Prevenção primária
Muitos países desenvolvidos oferecem vacinação de rotina na infância para prevenir a doença meningocócica. Desde a introdução da vacinação conjugada quadrivalente de rotina nos EUA, a incidência nacional de infecção meningocócica em adolescentes e adultos jovens caiu de 2 a 3 vezes.[43] A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP) dos EUA também recomendam a vacinação meningocócica para determinadas populações de alto risco.[21][44]
Para obter detalhes completos sobre os cronogramas de imunização dos EUA, incluindo os tipos de vacina disponíveis e as indicações para doses de reforço, as diretrizes do ACIP devem ser consultadas.[21] CDC: adult immunization schedule - recommendations for ages 19 years or older Opens in new window CDC: child and adolescent immunization schedule - recommendations for ages 18 years or younger Opens in new window
Crianças
A vacina meningogócica conjugada quadrivalente (MenACWY-D) é recomendada pelo ACIP e pela American Academy of Pediatrics para vacinação de rotina de todas as crianças, preferencialmente na idade de 11 a 12 anos, com uma dose de reforço aos 16 anos de idade.[21][45] A vacinação com MenACWY também pode ser recomendada para crianças pequenas (a partir de 2 meses de idade) com condições de alto risco ou com aumento do risco de doença (asplenia anatômica ou funcional, infecção por HIV, sob tratamento com eculizumabe ou ravulizumabe ou com deficiência persistente de componentes do complemento), e para crianças que viajem a países com doença meningocócica hiperendêmica ou epidêmica.[21][24] A vacinação do sorogrupo B é recomendada pelo ACIP para crianças e adolescentes com mais de 10 anos de idade, com condições de alto risco ou com aumento do risco de doença (asplenia anatômica ou funcional, infecção por HIV, recebimento de inibidor do complemento [por exemplo, eculizumabe, ravulizumabe] ou deficiência persistente de componentes do complemento), e também pode ser considerada como rotina em adolescentes com 16 anos de idade ou mais que não apresentam aumento do risco, com base em uma decisão clínica compartilhada.[21]
Adultos
A vacina meningogócica conjugada quadrivalente (MenACWY-D) e a vacina do sorogrupo B (MenB) são recomendadas para adultos com condições de alto risco ou com risco maior de doença (asplenia anatômica ou funcional, infecção por HIV, deficiência persistente de componentes do complemento ou em tratamento com um inibidor do complemento [por exemplo, eculizumabe, ravulizumabe].[21] Calouros universitários que moram em repúblicas estudantis (caso não tenham sido previamente vacinados aos 16 anos ou mais) e recrutas militares devem receber uma dose única de MenACWY. A vacinação com MenACWY também é recomendada pra viagens em países com doença meningocócica hiperendêmica ou epidêmica.[21]
Inibição do complemento
Os pacientes que serão tratados com eculizumabe ou ravulizumabe devem receber vacinas meningocócicas pelo menos 2 semanas antes de iniciar a terapia, a menos que os riscos de retardar essa terapia superem os riscos de contrair infecção meningocócica. Os profissionais da saúde também devem considerar o uso de profilaxia antibacteriana para pacientes recebendo eculizumabe ou ravulizumabe para reduzir o risco de doença meningocócica.[21][24]
Cronograma do Reino Unido
No Reino Unido, uma vacina combinada contra Hib/meningocócica para o sorogrupo C (Menitorix®) e uma vacina meningocócica para o sorogrupo B (Bexsero®) são oferecidas de maneira rotineira durante a primeira infância, e uma vacina meningocócica quadrivalente conjugada contra o para os sorotipos A, C, Y e W-135 da N meningitidis (Nimenrix®) é oferecida aos 14 anos. Public Health England: the complete routine immunisation schedule from February 2022 Opens in new window
Prevenção secundária
Todos os pacientes com infecções meningocócicas presumidas devem ser tratados com precauções contra a transmissão respiratória por gotículas até 24 horas após a terapia efetiva ter sido concluída. Os pacientes devem ser hospitalizados em quartos privados. Além das precauções padrão, as pessoas devem usar máscaras cirúrgicas quando estiverem a 1 metro (3 pés) do paciente ou dentro do quarto do paciente, e o paciente deverá usar uma máscara quando precisar sair do quarto. As máscaras e a proteção ocular ou escudo facial devem ser usadas durante procedimentos que possam resultar em exposição às secreções do paciente, como a intubação endotraqueal.
Relatos
Em muitos países, casos de doença meningocócica invasiva devem ser reportados às autoridades de saúde competentes.
Profilaxia antibiótica
Os contatos próximos dos pacientes com infecções meningocócicas devem receber quimioprofilaxia o mais rápido possível, idealmente até 24 horas após a identificação do caso índice.[1][33][63][71] A quimioprofilaxia provavelmente traz pouco ou nenhum benefício quando administrada mais de 14 dias após o início da doença no caso índice.[71]
A maioria das infecções meningocócicas é esporádica; no entanto, casos secundários podem ocorrer em contatos de pacientes com infecções meningocócicas.[33] A maioria dos casos secundários é diagnosticada dentro de 2 semanas do caso índice. Os contatos próximos incluem:
Membros domiciliares
Pessoas com outros contatos sociais próximos (aquelas que frequentaram a residência do paciente ou que foram diretamente expostas às secreções do paciente por beijo ou compartilhamento de utensílios dentro de 7 dias da doença do caso índice)
Passageiros de avião que se sentaram perto de pacientes em voos com mais de 8 horas de duração
Profissionais da saúde que tiveram contato desprotegido com secreções respiratórias de pacientes.
Administre profilaxia antimicrobiana aos profissionais da saúde expostos, independentemente de seu status de vacinação. Afaste os profissionais da saúde potencialmente infectados do trabalho até 24 horas após o início do tratamento.[71] Antes de dar alta, administre um ciclo de profilaxia antimicrobiana aos pacientes com infecções meningocócicas invasivas que não estiverem sendo tratados com ceftriaxona ou cefotaxima.[4][50]
Embora a rifampicina, a ceftriaxona e o ciprofloxacino sejam eficazes na erradicação da presença meningocócica, a emergência da resistência à rifampicina tem sido percebida após o uso profilático.[33][72]
Imunoprofilaxia
Em surtos em andamento de infecção meningocócica causada por organismos do sorogrupo A, B, C, Y e W-135 que podem ser prevenidos com vacinas, a imunização dos contatos pode prevenir os casos secundários.[21][33] A vacina preferencial varia de acordo com a idade do indivíduo e o sorotipo da cepa do surto.[4][21][73]
Rastreamento para deficiências do complemento
Algumas autoridades aconselham que todos os pacientes com infecções meningocócicas invasivas sejam rastreados quanto a deficiência de complemento.[74] A imunização de pacientes com deficiências do complemento com vacina de polissacarídeos meningocócicos reduz o risco de infecção invasiva, mas as taxas permanecem significativamente mais altas que na população em geral.[75] A imunização de rotina com vacina conjugada tetravalente é recomendada.[21]
Culturas nasofaríngeas
Podem ser úteis na identificação do sorogrupo da Neisseria meningitidis circulando em uma comunidade e se a imunização puder ser útil na prevenção de casos secundários.
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