Investigações

Primeiras investigações a serem solicitadas

17-hidroxiprogesterona sérica

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Executada para descartar a hiperplasia adrenal não clássica (HANC) (início em adultos) e com deficiência de 21-hidroxilase.

Se o valor estiver entre 6 e 24 nmol/L (200 e 800 ng/dL), indica-se um nível obtido 60 minutos após a estimulação do hormônio adrenocorticotrófico para descartar o distúrbio.[71] Valores estimulados >30 nmol/L (1000 ng/dL) (geralmente >45 nmol/L [1500 ng/dL]) ocorrem quando as mulheres apresentam HANC.

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>24 nmol/L (>800 ng/dL) indicam hiperplasia adrenal

prolactina sérica

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Esse teste é realizado para excluir a hiperprolactinemia, que pode apresentar oligo ou anovulação.

Entretanto, as elevações de prolactina de baixo nível de 870-1304 pmol/L (20-30 ng/mL ou 20-30 microgramas/L) são comuns na síndrome do ovário policístico, sem galactorreia associada ou adenoma hipofisário no exame de imagem.

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elevação pode sugerir prolactinoma

hormônio estimulante da tireoide sérico

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A disfunção tireoidiana ativa pode se manifestar com oligo ou anovulação, ou sangramento menstrual irregular e intenso.

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anormal na doença tireoidiana

teste oral de tolerância à glicose

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Medição de glicemia de jejum, seguida por medição de glicose de 2 horas após a administração de 75 g de glicose fornecida por via oral.

A prevalência de tolerância anormal à glicose (glicemia de jejum alterada, intolerância à glicose ou diabetes) é tão alta quanto 40% na síndrome do ovário policístico (SOPC).[5] Em uma metanálise, a chance de intolerância à glicose prevalente foi de 3.3 e, de diabetes prevalente, de 2.9, na SOPC.[65]

Todas as mulheres devem ser avaliadas em relação à intolerância à glicose com um teste oral de tolerância à glicose. As mulheres que apresentam tolerância à glicose devem ser reavaliadas, no mínimo, a cada 2 anos. As que apresentam intolerância à glicose devem ser avaliadas anualmente para diabetes do tipo 2.[66]

A avaliação de resistência insulínica/hiperinsulinemia é problemática por causa da variabilidade nos ensaios da insulina e da necessidade de faixas normativas específicas para a população. Entretanto, os níveis de insulina podem ser medidos para obter informações sobre a presença de resistência insulínica.

Uma insulina em jejum >69 a 104 pmol/L (10-15 microunidades/mL) pode sugerir resistência insulínica.

Durante o teste oral de tolerância à glicose, um pico de insulina de 695-1042 pmol/L (100-150 microunidades/mL) pode indicar leve resistência insulínica, 1042-2084 pmol/L (150-300 microunidades/mL) pode indicar resistência insulínica moderada e >2084 pmol/L (300 microunidades/mL) pode indicar resistência insulínica grave.[67]

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nível de glicemia de jejum entre 5.6 e 6.9 mmol/L (100 e 125 mg/dL) é glicemia de jejum alterada; intolerância à glicose é glicose em 2 horas de 7.8 a 11.0 mmol/L (140-199 mg/dL); diabetes é definido como glicemia de jejum ≥7 mmol/L (126 mg/dL) ou glicose de 2 horas ≥11 mmol/L (200 mg/dL)

perfil lipídico em jejum

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A dislipidemia é frequentemente observada na síndrome do ovário policístico (SOPC).[72][73][74]​ A avaliação dos lipídios em jejum foi indicada para todas as mulheres com SOPC.[57]

O tratamento pode ser instituído se houver risco cardiovascular elevado, com base na avaliação geral dos fatores de risco.

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colesterol total, colesterol LDL (lipoproteína de baixa densidade) e triglicerídeos elevados; colesterol HDL (lipoproteína de alta densidade) baixo

Investigações a serem consideradas

testosterona sérica total e livre

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Elevação com >2 de desvio padrão acima da média qualifica-se como um teste positivo. Muitos intervalos de referência laboratoriais para andrógenos em mulheres não descartaram cuidadosamente mulheres com síndrome do ovário policístico (SOPC).[61][62]​ Os níveis de testosterona são difíceis de medir em mulheres; mesmo ensaios usando a cromatografia líquida e espectrometria de massa exibem baixa precisão nos níveis caracteristicamente encontrados em mulheres.[60]

A hiperandrogenemia está presente em 60% a 80% das mulheres com SOPC: 70% apresentam testosterona livre elevada, 40% apresentam testosterona total elevada, e 25% apresentam sulfato de desidroepiandrosterona elevado.[3]

Em mulheres obesas, os níveis de globulina ligadora de hormônios sexuais são baixos, resultando em testosterona livre elevada e testosterona total frequentemente normal. Os testes de nível de androgênio devem ser realizados na fase folicular (em mulheres com ciclo), pela manhã, e, no mínimo, 3 meses após a interrupção de qualquer terapia hormonal. Uma exceção a essas terapias hormonais é a progestina cíclica.[63]

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elevado

sulfato de desidroepiandrosterona sérico (DHEA-S)

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Pode ser realizado se outros androgênios séricos estiverem normais. Elevação com >2 de desvio padrão acima da média qualifica-se como um teste positivo. Muitos intervalos de referência laboratoriais para andrógenos em mulheres não descartaram cuidadosamente mulheres com síndrome do ovário policístico (SOPC).[61]

A hiperandrogenemia está presente em 60% a 80% das mulheres com SOPC: a testosterona livre elevada está presente em 70%, 40% apresentam testosterona total elevada e 25% apresentam DHEA-S elevado.[3]

Os níveis de DHEA-S são os únicos androgênios elevados em 10% das mulheres com SOPC.

A diretriz sobre SOPC do American College of Obstetricians and Gynecologists sugere que a avaliação do DHEA-S tem pouco valor, exceto em casos de virilização rápida.[64]

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elevado

androstenediona sérica

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Pode ser realizada se outros androgênios séricos estiverem normais. A medição pode aumentar em 10% o número de mulheres identificadas como hiperandrogenêmicas.[3]

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elevado

ultrassonografia pélvica

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Ovários policísticos estão presentes em 75% das mulheres com síndrome do ovário policístico (SOPC), mas também são observados em até 25% das mulheres normais e das mulheres com outras endocrinopatias, como a hiperplasia adrenal congênita, hiperprolactinemia ou amenorreia hipotalâmica.[3][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Ovário policístico na ultrassonografiaDo acervo do Dr M.O. Goodarzi; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@380fea0c

A ultrassonografia transvaginal, quando apropriada, fornece imagens de maior resolução dos ovários que a ultrassonografia transabdominal. O volume dos ovários pode ser estimado como 0.5 x comprimento x largura x espessura.[2]

A ultrassonografia deve ser realizada na fase folicular inicial (dias 3-5) após uma menstruação espontânea ou induzida pela abstinência de progesterona, ou aleatoriamente em mulheres com sangramento menstrual raro/reduzido. Se houver evidência de um folículo dominante (>10 mm) ou um corpo lúteo for observado, a ultrassonografia deve ser repetida no próximo ciclo.[2]

A morfologia ovariana policística é um fator de risco para a síndrome de hiperestimulação ovariana em mulheres que se submetem à indução de ovulação (com clomifeno ou gonadotrofinas). Portanto, uma ultrassonografia antes da indução da ovulação pode ser útil.

Se for evidenciado espessamento endometrial, uma biópsia do endométrio é indicada para determinar se há hiperplasia endometrial ou câncer. Rastreamento de ultrassonografia de rotina para espessura do endométrio não é recomendado.[53]

Deve ser observado que o volume ovariano e o número folicular diminuem com o envelhecimento, de modo que os critérios padrão podem não ser aplicáveis a mulheres >40 anos de idade.[58] Além disso, ovários multifoliculares podem ser observados durante a puberdade, diminuindo assim que o padrão menstrual normal seja estabelecido.[52]

A diretriz da International PCOS Network não recomenda a ultrassonografia para o diagnóstico de SOPC em adolescentes devido à baixa especificidade.[53]

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≥20 folículos em cada ovário medindo de 2-9 mm de diâmetro e/ou volume ovariano aumentado (≥10 mL) em um ou em ambos os ovários (com uso de ultrassonografia endovaginal em 8 MHz); espessura do revestimento endometrial >5 a 7 mm indica um espessamento endometrial. Se estiver usando uma tecnologia mais antiga para a ultrassonografia ou ultrassonografia transabdominal, concentre-se no volume ovariano ≥10 mL em qualquer ovário como teste positivo

hormônio antimülleriano sérico

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Pode ser considerado uma alternativa à ultrassonografia pélvica em adultos. Não recomendado para diagnóstico de síndrome do ovário policístico (SOP) em adolescentes devido à baixa especificidade nesta faixa etária.[53]

Uma metanálise relatou uma sensibilidade combinada de 0.78 (IC de 95%: 0.74 a 0.81) e uma especificidade de 0.87 (IC de 95%: 0.84 a 0.90) para o diagnóstico de SOPC.[59]​ No entanto, houve heterogeneidade substancial entre os estudos e os valores de corte ideais não foram definidos.[59]

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elevado

monitoramento da temperatura basal do corpo

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Até 20% das mulheres com suspeita de síndrome do ovário policístico relatam menstruação regular.[3] Em tais casos, a investigação para documentar a anovulação pode ser indicada.

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o padrão bifásico indica que ocorreu a ovulação; o padrão plano indica anovulação

medição do progesterona na fase lútea

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Realizada entre os dias 20-24 do ciclo menstrual.

Até 20% das mulheres com suspeita de síndrome do ovário policístico relatam menstruação regular.[3] Em tais casos, a investigação para documentar a anovulação pode ser indicada.

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>6.4 a 25.4 nmol/L (>2-8 ng/mL) indicam que ocorreu a ovulação

LH e hormônio folículo-estimulante (FSH) séricos

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Os pulsos de LH estão anormalmente elevados (frequência e amplitude), levando ao aumento dos níveis séricos de LH e à relação LH/FSH >3 em apenas dois terços das mulheres com síndrome do ovário policístico (SOPC).

A relação de LH/FSH é frequentemente mais alta em mulheres magras. Essa relação é útil somente se positiva, e não é diagnóstica.

Verificar o LH e o FSH também é útil para descartar a amenorreia hipotalâmica (níveis baixos) ou a perimenopausa/insuficiência ovariana (níveis altos).

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proporção LH/FSH >3 sugere SOPC

hemoglobina A1c ou glicemia de jejum

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Dada a elevada frequência de resistência insulínica e de síndrome metabólica na síndrome do ovário policístico, devem ser realizados testes em todas as mulheres no momento do diagnóstico para avaliar os fatores de risco metabólicos.[53][64]

A glicemia de jejum ou a hemoglobina A1c são menos precisas do que o teste oral de tolerância à glicose, mas podem ser consideradas como alternativas de segunda linha se um teste oral de tolerância à glicose não puder ser realizado.[53][68]

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nível de glicemia de jejum entre 5.6 e 6.9 mmol/L (100 e 125 mg/dL) é glicemia de jejum alterada; hemoglobina A1c de 39-47 mmol/mol (5.7% a 6.4%) é consistente com pré-diabetes; diabetes é definido como glicemia de jejum ≥7 mmol/L (≥126 mg/dL) ou hemoglobina A1c ≥48 mmol/mol (≥6.5%)

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