O principal objetivo do tratamento da parada cardíaca súbita é conseguir o retorno da circulação espontânea (ao contrário do mediado por ressuscitação cardiopulmonar [RCP]).[67]Desbiens NA. Simplifying the diagnosis and management of pulseless electrical activity in adults: a qualitative review. Crit Care Med. 2008;36:391-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18216597?tool=bestpractice.com
O algoritmo do suporte básico de vida (SBV) e do suporte avançado de vida em cardiologia (ACLS) fornecido pela American Heart Association (AHA) proporciona uma abordagem sistemática para o tratamento da parada cardíaca súbita.[1]Panchal AR, Bartos JA, Cabañas JG, et al. Part 3: adult basic and advanced life support: 2020 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2020 Oct 20;142(16_suppl_2):S366-468.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000916
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33081529?tool=bestpractice.com
Os métodos variam sutilmente de acordo com o ritmo subjacente e a causa da parada cardíaca súbita, mas todos dependem de intervenção imediata para estabilizar o estado respiratório do paciente, considerando as vias aéreas, conforme necessário, e fornecendo medicamentos e outros tratamentos que salvam vidas com o objetivo de corrigir o ritmo instável, além de tratar a causa subjacente. Todos esses métodos proporcionam compressões para preservar a perfusão dos órgãos vitais.
Depois de acionar os serviços médicos de emergência, a primeira abordagem da parada cardíaca súbita é o SBV, fornecendo compressões (primeira prioridade), avaliando as vias aéreas e fornecendo a respiração. Essa recomendação de prioridade C-A-B da AHA para os adultos é uma mudança nas diretrizes com relação à prioridade A-B-C tradicionalmente ensinada, visando a enfatizar a importância de fornecer compressões torácicas sem demora.[1]Panchal AR, Bartos JA, Cabañas JG, et al. Part 3: adult basic and advanced life support: 2020 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2020 Oct 20;142(16_suppl_2):S366-468.
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[68]Rea TD, Fahrenbruch C, Culley L, et al. CPR with chest compression alone or with rescue breathing. N Engl J Med. 2010;363:423-33.
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[69]Svensson L, Bohm K, Castrèn M, et al. Compression-only CPR or standard CPR in out-of-hospital cardiac arrest. N Engl J Med. 2010;363:434-42.
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As pessoas leigas sem treinamento devem realizar a RCP por compressão, apenas.[1]Panchal AR, Bartos JA, Cabañas JG, et al. Part 3: adult basic and advanced life support: 2020 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2020 Oct 20;142(16_suppl_2):S366-468.
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Para socorristas treinados em RCP usando compressões torácicas e ventilação, é razoável oferecer respiração durante a reanimação, além das compressões.[1]Panchal AR, Bartos JA, Cabañas JG, et al. Part 3: adult basic and advanced life support: 2020 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2020 Oct 20;142(16_suppl_2):S366-468.
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[51]Wyckoff MH, Greif R, Morley PT, et al. 2022 International consensus on cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care science with treatment recommendations: summary from the Basic Life Support; Advanced Life Support; Pediatric Life Support; Neonatal Life Support; Education, Implementation, and Teams; and First Aid task forces. Circulation. 3 Nov 2022 [Epub ahead of print].
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36325905?tool=bestpractice.com
Nos casos em que se suspeitar que uma superdosagem de opioides possa ter causado a parada cardíaca deve-se administrar naloxona.[37]Dezfulian C, Orkin AM, Maron BA, et al. Opioid-associated out-of-hospital cardiac arrest: distinctive clinical features and implications for health care and public responses: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2021 Apr 20;143(16):e836-e870.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33682423?tool=bestpractice.com
Os pacientes que precisam de tratamento adicional recebem o ACLS de profissionais treinados.[1]Panchal AR, Bartos JA, Cabañas JG, et al. Part 3: adult basic and advanced life support: 2020 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2020 Oct 20;142(16_suppl_2):S366-468.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33081529?tool=bestpractice.com
Em qualquer momento durante o emprego do ACLS, o ritmo poderá mudar de taquicardia ventricular (TV)/fibrilação ventricular (FV) sem pulso para uma atividade elétrica sem pulso (AESP)/assistolia ou vice-versa. Nesse caso, deve ser seguido o algoritmo do ACLS apropriado para o novo ritmo.
Recomenda-se adrenalina em ritmo chocável e não chocável.[1]Panchal AR, Bartos JA, Cabañas JG, et al. Part 3: adult basic and advanced life support: 2020 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2020 Oct 20;142(16_suppl_2):S366-468.
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[50]Soar J, Böttiger BW, Carli P, et al. European Resuscitation Council guidelines 2021: adult advanced life support. Resuscitation. 2021 Apr;161:115-51.
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[54]Perman SM, Elmer J, Maciel CB, et al. 2023 American Heart Association focused update on adult advanced cardiovascular life support: an update to the American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2024 Jan 30;149(5):e254-73.
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Ficou comprovado que o uso da adrenalina durante a parada cardíaca aumenta a taxa de retorno da circulação espontânea (RCE) e a sobrevida em curto prazo.[70]Perkins GD, Ji C, Achana F, et al. Adrenaline to improve survival in out-of-hospital cardiac arrest: the PARAMEDIC2 RCT. Health Technol Assess. 2021 Apr;25(25):1-166.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33861194?tool=bestpractice.com
[71]Perkins GD, Ji C, Deakin CD, et al. A randomized trial of epinephrine in out-of-hospital cardiac arrest. N Engl J Med. 2018 Aug 23;379(8):711-21.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1806842
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[72]Holmberg MJ, Issa MS, Moskowitz A, et al. Vasopressors during adult cardiac arrest: a systematic review and meta-analysis. Resuscitation. 2019 Jun;139:106-21.
https://www.resuscitationjournal.com/article/S0300-9572(19)30122-4/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30980877?tool=bestpractice.com
[73]Finn J, Jacobs I, Williams TA, et al. Adrenaline and vasopressin for cardiac arrest. Cochrane Database Syst Rev. 2019 Jan 17;(1):CD003179.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD003179.pub2/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30653257?tool=bestpractice.com
No entanto, não se demonstrou que o uso da adrenalina durante a parada cardíaca causa melhoras consideráveis nos desfechos neurológicos, e ele pode levar a taxas mais altas de comprometimento neurológico grave entre os sobreviventes.[70]Perkins GD, Ji C, Achana F, et al. Adrenaline to improve survival in out-of-hospital cardiac arrest: the PARAMEDIC2 RCT. Health Technol Assess. 2021 Apr;25(25):1-166.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33861194?tool=bestpractice.com
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Um grande ensaio clínico randomizado e controlado (PARAMEDIC2) não encontrou diferença significativa na proporção de pacientes que sobreviveram até a alta com desfecho neurológico favorável.[70]Perkins GD, Ji C, Achana F, et al. Adrenaline to improve survival in out-of-hospital cardiac arrest: the PARAMEDIC2 RCT. Health Technol Assess. 2021 Apr;25(25):1-166.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33861194?tool=bestpractice.com
Durante a realização do ACLS, a equipe de atendimento avaliará e tratará qualquer suspeita de causa reversível da parada cardíaca. Se houver suspeita ou confirmação de intoxicação, deve-se realizar uma consulta oportuna com um toxicologista ou centro regional de intoxicação para facilitar uma terapia rápida e efetiva. O tratamento da parada cardíaca e da toxicidade com risco à vida devida a envenenamentos geralmente requer tratamentos especializados que a maioria dos médicos não utiliza com frequência, como antídotos e oxigenação por membrana extracorpórea venoarterial, além de suportes básico e avançado à vida efetivos. Foram publicadas diretrizes para o tratamento específico da parada cardíaca devido a envenenamento crítico por benzodiazepínicos, betabloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio, cocaína, cianeto, digoxina e glicosídeos cardíacos relacionados, anestésicos locais, metemoglobinemia, opioides, organofosforados e carbamatos, antagonistas dos canais de sódio e simpaticomiméticos.[35]Lavonas EJ, Akpunonu PD, Arens AM, et al. 2023 American Heart Association focused update on the management of patients with cardiac arrest or life-threatening toxicity due to poisoning: an update to the American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2023 Oct 17;148(16):e149-84.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001161
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37721023?tool=bestpractice.com
As diretrizes dos EUA publicadas durante a pandemia de COVID-19 aconselham que as compressões torácicas ou a desfibrilação não devem ser adiadas para que os profissionais coloquem seu equipamento de proteção individual (EPI), mas que a equipe de reanimação inicial deve ser substituída por profissionais que usem EPI apropriado o mais rapidamente possível.[74]Hsu A, Sasson C, Kudenchuk PJ, et al. 2021 Interim guidance to health care providers for basic and advanced cardiac life support in adults, children, and neonates with suspected or confirmed COVID-19. Circ Cardiovasc Qual Outcomes. 2021 Oct;14(10):e008396.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIRCOUTCOMES.121.008396
Se o paciente não puder ser colocado em posição supina, a ressuscitação cardiopulmonar pode ser realizada na posição prona, principalmente se o paciente tiver vias aéreas avançadas e suporte circulatório.[75]Task Force for the management of COVID-19 of the European Society of Cardiology. ESC guidance for the diagnosis and management of cardiovascular disease during the COVID-19 pandemic: part 2-care pathways, treatment, and follow-up. Eur Heart J. 2022 Mar 14;43(11):1059-103.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34791154?tool=bestpractice.com
As diretrizes do Reino Unido aconselham que, para aqueles que trabalham em ambientes de saúde, o uso de máscaras FFP3 ou respiradores médicos e proteção ocular é recomendado ao realizar compressões torácicas em pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19. O EPI deve ser colocado o mais rapidamente possível para evitar atrasos no tratamento.[76]Resuscitation Council UK. Guidance: COVID-19: update to Resuscitation Council UK (RCUK) guidance for practice. Aug 2022 [internet publication].
https://www.resus.org.uk/library/additional-guidance/guidance-covid-19
Ritmos chocáveis (TV e FV sem pulso)
Nos casos de TV/FV sem pulso, o manejo inicial é o de SBV conforme descrito acima (método C-A-B). A rápida realização da RCP, incluindo somente compressão, por pessoas presentes nos casos de parada fora do âmbito hospitalar aumenta a taxa de sobrevivência.[7]Zeppenfeld K, Tfelt-Hansen J, de Riva M, et al. 2022 ESC Guidelines for the management of patients with ventricular arrhythmias and the prevention of sudden cardiac death. Eur Heart J. 2022 Oct 21;43(40):3997-4126.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36017572?tool=bestpractice.com
[77]Gallagher EJ, Lombardi G, Gennis P. Effectiveness of bystander cardiopulmonary resuscitation and survival following out-of-hospital cardiac arrest. JAMA. 1995;274:1922-5.
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[78]Zhan L, Yang LJ, Huang Y, et al. Continuous chest compression versus interrupted chest compression for cardiopulmonary resuscitation of non-asphyxial out-of-hospital cardiac arrest. Cochrane Database Syst Rev. 2017;(3):CD010134.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28349529?tool=bestpractice.com
Leigos nos EUA iniciaram a RCP em 40% das paradas cardíacas fora do âmbito hospitalar (PCFH) em 2022.[2]Martin SS, Aday AW, Almarzooq ZI, et al. 2024 heart disease and stroke statistics: a report of US and global data from the American Heart Association. Circulation. 2024 Feb 20;149(8):e347-913.
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Trabalhos mostram que a reanimação apenas por compressão por espectadores para a PCFH é igualmente, se não mais, eficiente no fornecimento de terapia que salva a vida, em comparação com a RCP convencional com respirações de resgate.[1]Panchal AR, Bartos JA, Cabañas JG, et al. Part 3: adult basic and advanced life support: 2020 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2020 Oct 20;142(16_suppl_2):S366-468.
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[79]SOS-KANTO study group. Cardiopulmonary resuscitation by bystanders with chest compression only (SOS-KANTO): an observational study. Lancet. 2007;369:920-6.
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Em uma pesquisa com 9022 pessoas nos EUA em 2015, a prevalência de treinamento atualizado em RCP relatado foi de 18%, e a prevalência de treinamento em RCP em algum momento da vida foi de 65%. As taxas foram mais baixas entre os hispânicos/latinos, os idosos, as pessoas com menos educação formal e os grupos de renda mais baixa.[80]Blewer AL, Ibrahim SA, Leary M, et al. Cardiopulmonary resuscitation training disparities in the United States. J Am Heart Assoc. 2017 May 17;6(5):e006124.
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Pesquisas apoiam aumentar a disponibilidade de desfibriladores de acesso público e a formação comunitária em métodos de SBV, incluindo treinamentos para crianças em idade escolar.[7]Zeppenfeld K, Tfelt-Hansen J, de Riva M, et al. 2022 ESC Guidelines for the management of patients with ventricular arrhythmias and the prevention of sudden cardiac death. Eur Heart J. 2022 Oct 21;43(40):3997-4126.
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[81]Schroeder DC, Semeraro F, Greif R, et al. KIDS SAVE LIVES: basic life support education for schoolchildren: a narrative review and scientific statement from the International Liaison Committee on Resuscitation. Circulation. 2023 Jun 13;147(24):1854-68.
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O treinamento em SBV deve ser particularmente encorajado para prováveis socorristas de pessoas com alto risco de PCFH, como aqueles com doença cardíaca, doença pulmonar e transtornos relacionados ao uso de substâncias.[51]Wyckoff MH, Greif R, Morley PT, et al. 2022 International consensus on cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care science with treatment recommendations: summary from the Basic Life Support; Advanced Life Support; Pediatric Life Support; Neonatal Life Support; Education, Implementation, and Teams; and First Aid task forces. Circulation. 3 Nov 2022 [Epub ahead of print].
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Na Suécia, a RCP por espectadores aumentou de 30.9% para 82.2% entre 1990 e 2020, provavelmente devido a uma campanha de 40 anos para educar a população sobre RCP.[82]Jerkeman M, Sultanian P, Lundgren P, et al. Trends in survival after cardiac arrest: a Swedish nationwide study over 30 years. Eur Heart J. 2022 Dec 7;43(46):4817-29.
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O ACLS é iniciado quando os profissionais treinados chegam. Se a circulação espontânea não for restaurada e o ritmo chocável for identificado, deverá ser aplicado um choque (120-200 J para bifásico ou 360 J para monofásico), seguido por 5 ciclos (2 minutos) de RCP.[1]Panchal AR, Bartos JA, Cabañas JG, et al. Part 3: adult basic and advanced life support: 2020 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2020 Oct 20;142(16_suppl_2):S366-468.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33081529?tool=bestpractice.com
Obtém-se um acesso intravenoso (preferencial) ou intraósseo sem se interromper a RCP.[1]Panchal AR, Bartos JA, Cabañas JG, et al. Part 3: adult basic and advanced life support: 2020 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2020 Oct 20;142(16_suppl_2):S366-468.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33081529?tool=bestpractice.com
O pulso e o ritmo são avaliados novamente e, se o paciente continuar com TV/FV sem pulso, outro choque equivalente ou de maior potência será aplicado, e será administrada adrenalina seguida por 5 ciclos (2 minutos) de RCP.[1]Panchal AR, Bartos JA, Cabañas JG, et al. Part 3: adult basic and advanced life support: 2020 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2020 Oct 20;142(16_suppl_2):S366-468.
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[54]Perman SM, Elmer J, Maciel CB, et al. 2023 American Heart Association focused update on adult advanced cardiovascular life support: an update to the American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2024 Jan 30;149(5):e254-73.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38108133?tool=bestpractice.com
Se o ritmo ainda for de TV/FV sem pulso, outro choque será aplicado junto com amiodarona
[
]
How does amiodarone compare with other antiarrhythmic drugs for the secondary prevention of sudden cardiac death in at-risk adults?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.1276/fullMostre-me a resposta ou lidocaína, e a RCP continuará por 5 ciclos (2 minutos). Se o paciente continuar em um ritmo chocável, o algoritmo reiniciará no estágio da administração de adrenalina. Esse ciclo continua até a circulação espontânea ser alcançada, ou até as medidas de ressuscitação serem encerradas.
Nas situações de presenciamento de parada cardíaca, a desfibrilação elétrica deve ser aplicada o quanto antes, não necessariamente depois de 5 ciclos (2 minutos) de RCP.[1]Panchal AR, Bartos JA, Cabañas JG, et al. Part 3: adult basic and advanced life support: 2020 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2020 Oct 20;142(16_suppl_2):S366-468.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000916
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33081529?tool=bestpractice.com
Devido à importância da desfibrilação imediata, o uso de "desfibrilação de acesso público" por leigos com desfibriladores externos automáticos tem sido defendido e tem aumentado a taxa de pacientes de parada cardíaca súbita que sobrevivem até a alta hospitalar.[7]Zeppenfeld K, Tfelt-Hansen J, de Riva M, et al. 2022 ESC Guidelines for the management of patients with ventricular arrhythmias and the prevention of sudden cardiac death. Eur Heart J. 2022 Oct 21;43(40):3997-4126.
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[84]The Public Access Defibrillation Trial Investigators. Public-access defibrillation and survival after out-of-hospital cardiac arrest. N Engl J Med. 2004;351:637-46.
http://content.nejm.org/cgi/content/short/351/7/637
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[85]Sanna T, La Torre G, de Waure C, et al. Cardiopulmonary resuscitation alone vs. cardiopulmonary resuscitation plus automated external defibrillator use by non-healthcare professionals: a meta-analysis on 1583 cases of out-of-hospital cardiac arrest. Resuscitation. 2008;76:226-32.
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Comprovou-se que o acesso público à desfibrilação para pessoas leigas e socorristas sem treinamento tem maior impacto sobre a sobrevida que a desfibrilação realizada por socorristas profissionais de primeira resposta.[86]Bækgaard JS, Viereck S, Møller TP, et al. The effects of public access defibrillation on survival after out-of-hospital cardiac arrest: a systematic review of observational studies. Circulation. 2017 Sep 5;136(10):954-65.
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O International Liaison Committee on Resuscitation sugere que o uso de uma estratégia de desfibrilação sequencial dupla ou de uma estratégia de desfibrilação com mudança de vetor pode ser considerado para os adultos que permanecem em TV/FV sem pulso após 3 ou mais choques consecutivos (esta é uma recomendação fraca, baseada em uma evidência de certeza muito baixa).[87]Greif R, Bray JE, Djärv T, et al. 2024 International consensus on cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care science with treatment recommendations: summary from the basic life support; advanced life support; pediatric life support; neonatal life support; education, implementation, and teams; and first aid task forces. Resuscitation. 2024 Dec;205:110414.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39549953?tool=bestpractice.com
Se for utilizada uma estratégia de desfibrilação sequencial dupla, é uma boa prática que um único operador ative os desfibriladores em sequência.[87]Greif R, Bray JE, Djärv T, et al. 2024 International consensus on cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care science with treatment recommendations: summary from the basic life support; advanced life support; pediatric life support; neonatal life support; education, implementation, and teams; and first aid task forces. Resuscitation. 2024 Dec;205:110414.
https://www.resuscitationjournal.com/article/S0300-9572(24)00308-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39549953?tool=bestpractice.com
Em pacientes com parada cardíaca súbita decorrente de torsades de pointes, a administração de magnésio poderá restaurar um ritmo cardíaco com perfusão.[88]Tzivoni D, Banai S, Schuger C, et al. Treatment of torsade de pointes with magnesium sulfate. Circulation.1988; 77:392-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3338130?tool=bestpractice.com
[89]Reis AG, Ferreira de Paiva E, Schvartsman C, et al. Magnesium in cardiopulmonary resuscitation: critical review. Resuscitation. 2008;77:21-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18037222?tool=bestpractice.com
Ritmos não chocáveis (AESP e assistolia)
Nos casos de AESP/assistolia, a prescrição inicial é de SBV conforme descrito acima (método C-A-B).
O ACLS é iniciado quando os profissionais treinados chegam. Se a circulação espontânea não for restaurada e o ritmo não chocável for identificado, são fornecidos 5 ciclos (2 minutos) de RCP.[1]Panchal AR, Bartos JA, Cabañas JG, et al. Part 3: adult basic and advanced life support: 2020 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2020 Oct 20;142(16_suppl_2):S366-468.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000916
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33081529?tool=bestpractice.com
O acesso intravenoso (de escolha) ou intraósseo é obtido sem se interromper a RCP, e a adrenalina é administrada assim que possível e a cada 3-5 minutos posteriormente. O pulso e o ritmo são avaliados a cada 5 ciclos (2 minutos) de RCP e, se um ritmo sem pulso não chocável permanecer, a RCP deve ser mantida.[1]Panchal AR, Bartos JA, Cabañas JG, et al. Part 3: adult basic and advanced life support: 2020 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2020 Oct 20;142(16_suppl_2):S366-468.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000916
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33081529?tool=bestpractice.com
Esse ciclo de administrar RCP e adrenalina continua até que a circulação espontânea seja alcançada ou a ressuscitação seja terminada. Além disso, pode ser considerado o tratamento empírico em causas provavelmente reversíveis; por exemplo, bicarbonato de cálcio para hipercalemia em pacientes com história de insuficiência renal. Não há evidências que sugiram que o marcapasso transcutâneo deva ser usado em pacientes com parada assistólica.[90]Sherbino J, Verbeek PR, MacDonald RD, et al. Prehospital transcutaneous cardiac pacing for symptomatic bradycardia or bradyasystolic cardiac arrest: a systematic review. Resuscitation. 2006;70:193-200.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16814446?tool=bestpractice.com
Cuidados pós-ressuscitação
Se a RCE for alcançada, os cuidados pós-ressuscitação devem ser iniciados de maneira imediata Isso envolve um monitoramento contínuo, suporte orgânico, correção de desequilíbrios eletrolíticos e acidose, e a transferência segura para um ambiente de cuidados intensivos. Deve ser realizada uma pesquisa minuciosa das possíveis etiologias, e os fatores de risco para a parada cardíaca súbita devem ser modificados ou tratados.
Recomenda-se realizar um eletrocardiograma (ECG) de 12 derivações logo após o RCE para determinar se há sinais de infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST).[1]Panchal AR, Bartos JA, Cabañas JG, et al. Part 3: adult basic and advanced life support: 2020 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2020 Oct 20;142(16_suppl_2):S366-468.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000916
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33081529?tool=bestpractice.com
Nos pacientes com IAMCSST deve ser realizada uma angiografia coronária de emergência, com ou sem intervenção coronária percutânea.[54]Perman SM, Elmer J, Maciel CB, et al. 2023 American Heart Association focused update on adult advanced cardiovascular life support: an update to the American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2024 Jan 30;149(5):e254-73.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001194
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38108133?tool=bestpractice.com
A angiografia coronariana de emergência também é justificada para determinados pacientes com suspeita de síndrome coronariana aguda sem supradesnivelamento do segmento ST, incluindo aqueles com instabilidade hemodinâmica/elétrica ou sinais de isquemia continuada.[54]Perman SM, Elmer J, Maciel CB, et al. 2023 American Heart Association focused update on adult advanced cardiovascular life support: an update to the American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2024 Jan 30;149(5):e254-73.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001194
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38108133?tool=bestpractice.com
Não é recomendado o uso de uma angiografia tardia nos pacientes com RCE na ausência de supradesnivelamento do segmento ST, choque, instabilidade elétrica, sinais de dano miocárdico significativo ou isquemia continuada.[54]Perman SM, Elmer J, Maciel CB, et al. 2023 American Heart Association focused update on adult advanced cardiovascular life support: an update to the American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2024 Jan 30;149(5):e254-73.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001194
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38108133?tool=bestpractice.com
A lesão cerebral anóxica é uma complicação frequente da parada cardíaca súbita. Uma revisão sistemática da literatura demonstra que os protocolos de controle de temperatura direcionados melhoram a sobrevida e o desfecho neurológico após uma ressuscitação de parada cardíaca súbita, com as diretrizes continuando a apoiar o seu uso.[1]Panchal AR, Bartos JA, Cabañas JG, et al. Part 3: adult basic and advanced life support: 2020 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2020 Oct 20;142(16_suppl_2):S366-468.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000916
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33081529?tool=bestpractice.com
[91]Donnino MW, Andersen LW, Berg KM, et al; ILCOR ALS Task Force. Temperature management after cardiac arrest: an advisory statement by the Advanced Life Support Task Force of the International Liaison Committee on Resuscitation and the American Heart Association Emergency Cardiovascular Care Committee and the Council on Cardiopulmonary, Critical Care, Perioperative and Resuscitation. Circulation. 2015 Dec 22;132(25):2448-56.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000313
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26434495?tool=bestpractice.com
A American Heart Association (AHA) recomenda que todos os pacientes incapazes de seguir comandos (ou seja, comatosos) recebam um tratamento que inclua o controle da temperatura, independentemente do local da parada ou do ritmo apresentado.[54]Perman SM, Elmer J, Maciel CB, et al. 2023 American Heart Association focused update on adult advanced cardiovascular life support: an update to the American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2024 Jan 30;149(5):e254-73.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001194
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38108133?tool=bestpractice.com
Existe um intervalo para a temperatura alvo, com as evidências mais recentes sugerindo que manter a normotermia (ou seja, evitar a febre) pode ser equivalente a atingir a hipotermia. Um grande ensaio clínico randomizado e controlado (TTM2) que estudou pacientes com coma após uma PCFH não encontrou diferença na sobrevida ou no desfecho neurológico a 6 meses nos pacientes tratados com hipotermia (temperatura alvo de 33 °C [91.4°F]) em comparação com a normotermia (temperatura alvo ≤37.5 °C [≤99.5 °F]).[92]Dankiewicz J, Cronberg T, Lilja G, et al. Hypothermia versus normothermia after out-of-hospital cardiac arrest. N Engl J Med. 2021 Jun 17;384(24):2283-94.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2100591?url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori:rid:crossref.org&rfr_dat=cr_pub%20%200pubmed
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34133859?tool=bestpractice.com
Um ensaio anterior (TTM) constatou que uma temperatura alvo de 33 °C (91.4 °F) não conferiu nenhum benefício em comparação com 36 °C (96.8 °F).[93]Nielsen N, Wetterslev J, Cronberg T, et al; TTM Trial Investigators. Targeted temperature management at 33°C versus 36°C after cardiac arrest. N Engl J Med. 2013;369:2197-206.
http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1310519
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24237006?tool=bestpractice.com
Para os pacientes adultos comatosos com RCE, as diretrizes da AHA recomendam atingir uma temperatura entre 32 °C e 37.5 °C (89.6 °F e 99.5 °F) por pelo menos 24 horas, e evitar a febre após a fase inicial de controle da temperatura.[54]Perman SM, Elmer J, Maciel CB, et al. 2023 American Heart Association focused update on adult advanced cardiovascular life support: an update to the American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2024 Jan 30;149(5):e254-73.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001194
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38108133?tool=bestpractice.com
[94]Perman SM, Bartos JA, Del Rios M, et al. Temperature management for comatose adult survivors of cardiac arrest: a science advisory from the American Heart Association. Circulation. 2023 Sep 19;148(12):982-8.
https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000001164
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37584195?tool=bestpractice.com
As diretrizes de 2024 do International Liaison Committee on Resuscitation recomendam prevenir ativamente a febre visando uma temperatura de ≤37.5 °C (≤99.5 °F) por 36-72 horas, comentando que os benefícios de atingir a hipotermia entre 32 °C e 34 °C (89.6 ° e 93.2 °F) em subpopulações selecionadas de pacientes permanecem incertos.[87]Greif R, Bray JE, Djärv T, et al. 2024 International consensus on cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care science with treatment recommendations: summary from the basic life support; advanced life support; pediatric life support; neonatal life support; education, implementation, and teams; and first aid task forces. Resuscitation. 2024 Dec;205:110414.
https://www.resuscitationjournal.com/article/S0300-9572(24)00308-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39549953?tool=bestpractice.com
As diretrizes europeias recomendam atingir uma temperatura entre 32 °C e 36 °C (89.6 °F e 96.8 °F).[95]Nolan JP, Sandroni C, Böttiger BW, et al. European Resuscitation Council and European Society of Intensive Care Medicine guidelines 2021: post-resuscitation care. Resuscitation. 2021 Apr;161:220-69.
https://www.cprguidelines.eu/assets/guidelines/European-Resuscitation-Council-and-European-Societ.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33773827?tool=bestpractice.com
O tratamento com temperatura controlada tem três fases: indução, manutenção e reaquecimento. A indução e/ou a manutenção pode ser obtida por:[95]Nolan JP, Sandroni C, Böttiger BW, et al. European Resuscitation Council and European Society of Intensive Care Medicine guidelines 2021: post-resuscitation care. Resuscitation. 2021 Apr;161:220-69.
https://www.cprguidelines.eu/assets/guidelines/European-Resuscitation-Council-and-European-Societ.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33773827?tool=bestpractice.com
Sacos de gelo simples com ou sem toalhas molhadas
Mantas ou almofadas de resfriamento
Mantas com água ou circulação de ar
Bolsas revestidas de gel com circulação de água
Resfriamento evaporativo transnasal
Trocador de calor intravascular
Circulação extracorpórea.
O resfriamento pré-hospitalar rotineiro dos pacientes após o RCE com uma infusão rápida de fluidoterapia intravenosa resfriada não é recomendado.[1]Panchal AR, Bartos JA, Cabañas JG, et al. Part 3: adult basic and advanced life support: 2020 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2020 Oct 20;142(16_suppl_2):S366-468.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000916
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33081529?tool=bestpractice.com
[51]Wyckoff MH, Greif R, Morley PT, et al. 2022 International consensus on cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care science with treatment recommendations: summary from the Basic Life Support; Advanced Life Support; Pediatric Life Support; Neonatal Life Support; Education, Implementation, and Teams; and First Aid task forces. Circulation. 3 Nov 2022 [Epub ahead of print].
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36325905?tool=bestpractice.com
[95]Nolan JP, Sandroni C, Böttiger BW, et al. European Resuscitation Council and European Society of Intensive Care Medicine guidelines 2021: post-resuscitation care. Resuscitation. 2021 Apr;161:220-69.
https://www.cprguidelines.eu/assets/guidelines/European-Resuscitation-Council-and-European-Societ.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33773827?tool=bestpractice.com
O reaquecimento deve acontecer lentamente (0.25 °C a 0.50 °C [0.45 °F a 0.90 °F] de reaquecimento por hora) para evitar a hipertermia rebote, que está associada a desfechos neurológicos piores.[95]Nolan JP, Sandroni C, Böttiger BW, et al. European Resuscitation Council and European Society of Intensive Care Medicine guidelines 2021: post-resuscitation care. Resuscitation. 2021 Apr;161:220-69.
https://www.cprguidelines.eu/assets/guidelines/European-Resuscitation-Council-and-European-Societ.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33773827?tool=bestpractice.com
Há evidências de que os pacientes que recebem cuidados pós-ressuscitação em centros especializados apresentam taxas mais altas de sobrevida intacta neurologicamente, o que indica que, de preferência, o tratamento pós-ressuscitação deve ser realizado nesse ambiente.[96]Bosson N, Kaji AH, Niemann JT, et al. Survival and neurologic outcome after out-of-hospital cardiac arrest: results one year after regionalization of post-cardiac arrest care in a large metropolitan area. Prehosp Emerg Care. 2014 Apr-Jun;18(2):217-23.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24401209?tool=bestpractice.com
[97]Sinning C, Ahrens I, Cariou A, et al. The cardiac arrest centre for the treatment of sudden cardiac arrest due to presumed cardiac cause - aims, function and structure: Position paper of the Association for Acute CardioVascular Care of the European Society of Cardiology (AVCV), European Association of Percutaneous Coronary Interventions (EAPCI), European Heart Rhythm Association (EHRA), European Resuscitation Council (ERC), European Society for Emergency Medicine (EUSEM) and European Society of Intensive Care Medicine (ESICM). Eur Heart J Acute Cardiovasc Care. 2020 Nov;9(4_suppl):S193-S202.
https://academic.oup.com/ehjacc/article/9/4_suppl/S193/6125627?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33327761?tool=bestpractice.com
Demonstrou-se que os centros de parada cardíaca apresentam maior coerência com as diretrizes em comparação com os centros não especializados em parada cardíaca.[98]Jorge-Perez P, Nikolaou N, Donadello K, et al. Management of comatose survivors of out-of-hospital cardiac arrest in Europe: current treatment practice and adherence to guidelines. A joint survey by the Association for Acute CardioVascular Care (ACVC) of the ESC, the European Resuscitation Council (ERC), the European Society for Emergency Medicine (EUSEM), and the European Society of Intensive Care Medicine (ESICM). Eur Heart J Acute Cardiovasc Care. 2023 Feb 9;12(2):96-105.
https://academic.oup.com/ehjacc/article/12/2/96/6862066
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36454812?tool=bestpractice.com
A reabilitação neurológica hospitalar pode ser útil para os sobreviventes que tiverem sofrido lesão cerebral hipóxico-isquêmica, embora faltem diretrizes e evidências específicas nesta população de pacientes.[95]Nolan JP, Sandroni C, Böttiger BW, et al. European Resuscitation Council and European Society of Intensive Care Medicine guidelines 2021: post-resuscitation care. Resuscitation. 2021 Apr;161:220-69.
https://www.cprguidelines.eu/assets/guidelines/European-Resuscitation-Council-and-European-Societ.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33773827?tool=bestpractice.com
Muitos pacientes também serão elegíveis para programas de reabilitação cardíaca, os quais demonstraram reduzir a mortalidade cardiovascular e as internações hospitalares, além de melhorar a qualidade de vida. Eles são, na sua maioria, programas genéricos nos quais podem participar pacientes com diferentes doenças cardíacas, por exemplo pós-síndrome coronária aguda, insuficiência cardíaca ou pós-cirurgia cardíaca. Eles envolvem treinamento físico, gerenciamento dos fatores de risco, aconselhamento sobre estilo de vida, educação e apoio psicológico.[95]Nolan JP, Sandroni C, Böttiger BW, et al. European Resuscitation Council and European Society of Intensive Care Medicine guidelines 2021: post-resuscitation care. Resuscitation. 2021 Apr;161:220-69.
https://www.cprguidelines.eu/assets/guidelines/European-Resuscitation-Council-and-European-Societ.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33773827?tool=bestpractice.com
O manejo em longo prazo tem como principal foco a prevenção da recorrência. Os pacientes não devem usar substâncias tóxicas. O uso de um cardioversor-desfibrilador implantável (CDI) demonstrou uma redução significativa na mortalidade em comparação com a terapia medicamentosa antiarrítmica na prevenção secundária da parada cardíaca súbita.[7]Zeppenfeld K, Tfelt-Hansen J, de Riva M, et al. 2022 ESC Guidelines for the management of patients with ventricular arrhythmias and the prevention of sudden cardiac death. Eur Heart J. 2022 Oct 21;43(40):3997-4126.
https://academic.oup.com/eurheartj/article/43/40/3997/6675633?login=false
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36017572?tool=bestpractice.com
[99]Antiarrhythmics versus Implantable Defibrillators (AVID) Investigators. A comparison of antiarrhythmic drug therapy with implantable defibrillators in patients resuscitated from near-fatal ventricular arrhythmias. N Engl J Med. 1997;337:1576-84.
http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJM199711273372202#t=article
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9411221?tool=bestpractice.com
Término da ressuscitação
É uma questão desafiadora do ponto de vista ético ao tratar pacientes cuja circulação espontânea não retorna com rapidez. Não há nenhum fator capaz de determinar quando se deve terminar os esforços de ressuscitação; deve ser uma decisão baseada no julgamento clínico e no respeito à dignidade humana.[1]Panchal AR, Bartos JA, Cabañas JG, et al. Part 3: adult basic and advanced life support: 2020 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2020 Oct 20;142(16_suppl_2):S366-468.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000916
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33081529?tool=bestpractice.com
Em cenários pré-hospitalares onde o Sistema de Emergências Médicas de Suporte Básico à Vida (SBV) estiverem prestando atendimento e os provedores de Suporte Avançado de Vida (ALS) não estão disponíveis ou apresentarão atraso significativo, a ressuscitação pode ser interrompida com base em uma regra validada se todos os seguintes critérios forem atendidos:[1]Panchal AR, Bartos JA, Cabañas JG, et al. Part 3: adult basic and advanced life support: 2020 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2020 Oct 20;142(16_suppl_2):S366-468.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000916
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33081529?tool=bestpractice.com
[100]Morrison LJ, Verbeek PR, Vermeulen MJ, et al. Derivation and evaluation of a termination of resuscitation clinical prediction rule for advanced life support providers. Resuscitation. 2007 Aug;74(2):266-75.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17383072?tool=bestpractice.com
[101]Morrison LJ, Visentin LM, Kiss A, et al. Validation of a rule for termination of resuscitation in out-of-hospital cardiac arrest. N Engl J Med. 2006 Aug 3;355(5):478-87.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa052620
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16885551?tool=bestpractice.com
O Sistema de Emergências Médicas não tiver testemunhado a parada
O paciente não apresentou RCE antes de ser transportado
Nenhum choque tiver sido administrado antes do transporte.
Em cenários pré-hospitalares em que o Sistema de Emergências Médicas de Suporte Avançado de Vida estiver prestando atendimento, a ressuscitação pode ser interrompida com base em uma regra validada se todos os critérios a seguir forem atendidos:[1]Panchal AR, Bartos JA, Cabañas JG, et al. Part 3: adult basic and advanced life support: 2020 American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2020 Oct 20;142(16_suppl_2):S366-468.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000916
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33081529?tool=bestpractice.com
A parada não tiver sido testemunhada
A RCP tiver sido fornecida por um espectador
O paciente não apresentou RCE antes de ser transportado
Nenhum choque tiver sido administrado antes do transporte.
Em uma metanálise, as regras de interrupção da ressuscitação do SBV e do ALS tiveram uma baixa taxa de erros (proporção recomendada de interrupção da ressuscitação nas quais, no entanto, os pacientes sobreviveram até a alta) de 0.13% e 0.01%, respectivamente.[102]Ebell MH, Vellinga A, Masterson S, et al. Meta-analysis of the accuracy of termination of resuscitation rules for out-of-hospital cardiac arrest. Emerg Med J. 2019 Aug;36(8):479-84.
https://heart.bmj.com/content/108/12/e1
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31142552?tool=bestpractice.com
As medidas de ressuscitação devem ser terminadas caso haja documentação comprovando que o paciente não deseja ser ressuscitado. A interrupção das medidas de ressuscitação também pode ser considerada de acordo com os seguintes parâmetros:[103]Bailey ED, Wydro GC, Cone DC. Termination of resuscitation in the prehospital setting for adult patients suffering nontraumatic cardiac arrest. National Association of EMS Physicians Standards and Clinical Practice Committee. Prehosp Emerg Care. 2000;4:190-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10782611?tool=bestpractice.com
Demora no início da RCP em parada cardíaca não presenciada
Ressuscitação malsucedida após 20 minutos de terapia orientada pela diretriz de ACLS
Condições que comprometam a segurança dos profissionais de cuidados de emergência.
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Após uma PCFH súbita com reanimação malsucedida, a doação de órgãos pode ser considerada, mas é comumente negligenciada. Dados de um estudo unicêntrico no Reino Unido sugerem que apenas 39% dos pacientes que se não recuperaram após uma PCFH foram encaminhados para doação de órgãos. Dos encaminhados, o consentimento foi obtido em apenas 68%, e 25% chegaram a doar, em média, 1.9 órgão por paciente.[106]Cheetham OV, Thomas MJ, Hadfield J, et al. Rates of organ donation in a UK tertiary cardiac arrest centre following out-of-hospital cardiac arrest. Resuscitation. 2016 Apr;101:41-3.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26812522?tool=bestpractice.com
A AHA recomenda que a doação de órgãos seja considerada em todos os pacientes ressuscitados que atendam aos critérios neurológicos para morte, ou antes da suspensão planejada das terapias de suporte à vida.[54]Perman SM, Elmer J, Maciel CB, et al. 2023 American Heart Association focused update on adult advanced cardiovascular life support: an update to the American Heart Association guidelines for cardiopulmonary resuscitation and emergency cardiovascular care. Circulation. 2024 Jan 30;149(5):e254-73.
https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001194
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/38108133?tool=bestpractice.com
Uma análise realizada pelo International Liaison Committee on Resuscitation concluiu que existem inúmeras barreiras e desafios logísticos para a criação de sistemas que apoiem a doação de órgãos após uma parada cardíaca; os autores recomendam que todos os sistemas de saúde desenvolvam, implementem e avaliem protocolos destinados a otimizar as oportunidades de doação de órgãos nesta situação.[107]Morrison LJ, Sandroni C, Grunau B, et al. Organ donation after out-of-hospital cardiac arrest: a scientific statement from the International Liaison Committee on Resuscitation. Resuscitation. 2023 Sep;190:109864.
https://www.resuscitationjournal.com/article/S0300-9572(23)00177-6/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37548950?tool=bestpractice.com