Novos tratamentos

Ublituximabe

O ublituximabe, um anticorpo monoclonal anti-CD20, foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) e pela European Medicines Agency (EMA) para o tratamento de adultos com formas recidivantes de EM. Em dois ensaios idênticos, de fase 3, duplo-cegos e com dupla simulação, o ublituximabe foi associado a taxas de recidiva mais baixas e a menos lesões cerebrais na RNM do que a teriflunomida ao longo de 96 semanas, mas não resultou em um risco significativamente menor de agravamento da incapacidade, em pacientes com EM recidivante.[167]

Ofatumumabe

O ofatumumabe, um anticorpo monoclonal anti-CD20, foi aprovado pela FDA e pela EMA para o tratamento de adultos com formas recidivantes de EM. Em um estudo duplo-cego de fase 2b, realizado com pacientes com EM recorrente-remitente, o ofatumumabe reduziu o número de novas lesões realçadas com gadolínio na ressonância nuclear magnética (RNM) 12 semanas após o início do tratamento.[168] Em dois ensaios clínicos duplo-cegos, de dupla simulação e de fase 3, ofatumumabe foi associado com taxas menores de recidiva anualizadas, comparado com teriflunomida, em pacientes com EM recidivante.[169]

Outros moduladores do receptor de esfingosina-1-fosfato (S1P)

O ozanimode foi aprovado pela FDA e pela EMA para o tratamento de adultos com formas recidivantes de EM. Um ensaio clínico randomizado e duplo-cego de fase 3 relatou que o ozanimode foi bem tolerado e associado a uma taxa de recidiva consideravelmente mais baixa, em comparação com a betainterferona 1a, em pacientes com EM recidivante tratados por pelo menos 12 meses.[170] O ponesimode também está aprovado pela FDA e pela EMA para o tratamento de adultos com formas recidivantes de EM. Um ensaio clínico randomizado e duplo-cego de fase 3 relatou que o ponesimode reduziu consideravelmente a recidiva anual, comparado com teriflunomida, em pacientes com EM recidivante.[171] Outros agentes que estão em diferentes estágios de desenvolvimento incluem ceralifimode, GSK2018682 e MT-1303.[86][172]

Terapia com células-tronco

A premissa do transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) é que o sistema imunológico desregulado e autorreativo de pacientes com esclerose múltipla (EM) poderia ser erradicado e substituído por um sistema novo e tolerante.[173] Uma metanálise concluiu que o TCTH autólogo pode induzir à remissão de longo prazo em pacientes com EM, com alto grau de segurança; o maior benefício foi observado em esquemas de intensidade baixa e intermediária, e para pacientes com esclerose múltipla (EM) remitente recidivante, com a presença de lesões contrastadas por gadolínio na RNM basal.[174] Em um estudo preliminar realizado com pacientes com esclerose múltipla (EM) remitente recidivante, o TCTH não mieloablativo resultou em um tempo prolongado até a progressão da doença, em comparação com a continuação do tratamento com terapia modificadora da doença.[175] A American Society for Blood and Marrow Transplantation recomenda que a EM recidivante refratária ao tratamento com alto risco de incapacidade futura seja considerada indicação de "padrão de cuidados, evidência clínica disponível" para TCTH autólogo.[176] Outras abordagens contemplando células-tronco sob investigação incluem o uso de células-tronco mesenquimais, células-tronco placentárias e administração intratecal.[177][178][179]

Evobrutinibe

O evobrutinibe é um inibidor oral seletivo da tirosina quinase de Bruton que bloqueia a ativação de células B. Um ensaio clínico randomizado, duplo-cego de fase 2 relatou que os pacientes com EM recidivante que receberam evobrutinibe uma vez ao dia apresentaram um número consideravelmente menor de lesões realçadas durante as semanas 12 a 24, comparados com aqueles que receberam placebo. Não houve diferenças significativas na taxa de recidiva anualizada ou progressão da incapacidade.[180]

Ibudilaste

Ibudilaste inibe algumas fosfodiesterases de nucleotídeo cíclico, fator de inibição da migração de macrófagos e receptores do tipo Toll 4, e pode atravessar a barreira hematoencefálica. Em um ensaio clínico de fase 2 envolvendo pacientes com EM progressiva primária ou secundária, ibudilaste foi associado à progressão mais lenta da atrofia cerebral, comparado com placebo.[181] Eventos adversos relatados em pacientes que receberam ibudilaste incluíram sintomas gastrointestinais, cefaleia e depressão.

Ácido alfalipoico

Em um ensaio clínico randomizado, monocêntrico, duplo-cego, com duração de 2 anos, o ácido alfalipoico oral foi associado a uma redução de 68% do volume cerebral em alteração percentual anualizada, com algumas sugestões de benefício clínico, em pacientes com EM progressiva secundária. A segurança, tolerabilidade e adesão terapêutica foram favoráveis.[182]

Estimulação cerebral profunda (ECP)

A ECP foi avaliada em pacientes com EM com tremor. Os resultados foram variados e os pacientes devem ser selecionados cuidadosamente para consideração da ECP.[183][184]

Abordagens alimentares

A influência de fatores modificáveis de estilo de vida, como dieta e exercícios, no desenvolvimento e na evolução da EM e na qualidade de vida do indivíduo com EM é cada vez mais reconhecida.[185][186] Muitos pacientes com EM e seus cuidadores têm interesse nos efeitos da dieta sobre a atividade e/ou sintomas de EM. Várias abordagens alimentares, como as dietas paleolítica, sem glúten, Swank, Wahls ou Mediterrânea, foram promovidas para pessoas com esclerose múltipla (EM). Não há estudos de alta qualidade atuais que forneçam evidências suficientes para recomendar uma abordagem em detrimento de outra. Esse é um ponto chave de pesquisas em andamento.[187][188] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal