Abordagem

Em geral, o diagnóstico é realizado de forma clínica. Diarreia aquosa autolimitada, vômitos, ou ambos, com ou sem febre, mal-estar e anorexia são os sintomas característicos.

História

Deve-se buscar informações sobre contato recente com pessoas com gastroenterite, sintomas similares em contactantes domiciliares, viagens recentes e a natureza e frequência das fezes ou vômitos, ingestão de líquidos e débito urinário. Febre alta, diarreia prolongada (por >14 dias) ou dor abdominal grave sugerem uma etiologia não viral e devem ser mais profundamente investigados.[21]

Exame

Pode haver sinais de depleção de volume. Taquicardia, membranas mucosas secas, hipotensão e estado mental alterado indicam depleção de volume grave.[21]

Desconforto abdominal ou sangue nas fezes podem sugerir uma patologia mais grave.[21] Há necessidade de vigilância em pacientes muito jovens ou muito idosos que apresentem irritabilidade incomum ou sonolência, com sintomas progressivos ou quando o diagnóstico for incerto.

Exames diagnósticos

Não é necessário ou prático realizar exames de sangue ou coleta de espécimes fecais de todos os pacientes com gastroenterite.[22]​ O exame de fezes é indicado para os pacientes com doença diarreica moderada a grave, sanguinolenta, febril, disentérica, nosocomial ou persistente, ou pacientes imunocomprometidos.[22] Exames de sangue para a avaliação do estado eletrolítico e da função renal devem ser requisitados para pacientes com depleção de volume moderada e grave ou pacientes em alto risco, incluindo pacientes muito jovens, idosos e pacientes com comorbidades.[21]

Durante os surtos, deve-se coletar amostras fecais para identificar o patógeno o mais rápido possível e ajudar a deter o surto.

A coprocultura viral é o teste diagnóstico definitivo, mas não é um exame prático na maioria dos casos. A detecção rápida é possível com testes de aglutinação em látex, reação em cadeia da polimerase, microscopia, ensaio imunoenzimático ou sorologia, mas geralmente isso não é necessário.[21] A reação em cadeia da polimerase multiplex baseada em painel gastrointestinal pode facilitar o diagnóstico rápido e sensível dos patógenos virais, mas seu impacto nos desfechos clínicos e no uso de recursos ainda não foi totalmente estabelecido.[23][24][22]

O agente de saúde local deve ser notificado quando houver suspeita de surto, e amostras fecais devem ser coletadas para envio ao laboratório de referência.

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