Caso clínico

Caso clínico #1

Uma mulher de 36 anos com história de sinusite crônica apresenta deformidade nasal. Ela tem dores musculares e articulares inespecíficas há 2 anos, diagnosticadas como fibromialgia. Há alguns anos, ela tem observado regularmente crostas escuras no nariz, ocasionalmente misturadas com um pouco de sangue. Há algumas semanas, a ponte do nariz começou a entrar em colapso. Ela tem um nariz em sela proeminente e defeito do septo nasal. A biópsia do trato sinusal mostra somente inflamação crônica, mas o título de autoanticorpo anticitoplasma de neutrófilo com padrão citoplasmático é 1:160, condizente com granulomatose com poliangiite.

Caso clínico #2

Um homem de 75 anos com história médica pregressa sem nada digno de nota apresenta queixas de cefaleia recente, nas últimas 2 semanas. Ele observa que a cefaleia está localizada na têmpora esquerda. Duas semanas antes do início da cefaleia, ele notou dor e rigidez nos ombros e nos quadris, que dificultavam levantar do leito pela manhã, mas melhoravam progressivamente ao longo do dia. Alguns dias antes da avaliação, ele teve dor na mandíbula ao mastigar, e observa que, em retrospecto, começou a evitar alguns alimentos (por exemplo, carne) devido ao desconforto associado. A avaliação laboratorial demonstra evidências de inflamação, indicando aumento da velocidade de hemossedimentação, de proteína C-reativa e de plaquetas. As queixas de cefaleia recente e claudicação da mandíbula no contexto de inflamação sistêmica são condizentes com o diagnóstico de arterite de células gigantes.

Outras apresentações

Até certo ponto, as manifestações de vasculite são ditadas pelo tamanho dos vasos sanguíneos envolvidos.[2] Por exemplo, a vasculite de grandes vasos se manifesta classicamente com claudicação do braço ou da mandíbula, isto é, desconforto que ocorre após movimento repetitivo devido ao suprimento de sangue comprometido na região que está sendo exercitada. O envolvimento das artérias subclávias pode causar pulsos periféricos assimétricos.

A mononeurite múltipla, ou infarto de um nervo nomeado, é uma manifestação clássica de vasculite de vasos médios. Clinicamente, isso pode causar impossibilidade de dorsiflexionar o pé (pé pendente) ou impossibilidade de hiperestender a mão (pulso pendente). Uma vasculite de vasos médios que afete as artérias mesentéricas pode causar dor abdominal, angina mesentérica ou infarto intestinal.

A vasculite de pequenos vasos está associada a órgãos que têm população densa de vasos sanguíneos de pequeno calibre. A vasculite de pequenos vasos nos rins causa glomerulonefrite, nos pulmões causa hemorragia pulmonar e na pele causa púrpura palpável.

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