O uso da digoxina está diminuindo devido à sua inferioridade em relação a outros medicamentos para insuficiência cardíaca, e, portanto, a toxicidade por digoxina tem se tornado menos comum, mas corre o risco de ser negligenciada.[2]Yang EH, Shah S, Criley JM. Digitalis toxicity: a fading but crucial complication to recognize. Am J Med. 2012 Apr;125(4):337-43.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22444097?tool=bestpractice.com
Na Holanda, a toxicidade por digoxina foi relatada em 0.04% dos pacientes hospitalizados como casos agudos. Em um estudo, a taxa de incidência de internações decorrentes de toxicidade por digoxina foi de 48.5 por 100,000 prescrições médicas (1.94 internação por 1000 tratamentos-ano).[3]Aarnoudse AL, Dieleman JP, Stricker BH. Age- and gender-specific incidence of hospitalisation for digoxin intoxication. Drug Saf. 2007;30(5):431-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17472421?tool=bestpractice.com
Utilizando relatórios de 2005-2010 do Sistema Nacional de Vigilância de Lesões Eletrônicas, estima-se que ocorreram 5156 visitas ao pronto-socorro por toxicidade à digoxina anualmente nos EUA, das quais >75% resultaram em internação hospitalar.[4]See I, Shehab N, Kegler SR, et al. Emergency department visits and hospitalizations for digoxin toxicity: United States, 2005 to 2010. Circ Heart Fail. 2014 Jan;7(1):28-34.
https://www.doi.org/10.1161/CIRCHEARTFAILURE.113.000784
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24300242?tool=bestpractice.com
A toxicidade por digoxina representou aproximadamente 1.0% de todas as visitas ao pronto-socorro por todos os eventos adversos de medicamentos entre pacientes ≥40 anos; estima-se que esse número seja de 3.3% para pacientes ≥85 anos.[4]See I, Shehab N, Kegler SR, et al. Emergency department visits and hospitalizations for digoxin toxicity: United States, 2005 to 2010. Circ Heart Fail. 2014 Jan;7(1):28-34.
https://www.doi.org/10.1161/CIRCHEARTFAILURE.113.000784
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24300242?tool=bestpractice.com
Em 2022, a American Association of Poison Control Centers relatou 266 fatalidades após a exposição a medicamentos cardiovasculares; a digoxina ficou em primeiro lugar como o fármaco responsável por 21 dessas mortes.[5]Gummin DD, Mowry JB, Beuhler MC, et al. 2022 Annual report of the National Poison Data System® (NPDS) from America's Poison Centers®: 40th annual report. Clin Toxicol (Phila). 2023 Oct;61(10):717-939.
https://www.aapcc.org/annual-reports
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38084513?tool=bestpractice.com
Pacientes com idade >55 anos são mais comumente afetados, mas a toxicidade ocorre tanto em pessoas jovens quanto nas mais velhas.[6]Ordog GJ, Benaron S, Bhasin V, et al. Serum digoxin levels and mortality in 5100 patients. Ann Emerg Med. 1987 Jan;16(1):32-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3800074?tool=bestpractice.com
[7]Miura T, Kojima R, Sugiura Y, et al. Effect of aging on the incidence of digoxin toxicity. Ann Pharmacother. 2000 Apr;34(4):427-32.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10772425?tool=bestpractice.com
Interações medicamentosas que envolvem digoxina são uma causa comum de efeitos adversos de medicamentos em idosos.[8]Obreli-Neto PR, Nobili A, de Oliveira Baldoni A, et al. Adverse drug reactions caused by drug-drug interactions in elderly outpatients: a prospective cohort study. Eur J Clin Pharmacol. 2012 Dec;68(12):1667-76.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22644345?tool=bestpractice.com
Os índices de visitas ao pronto-socorro e de hospitalizações por toxicidade à digoxina parecem ser maiores para mulheres do que para homens.[3]Aarnoudse AL, Dieleman JP, Stricker BH. Age- and gender-specific incidence of hospitalisation for digoxin intoxication. Drug Saf. 2007;30(5):431-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17472421?tool=bestpractice.com
[4]See I, Shehab N, Kegler SR, et al. Emergency department visits and hospitalizations for digoxin toxicity: United States, 2005 to 2010. Circ Heart Fail. 2014 Jan;7(1):28-34.
https://www.doi.org/10.1161/CIRCHEARTFAILURE.113.000784
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24300242?tool=bestpractice.com
Crianças pequenas apresentam principalmente risco de superdosagem não intencional por medicamentos; os adultos apresentam risco principalmente de ingestão intencional em tentativas de suicídio. Erros de dosagem, biodisponibilidade elevada e clearance reduzido também podem resultar em superdosagem.