História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os principais fatores de risco incluem idade avançada, história familiar, lesão ou cirurgia prévia das articulações, e outros distúrbios metabólicos.

articulações doloridas e sensíveis

 As articulações podem estar sensíveis à palpação e dolorosas.[14]

comprometimento de articulações semelhantes a osteoartrite (punhos, ombros)

O comprometimento de articulações geralmente não afetadas em osteoartrite, como ombros, punhos ou articulações metacarpofalângicas em paciente com osteoartrite clínica sugere artrite por pirofosfato de cálcio (PFC).[14]

piora súbita da osteoartrite

Pacientes com formas crônicas de artrite por PFC frequentemente apresentam episódios inflamatórios agudos sobrepostos à dor diária do tipo não inflamatória.[14]

Outros fatores diagnósticos

comuns

articulações avermelhadas e edemaciadas

Edemas, calor, vermelhidão e sensibilidade podem ocorrer em ≥1 articulação.[14]

derrame articular e flutuação

Edemas, calor, vermelhidão e sensibilidade podem ocorrer em ≥1 articulação.[14]

Incomuns

febre e mal-estar

Sinais inespecíficos de inflamação, como febre baixa e mal-estar, podem ocorrer em pacientes idosos com artrite aguda por PFC.[14]

Fatores de risco

Fortes

idade avançada

O envelhecimento é o fator de risco mais fortemente conhecido. Embora o depósito de pirofosfato de cálcio (DPFC) seja raro em pacientes com <60 anos de idade, a prevalência de calcificação de cartilagem dobra a cada década após os 60 anos de idade.[23] Não se sabe de que forma o envelhecimento predispõe ao DPFC.

lesão

Lesões ou cirurgias prévias nas articulações, sobretudo as que afetam o menisco do joelho, são fortes fatores de risco para DPFC subsequente.[24] Não está claro de que forma a lesão está relacionada com o DPFC.

hiperparatireoidismo

O DPFC está fortemente associado com hiperparatireoidismo, sendo que 20% a 30% dos pacientes com hiperparatireoidismo apresentam calcificação de cartilagem radiográfica.[25] A hipercalcemia crônica do hiperparatireoidismo poderia contribuir para o desenvolvimento de cristais de pirofosfato de cálcio (PFC), mas os pacientes geralmente continuam apresentando artrite clínica por PFC muito tempo após a correção de sua hipercalcemia.[26]

hemocromatose

Pequenos estudos sugerem que 50% dos pacientes com hemocromatose apresentam artrite e 25% apresentam calcificação das cartilagens.[27][28] A ligação etiológica entre hemocromatose e DPFC é obscura, mas há alguma sugestão de que esses pacientes possam apresentar anormalidade do metabolismo do paratormônio, e talvez essas duas condições metabólicas compartilhem uma mesma causa.[29] O próprio ferro também pode afetar diretamente o metabolismo do pirofosfato.[30]

história familiar de DPFC

Agrupamentos familiares de DPFC têm sido descritos em todo o mundo, mais proeminentemente em indivíduos mais jovens.[3] Essas famílias geralmente são acometidas de doença precoce, variando de leve a grave. O padrão hereditário mais frequente é o autossômico dominante. Algumas famílias mostraram a presença de mutações do gene ANKH, o qual codifica a proteína envolvida no metabolismo do pirofosfato.[4][31]​ Mutações no gene TNFRSF11B, que codifica a osteoprotegerina, têm também sido implicadas em DPFC familiar.[32][33]

hipomagnesemia

A hipomagnesemia está associada ao DPFC. As causas da hipomagnesemia variam de doenças renais, como a variante Gitelman da síndrome de Bartter, até a síndrome do intestino curto (devido à cirurgia de derivação intestinal).[34][35] Acredita-se que o magnésio é um importante cofator das enzimas que degradam o pirofosfato e que um teor baixo de magnésio contribui para o acúmulo excessivo de pirofosfato.

hipofosfatasia

Este distúrbio metabólico raro é causada pela deficiência da enzima fosfatase alcalina.[36] Há a hipótese de que a redução da atividade da fosfatase alcalina resulte em menor degradação de pirofosfato e promova o acúmulo de excesso de pirofosfato e formação de cristais de PFC.[37]

Fracos

gota

Gota é considerada um fator de risco fraco a moderado em relação ao DPFC, e estima-se que 2% a 8% dos pacientes apresentem urato monossódico e cristais de PFC em uma única articulação.[38] A natureza desta associação é obscura, mas é pouco provável que seja através de uma associação compartilhada com fatores locais que promovem a formação de cristais.[39]

outras condições metabólicas

Outras doenças metabólicas foram associadas com o DPFC.[2] Algumas, como o hipotireoidismo, são tão frequentes na população que podem ocorrer simultaneamente por acaso.[40][41] Outras condições extremamente raras, como hemossiderose, ocronose, displasia espondiloepifisária, raquitismo e acromegalia, estão associadas com o DPFC apenas através de relatos de casos.[40]

O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal