Investigações

Primeiras investigações a serem solicitadas

Hemograma completo com diferencial

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O hemograma completo e diferencial é usado na avaliação inicial e no monitoramento do acompanhamento.

Mais de 90% dos pacientes com leucemia linfocítica aguda (LLA) apresentam anormalidades hematológicas clinicamente evidentes no momento do diagnóstico inicial.

Anemia normocítica normocrômica com baixa contagem de reticulócitos está presente em 80% dos pacientes.

A leucocitose é encontrada em 50% dos pacientes. Em 25% desses pacientes, a contagem leucocitária é >50 × 10⁹/L (>50.000/microlitro). A contagem leucocitária alta à apresentação está associada a um prognóstico mais desfavorável.

Apesar da elevação dos leucócitos, muitos pacientes apresentam neutropenia grave (contagem absoluta de neutrófilos <0.5 x 10⁹/L [<500 células/microlitro]), o que os coloca em alto risco de infecções graves.[56] Consulte Neutropenia febril.

A trombocitopenia é comum, afetando 75% dos pacientes.[1][2][8]

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anemia, leucocitose, neutropenia, trombocitopenia

esfregaço de sangue periférico

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Linfoblastos leucêmicos podem ser detectados em esfregaço de sangue periférico.

A presença de linfoblastos leucêmicos ≥1 x 10⁹/L (≥1000/microlitro) no sangue periférico é suficiente para o encaminhamento para um exame da medula óssea à apresentação.[57]

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presença de linfoblastos leucêmicos (≥1 x 10⁹/L [≥1000/microlitro])

eletrólitos séricos

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Medidos na avaliação inicial e monitorados durante o acompanhamento.

Hipercalemia, hiperfosfatemia e hipocalcemia (juntamente com hiperuricemia e LDH sérica elevada) podem ocorrer devido à síndrome da lise tumoral (SLT), particularmente durante o tratamento e se a contagem leucocitária (carga tumoral) for elevada. Isso pode levar a arritmias cardíacas, convulsões, insuficiência renal aguda e morte, se não tratada. A SLT é uma emergência oncológica. Consulte Síndrome da lise tumoral.

Pode ocorrer hipercalcemia por infiltração óssea ou liberação ectópica de uma substância semelhante ao paratormônio.

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o potássio e o fósforo séricos podem estar elevados; o cálcio sérico pode estar elevado ou baixo

ácido úrico sérico

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Medidos na avaliação inicial e monitorados durante o acompanhamento.

Pode ocorrer hiperuricemia (juntamente com hipercalemia, hiperfosfatemia, hipocalcemia e LDH sérica elevada) devido à síndrome da lise tumoral (SLT), particularmente durante o tratamento e se a contagem leucocitária (carga tumoral) for elevada. Isso pode levar a arritmias cardíacas, convulsões, insuficiência renal aguda e morte, se não tratada. A SLT é uma emergência oncológica. Consulte Síndrome da lise tumoral.

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pode estar elevada

lactato desidrogenase (LDH) sérica

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Medidos na avaliação inicial e monitorados durante o acompanhamento.

Pode ocorrer LDH sérica elevada (juntamente com hipercalemia, hiperfosfatemia, hiperuricemia e hipocalcemia) devido à síndrome da lise tumoral (SLT), particularmente durante o tratamento e se a contagem leucocitária (carga tumoral) for elevada. Isso pode levar a arritmias cardíacas, convulsões, insuficiência renal aguda e morte, se não tratada. A SLT é uma emergência oncológica. Consulte Síndrome da lise tumoral.

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pode estar elevada

testes de função renal

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Investigação inicial importante.

Inclui medição da ureia e da creatinina.

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pode estar anormal se houver disfunção renal causada por linfoblastos leucêmicos

testes da função hepática

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Investigação inicial importante.

Inclui medição da bilirrubina total, albumina, alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST).

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pode estar anormal se houver disfunção hepática causada por infiltração de linfoblastos leucêmicos

perfil de coagulação

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O tempo de protrombina, o tempo de tromboplastina parcial e os níveis de fibrinogênio e dímeros D devem ser medidos em qualquer paciente com sangramento ou petéquias.

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os resultados são variáveis

avaliação da medula óssea

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Necessária para estabelecer um diagnóstico. O sangue periférico pode ser usado para avaliação da citomorfologia em vez de amostras da medula óssea se houver um número suficiente de linfoblastos circulantes.[57]

As amostras de aspirados de medula óssea devem receber coloração de Wright ou Giemsa, e as amostras de biópsias por trefina devem ser coradas com hematoxilina e eosina.

As amostras de biópsia também devem ser coradas com mieloperoxidase, que será negativa em pacientes com LLA.[59]

Uma biópsia que demonstre hipercelularidade da medula óssea e infiltração por linfoblastos é característica de LLA. Não há consenso em relação à proporção de linfoblastos na medula óssea necessária para fazer o diagnóstico de LLA; no entanto, geralmente recomenda-se um limiar de ≥20%.[57]

A proporção de linfoblastos na medula pode ajudar a distinguir entre LLA e linfoma linfoblástico. Consulte Diagnóstico diferencial.

Um número definido de linfoblastos na medula óssea (ou sangue periférico) nem sempre é necessário para o diagnóstico de LLA (por exemplo, LLA-T pode ser diagnosticada com base na imunofenotipagem). Consulte Classificação.

[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Linfoblastos em esfregaço de medula óssea de um paciente masculino, com 3 anos de idade, com LLA (coloração de Wright-Giemsa)Imagem e descrição extraídas do AFIP Atlas of Tumor Pathology [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@5a9f4173

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hipercelularidade da medula óssea e infiltração por linfoblastos leucêmicos; ≥20% de linfoblastos na medula óssea; coloração para mieloperoxidase negativa

imunofenotipagem

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A imunofenotipagem (em amostras de medula óssea, ou sangue periférico se houver número suficiente de linfoblastos circulantes) usando citometria de fluxo é necessária para avaliar os marcadores de superfície celular para:[1][3][8]

determinar a linhagem linfoide (célula B ou célula T)

definir um fenótipo aberrante para avaliação de doença residual mensurável (DRM); e

detectar antígenos de superfície celular clinicamente importantes (por exemplo, CD20).

Geralmente, as células leucêmicas exibem marcadores de um único tipo celular. Raramente, a expressão simultânea dos marcadores linfoides e mieloides ocorre na LLA, seja como LLA com expressão aberrante de antígenos mieloides (My + LLA) ou como leucemia aguda bifenotípica verdadeira.

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presença de marcadores de superfície celular de linhagem linfoide (por exemplo, CD19, CD22 e CD79a na LLA-B; CD3 e CD7 na LLA-T; deoxinucleotidil transferase terminal [TdT] na LLA-B e na LLA-T); antígenos de superfície celular clinicamente importantes (por exemplo CD20)

análise citogenética (cariotipagem e hibridização in situ fluorescente [FISH])

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Necessária para detectar anormalidades genéticas associadas à LLA (por exemplo, gene de fusão BCR::ABL1 codificado pelo cromossomo Filadélfia; ETV6::RUNX1 [também conhecido como TEL::AML1]; rearranjo de KMT2A).[58]

Anormalidades genéticas são comuns na LLA e podem orientar o diagnóstico, a estratificação de risco, o planejamento do tratamento e a avaliação da doença residual mensurável (DRM) durante o tratamento. Consulte Critérios diagnósticos.

Testes complementares aos estudos moleculares.

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pode detectar anormalidades citogenéticas (por exemplo, cromossomo Filadélfia)

estudos moleculares (reação em cadeia da polimerase via transcriptase reversa [RT-PCR])

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Necessária para detectar anormalidades genéticas associadas à LLA (por exemplo, gene de fusão BCR::ABL1 codificado pelo cromossomo Filadélfia; ETV6::RUNX1 [também conhecido como TEL::AML1]; rearranjo de KMT2A).[58]

Anormalidades genéticas são comuns na LLA e podem orientar o diagnóstico, a estratificação de risco, o planejamento do tratamento e a avaliação da doença residual mensurável (DRM) durante o tratamento. Consulte Critérios diagnósticos.

Testes complementares à análise citogenética.

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pode detectar anormalidades genômicas importantes (por exemplo, BCR::ABL1; ETV6::RUNX1; rearranjo de KMT2A)

ensaio de sequenciamento de nova geração

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Pode ser usado para detectar certas fusões e mutações gênicas com importância prognóstica (por exemplo, mutação NOTCH1/FBXW7 na LLA-T).[57][59]​ Consulte Critérios diagnósticos.

Anormalidades genéticas são comuns na LLA e podem orientar o diagnóstico, a estratificação de risco, o planejamento do tratamento e a avaliação da doença residual mensurável (DRM) durante o tratamento.

Testes complementares à análise citogenética e aos estudos moleculares.

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pode detectar fusões e mutações gênicas com importância prognóstica (por exemplo, mutação NOTCH1/FBXW)

grupo sanguíneo e rastreamento de anticorpos

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A tipagem sanguínea e o rastreamento de anticorpos são necessários para suporte transfusional.

O suporte transfusional é uma necessidade quase universal dos pacientes com LLA, seja em consequência da doença ou do tratamento.

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tipo de grupo sanguíneo; aloanticorpos para antígenos de eritrócitos e/ou plaquetas podem ser detectados

testagem de anticorpos para infecção

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A testagem de anticorpos para hepatite B, hepatite C, HIV e citomegalovírus (CMV) é necessária para estabelecer uma infecção viral subjacente.

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pode ser positiva para anticorpos para hepatite B, hepatite C, HIV ou CMV

Investigações a serem consideradas

radiografia torácica

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Pode ser realizada para identificar uma massa mediastinal, derrame pleural e infecções do trato respiratório inferior.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Radiografia torácica de paciente com dispneia, mostrando mediastino alargado e deslocamento da traqueiaDo acervo pessoal de CR Kelsey [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@3159dfe

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pode revelar massa mediastinal, derrame pleural ou infecção do trato respiratório inferior; o mediastino alargado pode indicar linfadenopatia mediastinal

punção lombar

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Necessária em todos os pacientes, dada a frequência relativamente alta de envolvimento do sistema nervoso central (SNC). Os sinais ou sintomas de envolvimento do SNC incluem deficits neurológicos focais, cefaleia, papiledema, rigidez da nuca e meningismo.

A punção lombar só deve ser realizada depois que for descartada uma pressão intracraniana elevada.

A punção lombar deve ser realizada no momento apropriado condizente com o protocolo de tratamento em uso. Os protocolos baseados em esquemas pediátricos normalmente incluem punção lombar na investigação diagnóstica. No entanto, o Painel de LLA da National Comprehensive Cancer Network (NCCN) recomenda que a primeira punção lombar seja realizada de maneira concomitante com a terapia intratecal para evitar a contaminação do SNC por blastos leucêmicos circulantes, a menos que os sintomas requeiram que a punção lombar seja realizada antes.[57]


Punção lombar diagnóstica em adultos: demonstração animada
Punção lombar diagnóstica em adultos: demonstração animada

Como realizar uma punção lombar diagnóstica em adultos. Inclui uma discussão sobre o posicionamento do paciente, a escolha da agulha e a medição da pressão de abertura e fechamento.


A detecção de linfoblastos na amostra inicial de líquido cefalorraquidiano (LCR) por citometria de fluxo multiparamétrica pode identificar os pacientes com alto risco de recidiva no SNC.[66][67]

O comprometimento do SNC ao diagnóstico pode ser classificado com base na presença de linfoblastos, leucócitos e eritrócitos no LCR, usando-se a classificação do Children's Oncology Group.[68][69]​​ Graus mais elevados (ou seja, aumento de linfoblastos, leucócitos e eritrócitos [punção lombar traumática] no LCR) estão associados a desfechos mais desfavoráveis. Consulte Critérios diagnósticos.

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pode revelar linfoblastos leucêmicos no LCR

toracocentese

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Os derrames pleurais devem ser coletados e as amostras devem ser enviadas para citologia e imunofenotipagem. A biópsia do mediastino deve ser evitada, se possível, embora este possa ser o sítio primário de envolvimento em alguns pacientes. Nesses casos, ela é inevitável.

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pode revelar linfoblastos leucêmicos

tomografia computadorizada/ressonância nuclear magnética (TC/RNM) cranioencefálica

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Deve-se realizar um exame de imagem do sistema nervoso central (SNC) nos pacientes com sinais e sintomas neurológicos importantes (por exemplo, nível de consciência reduzido, meningismo ou deficits neurológicos focais) para identificar envolvimento meníngeo ou sangramento no SNC.

Pode ocorrer envolvimento da medula espinhal e do parênquima cerebral, embora muito raro.

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pode revelar infiltração ou sangramento do SNC

tomografia computadorizada (TC) do tórax

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Os achados de estridor, sibilância, derrame pericárdico e síndrome da veia cava superior podem estar associados a massas mediastinais (mais comumente causadas por LLA-T).

A TC do tórax deve ser realizada na presença de mediastino alargado na radiografia torácica.

Uma TC do tórax, do abdome e da pelve deve ser realizada se houver linfadenopatia palpável ou outra evidência de doença extramedular.

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a TC do tórax pode revelar uma massa mediastinal; a TC do tórax, abdome e pelve pode revelar envolvimento generalizado de linfonodos ou doença extramedular

ultrassonografia escrotal

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Em homens com exame ou sintomas testiculares anormais, deve-se realizar uma ultrassonografia escrotal para caracterizar a natureza da anormalidade e estabelecer uma linha basal antes do início do tratamento.[57]

O envolvimento testicular geralmente se apresenta com aumento testicular unilateral indolor, e ocorre mais comumente em crianças e adolescentes com LLA-T.[49]

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pode revelar envolvimento testicular

teste de doença residual mensurável (DRM) basal

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É importante estabelecer uma linha basal para o teste de DRM com base em características imunofenotípicas, moleculares e/ou citogenéticas da célula leucêmica.

O teste de DRM permite a avaliação da intensidade e da velocidade de remissão durante o tratamento. Isso é importante do ponto de vista prognóstico e pode orientar decisões terapêuticas.

Os testes exatos para DRM dependem do paciente e dos testes disponíveis no centro de tratamento.

A amostra preferível para o teste da DRM é o primeiro pequeno volume (de até 3 mL) extraído do aspirado de medula óssea e/ou sangue periférico.[57]

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pode incluir cadeia pesada de imunoglobulina ou reorganização do receptor de células T; genes de fusão; ou imunofenótipo associado à leucemia

fenotipagem da tiopurina metiltransferase (TPMT)

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A fenotipagem de TPMT pode ser realizada uma vez que o diagnóstico de LLA for confirmado. Os resultados deste exame ajudarão a orientar a dosagem de mercaptopurina durante a terapia de manutenção.[70]

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expressão variável na população; necessário reduzir a dose de mercaptopurina se a atividade de TPMT for baixa

fenotipagem da nudix hidrolase 15 (NUDT15)

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A fenotipagem de NUDT15 pode ser realizada uma vez que o diagnóstico de LLA for confirmado. Os resultados deste exame ajudarão a orientar a dosagem de mercaptopurina durante a terapia de manutenção.[70]

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expressão variável na população; necessário reduzir a dose de mercaptopurina se a atividade de NUDT15 for baixa

tipagem do antígeno leucocitário humano (HLA)

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A tipagem HLA é necessária para identificar um doador adequado para o transplante de células-tronco.

A tipagem de classe I permite que plaquetas compatíveis com o HLA sejam fornecidas em caso de aloimunização plaquetária.

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variável

ecocardiograma ou angiografia sincronizada multinuclear (MUGA)

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A ecocardiografia ou a MUGA devem ser consideradas em todos os pacientes para avaliar a função cardíaca antes de se iniciar o tratamento.[57]

As antraciclinas são usadas na maioria dos esquemas de tratamento para a LLA, e são potencialmente cardiotóxicas.

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função cardíaca na linha basal

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