Etiologia
Respostas de ansiedade intensa ou de pânico inesperado na presença de objetos ou situações específicas podem marcar o início de fobia, mas isso não é necessariamente a única via causal da aquisição fóbica.[15] O nojo, isolado ou combinado com o medo, pode estar envolvido no início e na manutenção de várias fobias de animais (por exemplo, aranhas, cobras, vermes) e de sangue-injeção-ferimentos.[16] O início também pode ocorrer por meios indiretos, como observar outras pessoas reagindo com medo ou receber informações negativas.[15] No entanto, nem sempre é possível identificar um evento passado ou motivo específico para o início de uma fobia.
Algumas fobias (por exemplo, fobias a animais) podem surgir simplesmente em função de sua relevância como ameaça evolucionária.[17] Os índices de concordância familiar entre parentes biológicos de primeiro grau tendem a ser moderados. Estudos sugerem que fobias de animais e de sangue-injeção-ferimentos têm os maiores índices de herdabilidade, de cerca de 32% e 33%, respectivamente; no entanto, há poucas pesquisas nessa área.[18]
Fisiopatologia
Acredita-se que a hiperatividade da amídala, do córtex cingulado anterior e da ínsula seja o mecanismo de ação subjacente. Essa teoria baseia-se em pesquisas que indicam reduções significativas, nessas áreas, da atividade neural específica do local após tratamentos de exposição baseados em evidências.[19] Estudos de neuroimagem também mostraram um aumento na ativação da amígdala durante a exposição a estímulos fóbicos relevantes e uma maior atividade nas regiões do tálamo, ínsula e córtex cingulado anterior.[19][20][21][22][23] Metanálises sugerem que, durante exposições a estímulos fóbicos relevantes, as regiões da amígdala esquerda/globo pálido, ínsula esquerda, tálamo direito e cerebelo são todas mais ativas em fóbicos que em não fóbicos. A terapia de exposição causa a desativação no córtex frontal direito, córtex límbico, gânglios da base e cerebelo, com atividade aumentada no tálamo.[24] Observou-se, em uma amostra pequena e mista de pacientes fóbicos, uma redução na disponibilidade dos receptores neurocinina 1 da substância P.[25]
Estudos de neuroimagem funcional identificaram padrões específicos de substratos neurais que diferenciam transtornos fóbicos de outros transtornos de ansiedade, incluindo padrões únicos de ativação que discriminam entre os vários subtipos de fobias.[26]
Acredita-se que a atividade aguda e exagerada do sistema nervoso parassimpático durante a exposição a estímulos seja subjacente à síncope vasovagal que ocorre em até 80% das pessoas com fobia de sangue-injeção-ferimentos.[27][28]
Classificação
Estímulos fóbicos[1]
Animais
Mais comumente cães, cobras e insetos.
Situacionais
Mais comumente elevadores, voar e estar em espaços fechados (claustrofobia).
Ambientes naturais
Mais comumente tempestades, altura e água.
Sangue-injeção-ferimentos
Mais comumente injeções, coletas de sangue e procedimentos médicos.
Outra
Por exemplo, sufocamento, vômitos e palhaços.
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