Etiologia

  • A maioria dos estudos etiopatológicos agrupa o transtorno esquizoafetivo junto com a esquizofrenia ou com o transtorno bipolar. Portanto, não há fisiopatologia específica que seja atribuída exclusivamente a esse transtorno.

  • Dados genéticos sugerem que o cromossomo 1q42 (próximo ao local do gene DISC1) e o gene BDNF (gene do fator neurotrófico derivado do cérebro) podem estar associados ao transtorno esquizoafetivo.[13][14]

Fisiopatologia

  • Os pacientes apresentam deficits de processamento de informação, similares aos de pacientes com esquizofrenia, e deficits de regulação emocional, similares aos de pacientes com transtorno bipolar.[8]

  • Foram relatadas reduções na substância branca e cinzenta, predominantemente nas regiões temporal e frontal, bem como no hipocampo e no giro para-hipocampal.[8]

  • Várias anormalidades eletrofisiológicas foram relatadas: potenciais relacionados ao evento anormais (P50, N100, P300, variação contingente negativa e outros), localização anormal dos campos magnéticos sensoriais evocados, atividade anormal do músculo do ouvido médio e movimentos oculares anormais.[8]

  • Anormalidades neuroquímicas: os níveis de noradrenalina do líquido cefalorraquidiano, prostaglandina E1 (PGE1), noradrenalina, adenilato ciclase estimulada pela PGE1 e 5-hidroxitriptamina (5-HT) plaquetária são semelhantes entre pacientes com transtorno esquizoafetivo e esquizofrenia, enquanto os perfis da 5-HT plaquetária são semelhantes entre pacientes com transtorno esquizoafetivo e transtorno bipolar.[15]

Classificação

Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição, (DSM-5), classificação de transtornos psicóticos[3]

  1. Um período ininterrupto da doença durante o qual há um episódio de humor (maníaco ou depressivo maior) concomitante com um episódio de esquizofrenia caracterizado por 2 ou mais dos sintomas a seguir presentes durante uma parte considerável de um período de 1 mês:

    • delírios

    • alucinações

    • fala desorganizada (por exemplo, descarrilamento ou incoerência frequentes)

    • comportamento excessivamente desorganizado e catatônico

    • sintomas negativos (isto é, embotamento afetivo, alogia ou avolição).

  2. Durante esse tempo, deve haver um período de pelo menos 2 semanas com delírios e alucinações na ausência de sintomas de humor proeminentes ao longo da duração total da doença.

  3. Sintomas de humor estiveram presentes na maior parte da duração total do período ativo e residual da doença.

  4. Outras etiologias possíveis foram excluídas, como substâncias (por exemplo, medicamentos ou abuso de drogas) ou uma condição médica geral.

Especificar se é do tipo bipolar (se o episódio maníaco for parte da manifestação; também podem ocorrer episódios depressivos maiores) ou do tipo depressivo (se apenas episódios depressivos maiores são parte da manifestação).

Especifique se: com catatonia.

Especifique se: (os especificadores da evolução a seguir só devem ser usados após 1 ano de duração do transtorno e se não contrariarem os critérios evolutivos de diagnóstico)

  • Primeiro episódio, atualmente no episódio agudo

  • Primeiro episódio, atualmente em remissão parcial

  • Primeiro episódio, atualmente em remissão total

  • Episódios múltiplos, atualmente no episódio completo

  • Episódios múltiplos, atualmente em remissão parcial

  • Episódios múltiplos, atualmente em remissão total

  • Contínuo

  • Inespecífico.

Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde, 10ª revisão (CID-10): transtorno esquizoafetivo[4]

Um transtorno episódico caracterizado pela presença proeminente de sintomas de esquizofrenia e transtornos afetivos (maníaco, misto ou depressivo) durante o mesmo episódio, que ocorrem simultaneamente ou com um intervalo curto (dias) entre eles.

Confiabilidade

  • A confiabilidade do diagnóstico é muito mais baixa para transtorno esquizoafetivo se comparada à da esquizofrenia, do transtorno bipolar e da depressão unipolar.[5][6]

  • As diferenças nos critérios de diagnóstico do DSM-IV e da CID-10 resultaram em baixa congruência diagnóstica para o transtorno esquizoafetivo,[5] e essas diferenças continuam a existir entre DSM-5 e CID-10.

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