746-54.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26121291?tool=bestpractice.com
No Reino Unido, o relatório da National Society for the Prevention of Cruelty to Children indica que, de 2015 a 2016, a taxa de violações sexuais em crianças com menos de 16 anos foi de 36.3 por 10,000 crianças na Inglaterra, 41.9 por 10,000 em Gales, 41.7 por 10,000 crianças na Irlanda do Norte e 40.7 por 10,000 crianças na Escócia.[6]National Society for the Prevention of Cruelty to Children. How safe are our children? 2017 [internet publication].
https://learning.nspcc.org.uk/media/1358/how-safe-children-2017-report.pdf
Não está claro se o aumento e posterior declínio nas taxas relatadas de abuso sexual infantil no século XX representam verdadeiras tendências ou mudanças nas práticas de denúncia.[7]Finkelhor D, Dziuba-Leatherman J. Children as victims of violence: a national survey. Pediatrics. 1994 Oct;94(4 Pt 1):413-20.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7936846?tool=bestpractice.com
[8]Feldman W, Feldman E, Goodman JT, et al. Is childhood sexual abuse really increasing in prevalence? An analysis of the evidence. Pediatrics. 1991 Jul;88(1):29-33.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2057270?tool=bestpractice.com
[9]Finkelhor D. Improving research, policy, and practice to understand child sexual abuse. JAMA. 1998 Dec 2;280(21):1864-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9846783?tool=bestpractice.com
Estimativas sobre a prevalência do abuso sexual na infância são problemáticas porque há definições variadas sobre o que é abuso, não somente por parte dos pesquisadores e legisladores, mas também por parte das próprias vítimas. Além disso, a natureza sensível do tópico provavelmente influencia os relatórios oficiais e as taxas de resposta dos levantamentos.
A maioria dos perpetradores de abuso sexual contra crianças são pessoas que as vítimas conhecem.[3]United Nations General Assembly, 61st session. Report of the independent expert for the United Nations study on violence against children. 2006: A/61/299.
https://documents-dds-ny.un.org/doc/UNDOC/GEN/N06/491/05/PDF/N0649105.pdf
Meninas apresentam um risco de 1.5 a 3 vezes maior de sofrer abuso sexual que meninos.[3]United Nations General Assembly, 61st session. Report of the independent expert for the United Nations study on violence against children. 2006: A/61/299.
https://documents-dds-ny.un.org/doc/UNDOC/GEN/N06/491/05/PDF/N0649105.pdf
Embora haja associações entre outras formas de maus-tratos a crianças (negligência, abuso emocional e abuso físico) e estressores sociais como a pobreza e a falta de serviços na comunidade, o abuso sexual de crianças afeta todas as camadas sociais.[10]Hay T, Jones L. Societal interventions to prevent child abuse and neglect. Child Welfare. 1994 Sep-Oct;73(5):379-403.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7924560?tool=bestpractice.com
[11]Leventhal JM. Have there been changes in the epidemiology of sexual abuse of children during the 20th century? Pediatrics. 1988 Nov;82(5):766-73.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3186358?tool=bestpractice.com
Estimativas globais indicam que 30% das mulheres com 15 anos ou mais sofreram violência física e/ou sexual por parceiro íntimo ou violência por não parceiro em sua vida.[12]World Health Organization. Violence against women prevalence estimates, 2018: executive summary. Mar 2021 [internet publication].
https://www.who.int/publications/i/item/9789240026681
Os seguintes grupos correm maior risco de abuso sexual: adolescentes e mulheres jovens, pessoas com deficiência intelectual e outras, pessoas de baixa renda, sem-teto, profissionais do sexo, mulheres encarceradas e pessoas que vivem em instituições ou áreas de conflito.[13]Mueller-Johnson K, Eisner MP, Obsuth I. Sexual victimization of youth with a physical disability: an examination of prevalence rates, and risk and protective factors. J Interpers Violence. 2014 Nov;29(17):3180-206.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24870960?tool=bestpractice.com
[14]Christoffersen MN. Sexual crime against schoolchildren with disabilities: a nationwide prospective birth cohort study. J Interpers Violence. 2022 Feb;37(3-4):NP2177-205.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32608304?tool=bestpractice.com
[15]Tyler KA, Whitbeck LB, Hoyt DR, et al. Risk factors for sexual victimization among male and female homeless and runaway youth. J Interpers Violence. 2004 May;19(5):503-20.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15104858?tool=bestpractice.com
[16]Malloy LC, Sutherland JE, Cauffman E. Sexual abuse disclosure among incarcerated female adolescents and young adults. Child Abuse Negl. 2021 Jun;116(Pt 1):104147.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7056491
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31495522?tool=bestpractice.com