Ublituximabe
O ublituximabe, um anticorpo monoclonal anti-CD20, foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) e pela European Medicines Agency (EMA) para o tratamento de adultos com formas recidivantes de EM. Em dois ensaios idênticos, de fase 3, duplo-cegos e com dupla simulação, o ublituximabe foi associado a taxas de recidiva mais baixas e a menos lesões cerebrais na RNM do que a teriflunomida ao longo de 96 semanas, mas não resultou em um risco significativamente menor de agravamento da incapacidade, em pacientes com EM recidivante.[167]Steinman L, Fox E, Hartung HP, et al; ULTIMATE I and ULTIMATE II Investigators. Ublituximab versus teriflunomide in relapsing multiple sclerosis. N Engl J Med. 2022 Aug 25;387(8):704-14.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2201904
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36001711?tool=bestpractice.com
Ofatumumabe
O ofatumumabe, um anticorpo monoclonal anti-CD20, foi aprovado pela FDA e pela EMA para o tratamento de adultos com formas recidivantes de EM. Em um estudo duplo-cego de fase 2b, realizado com pacientes com EM recorrente-remitente, o ofatumumabe reduziu o número de novas lesões realçadas com gadolínio na ressonância nuclear magnética (RNM) 12 semanas após o início do tratamento.[168]Bar-Or A, Grove RA, Austin DJ, et al. Subcutaneous ofatumumab in patients with relapsing-remitting multiple sclerosis: the MIRROR study. Neurology. 2018 May 15;90(20):e1805-14.
https://n.neurology.org/content/90/20/e1805.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29695594?tool=bestpractice.com
Em dois ensaios clínicos duplo-cegos, de dupla simulação e de fase 3, ofatumumabe foi associado com taxas menores de recidiva anualizadas, comparado com teriflunomida, em pacientes com EM recidivante.[169]Hauser SL, Bar-Or A, Cohen JA, et al. Ofatumumab versus teriflunomide in multiple sclerosis. N Engl J Med. 2020 Aug 6;383(6):546-57.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1917246
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32757523?tool=bestpractice.com
Outros moduladores do receptor de esfingosina-1-fosfato (S1P)
O ozanimode foi aprovado pela FDA e pela EMA para o tratamento de adultos com formas recidivantes de EM. Um ensaio clínico randomizado e duplo-cego de fase 3 relatou que o ozanimode foi bem tolerado e associado a uma taxa de recidiva consideravelmente mais baixa, em comparação com a betainterferona 1a, em pacientes com EM recidivante tratados por pelo menos 12 meses.[170]Comi G, Kappos L, Selmaj KW, et al. Safety and efficacy of ozanimod versus interferon beta-1a in relapsing multiple sclerosis (SUNBEAM): a multicentre, randomised, minimum 12-month, phase 3 trial. Lancet Neurol. 2019 Nov;18(11):1009-20.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31492651?tool=bestpractice.com
O ponesimode também está aprovado pela FDA e pela EMA para o tratamento de adultos com formas recidivantes de EM. Um ensaio clínico randomizado e duplo-cego de fase 3 relatou que o ponesimode reduziu consideravelmente a recidiva anual, comparado com teriflunomida, em pacientes com EM recidivante.[171]Kappos L, Fox RJ, Burcklen M, et al. Ponesimod compared with teriflunomide in patients with relapsing multiple sclerosis in the active-comparator phase 3 OPTIMUM study: a randomized clinical trial. JAMA Neurol. 2021 May 1;78(5):558-67.
https://jamanetwork.com/journals/jamaneurology/fullarticle/2777917
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33779698?tool=bestpractice.com
Outros agentes que estão em diferentes estágios de desenvolvimento incluem ceralifimode, GSK2018682 e MT-1303.[86]Derfuss T, Mehling M, Papadopoulou A, et al. Advances in oral immunomodulating therapies in relapsing multiple sclerosis. Lancet Neurol. 2020 Apr;19(4):336-47.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32059809?tool=bestpractice.com
[172]Chaudhry BZ, Cohen JA, Conway DS. Sphingosine 1-phosphate receptor modulators for the treatment of multiple sclerosis. Neurotherapeutics. 2017 Oct;14(4):859-73.
https://link.springer.com/article/10.1007/s13311-017-0565-4
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28812220?tool=bestpractice.com
Terapia com células-tronco
A premissa do transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é que o sistema imunológico desregulado e autorreativo de pacientes com esclerose múltipla (EM) poderia ser erradicado e substituído por um sistema novo e tolerante.[173]Gosselin D, Rivest S. Immune mechanisms underlying the beneficial effects of autologous hematopoietic stem cell transplantation in multiple sclerosis. Neurotherapeutics. 2011 Oct;8(4):643-9.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3250285
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21904792?tool=bestpractice.com
Uma metanálise concluiu que o TCTH autólogo pode induzir à remissão de longo prazo em pacientes com EM, com alto grau de segurança; o maior benefício foi observado em esquemas de intensidade baixa e intermediária, e para pacientes com esclerose múltipla (EM) remitente recidivante, com a presença de lesões contrastadas por gadolínio na RNM basal.[174]Ge F, Lin H, Li Z, et al. Efficacy and safety of autologous hematopoietic stem-cell transplantation in multiple sclerosis: a systematic review and meta-analysis. Neurol Sci. 2019 Mar;40(3):479-87.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30535563?tool=bestpractice.com
Em um estudo preliminar realizado com pacientes com esclerose múltipla (EM) remitente recidivante, o TCTH não mieloablativo resultou em um tempo prolongado até a progressão da doença, em comparação com a continuação do tratamento com terapia modificadora da doença.[175]Burt RK, Balabanov R, Burman J, et al. Effect of nonmyeloablative hematopoietic stem cell transplantation vs continued disease-modifying therapy on disease progression in patients with relapsing-remitting multiple sclerosis: a randomized clinical trial. JAMA. 2019 Jan 15;321(2):165-74.
https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2720728
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30644983?tool=bestpractice.com
A American Society for Blood and Marrow Transplantation recomenda que a EM recidivante refratária ao tratamento com alto risco de incapacidade futura seja considerada indicação de "padrão de cuidados, evidência clínica disponível" para TCTH autólogo.[176]Cohen JA, Baldassari LE, Atkins HL, et al. Autologous hematopoietic cell transplantation for treatment-refractory relapsing multiple sclerosis: position statement from the American Society for Blood and Marrow Transplantation. Biol Blood Marrow Transplant. 2019 May;25(5):845-54.
https://www.astctjournal.org/article/S1083-8791(19)30139-9/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30794930?tool=bestpractice.com
Outras abordagens contemplando células-tronco sob investigação incluem o uso de células-tronco mesenquimais, células-tronco placentárias e administração intratecal.[177]Cohen JA. Mesenchymal stem cell transplantation in multiple sclerosis. J Neurol Sci. 2013 Oct 15;333(1-2):43-9.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3624046
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23294498?tool=bestpractice.com
[178]Lublin FD, Bowen JD, Huddlestone J, et al. Human placenta-derived cells (PDA-001) for the treatment of adults with multiple sclerosis: a randomized, placebo-controlled, multiple-dose study. Mult Scler Relat Disord. 2014 Nov;3(6):696-704.
https://www.msard-journal.com/article/S2211-0348(14)00101-1/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25891548?tool=bestpractice.com
[179]Harris VK, Stark J, Vyshkina T, et al. Phase I trial of intrathecal mesenchymal stem cell-derived neural progenitors in progressive multiple sclerosis. EBioMedicine. 2018 Mar;29:23-30.
https://www.thelancet.com/journals/ebiom/article/PIIS2352-3964(18)30051-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29449193?tool=bestpractice.com
Evobrutinibe
O evobrutinibe é um inibidor oral seletivo da tirosina quinase de Bruton que bloqueia a ativação de células B. Um ensaio clínico randomizado, duplo-cego de fase 2 relatou que os pacientes com EM recidivante que receberam evobrutinibe uma vez ao dia apresentaram um número consideravelmente menor de lesões realçadas durante as semanas 12 a 24, comparados com aqueles que receberam placebo. Não houve diferenças significativas na taxa de recidiva anualizada ou progressão da incapacidade.[180]Montalban X, Arnold DL, Weber MS, et al. Placebo-controlled trial of an oral BTK inhibitor in multiple sclerosis. N Engl J Med. 2019 Jun 20;380(25):2406-17.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1901981
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31075187?tool=bestpractice.com
Ibudilaste
Ibudilaste inibe algumas fosfodiesterases de nucleotídeo cíclico, fator de inibição da migração de macrófagos e receptores do tipo Toll 4, e pode atravessar a barreira hematoencefálica. Em um ensaio clínico de fase 2 envolvendo pacientes com EM progressiva primária ou secundária, ibudilaste foi associado à progressão mais lenta da atrofia cerebral, comparado com placebo.[181]Fox RJ, Coffey CS, Conwit R, et al. Phase 2 trial of ibudilast in progressive multiple sclerosis. N Engl J Med. 2018 Aug 30;379(9):846-55.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1803583
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30157388?tool=bestpractice.com
Eventos adversos relatados em pacientes que receberam ibudilaste incluíram sintomas gastrointestinais, cefaleia e depressão.
Ácido alfalipoico
Em um ensaio clínico randomizado, monocêntrico, duplo-cego, com duração de 2 anos, o ácido alfalipoico oral foi associado a uma redução de 68% do volume cerebral em alteração percentual anualizada, com algumas sugestões de benefício clínico, em pacientes com EM progressiva secundária. A segurança, tolerabilidade e adesão terapêutica foram favoráveis.[182]Spain R, Powers K, Murchison C, et al. Lipoic acid in secondary progressive MS: a randomized controlled pilot trial. Neurol Neuroimmunol Neuroinflamm. 2017 Sep;4(5):e374.
https://nn.neurology.org/content/4/5/e374.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28680916?tool=bestpractice.com
Estimulação cerebral profunda (ECP)
A ECP foi avaliada em pacientes com EM com tremor. Os resultados foram variados e os pacientes devem ser selecionados cuidadosamente para consideração da ECP.[183]Artusi CA, Farooqi A, Romagnolo A, et al. Deep brain stimulation in uncommon tremor disorders: indications, targets, and programming. J Neurol. 2018 Nov;265(11):2473-93.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29511865?tool=bestpractice.com
[184]Timmermann L, Deuschl G, Fogel W, et al; Deep Brain Stimulation Association. Deep brain stimulation for tremor in multiple sclerosis: consensus recommendations of the German Deep Brain Stimulation Association [in German]. Nervenarzt. 2009 Jun;80(6):673-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19471902?tool=bestpractice.com
Abordagens alimentares
A influência de fatores modificáveis de estilo de vida, como dieta e exercícios, no desenvolvimento e na evolução da EM e na qualidade de vida do indivíduo com EM é cada vez mais reconhecida.[185]D'hooghe MB, Nagels G, De Keyser J, et al. Self-reported health promotion and disability progression in multiple sclerosis. J Neurol Sci. 2013 Feb 15;325(1-2):120-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23294496?tool=bestpractice.com
[186]Hadgkiss EJ, Jelinek GA, Weiland TJ, et al. The association of diet with quality of life, disability, and relapse rate in an international sample of people with multiple sclerosis. Nutr Neurosci. 2015 Apr;18(3):125-36.
https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1179/1476830514Y.0000000117
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24628020?tool=bestpractice.com
Muitos pacientes com EM e seus cuidadores têm interesse nos efeitos da dieta sobre a atividade e/ou sintomas de EM. Várias abordagens alimentares, como as dietas paleolítica, sem glúten, Swank, Wahls ou Mediterrânea, foram promovidas para pessoas com esclerose múltipla (EM). Não há estudos de alta qualidade atuais que forneçam evidências suficientes para recomendar uma abordagem em detrimento de outra. Esse é um ponto chave de pesquisas em andamento.[187]Wahls TL, Chenard CA, Snetselaar LG. Review of two popular eating plans within the multiple sclerosis community: low saturated fat and modified paleolithic. Nutrients. 2019 Feb 7;11(2):352.
https://www.mdpi.com/2072-6643/11/2/352/htm
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30736445?tool=bestpractice.com
[188]Katz Sand I. The role of diet in multiple sclerosis: mechanistic connections and current evidence. Curr Nutr Rep. 2018 Sep;7(3):150-60.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6132382
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30117071?tool=bestpractice.com
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What are the effects of dietary and physical interventions for people with multiple sclerosis (MS)?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.2565/fullMostre-me a resposta