Abordagem
Os principais objetivos da terapia para pacientes com artrite por pirofosfato de cálcio (PFC) são a redução da dor e a melhora do funcionamento das articulações afetadas. Há pouca evidência de que terapia rápida altere a história natural da doença. Analgésicos simples, como o paracetamol, são administrados para controlar a dor em qualquer estágio da doença.[53] Compressas frias, gelo e repouso temporário das articulações podem ajudar a aliviar os sintomas. As comorbidades identificadas durante a avaliação dos sintomas (por exemplo, hiperparatireoidismo, hemocromatose, hipomagnesemia, hipofosfatasia) devem ser tratadas.[53] Consulte Hiperparatireoidismo (Manejo) e Hemocromatose (Manejo).
Doença monoarticular ou oligoarticular
Corticosteroides intra-articulares são o tratamento preferido durante um ataque agudo. Foi demonstrado que eles reduzem a dor e limitam a duração da inflamação.[54][55] Geralmente, são bem tolerados, embora sangramento na pele ou articulação e infecção possam ocorrer raramente.[55] Embora seu mecanismo de ação não esteja totalmente elucidado, seu potente efeito anti-inflamatório provavelmente esteja envolvido.
A preparação corticosteroide com hexacetonida de triancinolona é a preparação intra-articular de efeito mais prolongado entre as de uso comum. A dexametasona e a triancinolona acetonida também são utilizadas. O tratamento deve ser administrado no momento do diagnóstico e pode ser repetido a cada 3 meses. Antes da injeção, o líquido sinovial deve ser removido da articulação afetada, para minimizar a diluição do medicamento. Normalmente, a lidocaína é utilizada como anestésico local.
Em pacientes nos quais injeções de intra-articulares de corticosteroide não são práticas ou recusadas, pode-se cogitar terapias sistêmicas. Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) podem ajudar a reduzir a dor e a inflamação, mas devem ser receitados com cautela em pacientes idosos.[53] Eles devem ser usados juntamente com medidas preventivas, como inibidores da bomba de prótons, em pacientes com alto risco de complicações gastrointestinais.[56] Inibidores da COX-2 (por exemplo, celecoxibe) podem ter menor probabilidade de causar hemorragia digestiva que AINEs tradicionais em pacientes com história de hemorragia digestiva ou comorbidades.[57] Todos os AINEs foram associados a aumento do risco de eventos cardiovasculares.[58]
Pacientes com doença do tipo osteoartrite ou do tipo reumatoide (isto é, na qual a artrite tem um componente inflamatório) impossibilitados de tomar AINEs podem se beneficiar de terapia com colchicina em baixa dose, se a função renal e hepática estiverem normais.[59] As evidências em favor do uso da colchicina na DPFC são, em sua maioria, extrapoladas das evidências do tratamento da gota aguda.[53] A colchicina tem uma janela terapêutica estreita. Para evitar efeitos adversos, particularmente diarreia, deve-se usar a dose mínima efetiva por causa do estreito índice de risco/benefício.[60]
Doença poliarticular
Em pacientes com doença poliarticular, terapias sistêmicas são a terapia de primeira linha, seguidas por corticosteroides intra-articulares.
Falha do tratamento/contraindicações
Corticosteroides sistêmicos em doses baixas a moderadas podem ser usados quando outras terapias forem ineficazes ou contraindicadas.[61] Como alternativa, uma combinação de medicamentos contra a dor, aspiração da articulação, imobilização e observação pode constituir a opção mais segura para alguns pacientes. Um ensaio clínico randomizado e controlado, realizado entre 2018 e 2022, constatou que, quando comparada com a colchicina, a prednisolona apresentou eficácia equivalente em curto prazo para o tratamento da artrite aguda por cristais de PFC em pacientes hospitalizados.[62]
Cirurgia
Pacientes com comprometimento crônico ou recorrente do joelho, quadril ou ombro associado a degeneração grave da articulação podem ser bons candidatos para a cirurgia de substituição da articulação.[14]
Terapia de manutenção
Pacientes com componente inflamatório em sua doença que apresentam resposta positiva à colchicina, como diminuição da gravidade ou da frequência das crises, podem se beneficiar de baixa dose de colchicina para evitar novos ataques.
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