Etiologia
A exposição ao asbesto é o principal fator de risco; cerca de 80% dos pacientes têm história de exposição ao asbesto.[10][11][12] Em 2013, aproximadamente 125 milhões de pessoas foram expostas a asbestos no trabalho.[13] Além disso, 50,000 pessoas apresentaram mesotelioma maligno e 34,000 faleceram em consequência da doença.[14] Alguns subtipos de asbesto, particularmente crocidolita e amosita contendo ferro, são considerados mais carcinogênicos que outros. Também parece haver uma relação entre dose e resposta. O período de latência entre a exposição e o desenvolvimento da malignidade é de 20 a 40 anos.[5]
Outras etiologias possíveis incluem prévia exposição a radioterapia (um carcinógeno conhecido); predisposição genética (por exemplo, mutação do gene BAP1); e o vírus símio 40 (SV-40).[15][16][17][18] Mutações das linhas germinativas no gene que codifica a proteína 1 associada a BRCA1 (BAP1) podem predispor os portadores ao mesotelioma. Outros cânceres, em particular melanomas uveais e cutâneos, carcinomas basocelulares e carcinomas de células renais, foram descritos nesses indivíduos.[19][20] Muitos outros fatores foram propostos como possíveis riscos para o desenvolvimento de mesotelioma pleural maligno; no entanto, são necessários estudos epidemiológicos adicionais para determinar sua importância.[21]
Fisiopatologia
A exposição ao asbesto é considerada o fator causal primário. Estudos sugerem que a exposição às fibras de asbesto resulta em recrutamento e ativação dos macrófagos e neutrófilos alveolares, com subsequente geração, possivelmente catalisada por ferro, de espécies reativas de oxigênio e de nitrogênio.[11][22][23] A inflamação crônica e o estresse oxidativo podem culminar em danos ao DNA, alterações na expressão gênica (proto-oncogenes e genes supressores de tumor) e eventual transformação maligna. No entanto, o modo exato dessas alterações induzidas por asbesto propiciarem o desenvolvimento de mesotelioma pleural maligno continua incerto e exige considerável investigação.
A análise genética identificou várias alterações genéticas e genômicas no mesotelioma maligno. As mutações somáticas mais frequentes são os genes NF2 (neurofibromatose tipo 2), BAP1 (proteína 1 associada a BRCA1) e CUL1 (Cullin 1).[24] As alterações genômicas no mesotelioma maligno humano que foram previamente relatadas incluem perdas dos braços cromossômicos 1p, 3p, 4q, 6q, 9p, 13q, 14q, 22q e ganhos dos braços cromossômicos 1q, 5p, 7p, 8q, 17q. Além disso, também foi demonstrada a desregulação nas vias de transdução de sinal, relacionada à sobrevivência e proliferação de células.
Classificação
Variações anatômicas
O mesotelioma surge a partir de células serosas que revestem as cavidades do corpo e inclui as seguintes variantes:[2]
Pleural (cerca de 85% dos casos de mesotelioma)
Peritoneal (15%)
Pericárdica (<1%)
Testicular (<1%)
Subtipos histológicos comuns
Os subtipos comuns são:[2]
Epitelioide (isto é, células epitelioides a redondas)
Sarcomatoide (ou seja, células fusiformes com núcleos afilados)
Bifásico (isto é, contém elementos tanto do mesotelioma epitelioide quanto do sarcomatoide, com cada elemento compreendendo ≥10% do tumor)
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