Caso clínico
Caso clínico #1
Durante um inverno após uma grave seca, quatro membros de uma família de agricultores que vivem em uma área de conflitos se apresentam a um posto médico avançado com graus variados de fadiga, dores nas articulações, sangramento na gengiva e queda capilar. Um dos membros da família, uma menina de 3 anos de idade, não consegue andar por causa de dores nas pernas. Embora houvesse conflitos próximos, eles não foram para campos de refugiados nem receberam assistência de qualquer programa público. O exame físico revela achados clínicos variados, incluindo friabilidade gengival com dentes soltos, equimoses nos membros e tronco e cabelos friáveis com aparência de saca-rolhas. Um dos adultos tem um derrame doloroso no joelho; outro tem edema periférico sem sopro cardíaco. Outros membros da comunidade apresentaram doenças e fatalidades semelhantes 10 anos antes, durante um ano de agricultura similarmente desfavorável.
Caso clínico #2
Um menino de 6 anos de idade, magro e com autismo, apresenta distúrbio da marcha. Embora ele não se queixe de dor, inicialmente seus pais o observaram claudicando e uma eventual marcha incomum com estremecimento. Ele está bem desde que se matriculou em um programa de intervenção precoce aos 4 anos, mas a família está preocupada com a regressão nos marcos sociais e comportamentais ao longo das últimas semanas. Ele mantém uma trajetória estável de altura e peso nos gráficos do crescimento (percentil 25 para altura e percentil 5 para peso), sem perda de peso recente. No exame físico, a criança está afebril, é não verbal e evita o contato visual. Os quadris são sensíveis à palpação, com um hematoma no antebraço esquerdo. A família não tem conhecimento de qualquer trauma recente. Após uma revisão adicional da história, ele é exigente ao comer e tende a favorecer os alimentos salgados, como biscoitos salgados, batatas fritas, bolachas e doces. Ele se recusou a tomar suas vitaminas mastigáveis nos últimos 4 meses. Nenhuma fruta, legume ou outra fonte de vitamina C foi identificada na dieta durante esse período.
Outras apresentações
O escorbuto infantil se apresenta com sinais e sintomas em qualquer ordem, sem um único sintoma predominante, mas pode ser diferente da apresentação em adultos ou crianças maiores. Os achados incluem irritabilidade, ossos frágeis com fraturas microscópicas de espículas entre o eixo e a cartilagem calcificada, hemorragia intra-articular e dor à palpação da perna com pseudoparalisia das pernas. Foi relatado que a posição com “pernas de sapo” (flexão completa do joelho e flexão parcial do quadril) afeta metade dos lactentes com escorbuto, mas pode também ser observada em crianças maiores.[3] O rosário raquítico é encontrado em 80%. A hemorragia gengival ao redor dos dentes que estão irrompendo é muito comum. Hemorragias petequiais na pele, uma característica comum em adultos, podem ser incomuns em crianças (10% a 15%). As anormalidades laboratoriais incluem níveis muito baixos de ácido ascórbico no sangue e lesões ósseas radiográficas (sinal de fração de canto, aspecto com opacidade em vidro fosco e atrofia trabecular).[1]
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