Abordagem
Para se considerar coagulação intravascular disseminada (CIVD), é necessária uma doença subjacente, e isso pode incluir trauma maior/queimaduras/destruição de órgão, sepse/infecção grave (inclusive doença do coronavírus 2019 [COVID-19] grave), doenças ou complicações obstétricas graves, tumores sólidos e malignidades hematológicas, reações tóxicas e imunológicas graves e doenças vasculares graves (grandes aneurismas da aorta ou hemangiomas gigantes).[2][3]
Não há um teste diagnóstico único para a coagulação intravascular disseminada (CIVD). Para realizar o diagnóstico, é preciso considerar os fatores de risco, as manifestações clínicas e os resultados de exames laboratoriais disponíveis.[10]
Avaliação clínica
Além dos sinais e sintomas da doença subjacente, os achados comuns incluem trombose e/ou sangramento. A trombose microvascular frequentemente resulta em isquemia e insuficiência de múltiplos órgãos. Os achados isquêmicos incluem púrpura fulminante/gangrena/acrocianose, delirium/coma, oligúria/azotemia, hipotensão/taquicardia/colapso circulatório, dispneia/hipóxia, úlceras gastrointestinais e disfunção adrenal. Os achados hemorrágicos incluem petéquias/equimose, exsudação, sangramento intracraniano, hematúria e hemorragia digestiva maciça. Em geral, os achados isquêmicos são considerados sinais mais precoces da CIVD, ao passo que os achados de sangramento são tardios e evidentes.[1][2]
Avaliação laboratorial inicial
As investigações laboratoriais iniciais a serem solicitadas a todos os pacientes são:[10]
Contagem plaquetária: mostra a trombocitopenia
Tempo de protrombina: geralmente prolongado
Fibrinogênio: níveis baixos
Dímero D/produtos de degradação da fibrina: elevados
Uma combinação dos resultados dessas quatro investigações pode ser usada para calcular um escore diagnóstico.[4]
O tempo de tromboplastina parcial ativada é útil para monitorar a evolução do paciente.
Exames adicionais
Exames subsequentes podem mostrar tempo de trombina prolongado e baixos níveis dos fatores de coagulação (V, VIII, X, XIII). Como esses exames não são necessários para o diagnóstico da CIVD, eles não devem ser solicitados de maneira rotineira. No entanto, se houver suspeita de deficiências múltiplas ou específicas dos fatores de coagulação, a medição destes poderá auxiliar na seleção de uma terapia substitutiva específica.
Estudos de imagem e outros exames
Dependendo da doença subjacente e das áreas de trombose e hemorragia, outras investigações devem ser solicitadas para auxiliar no diagnóstico da doença subjacente. Por exemplo, a tomografia computadorizada/ressonância nuclear magnética do pâncreas com amilase e lipase séricas ajudaria a definir uma pancreatite aguda.
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