Caso clínico

Caso clínico #1

Uma mulher de 22 anos se apresentou ao clínico geral com um inchaço na axila direita. A paciente havia notado o inchaço há cerca de 3 semanas, quando era apenas um pequeno nódulo, mas ele continuou a crescer. A paciente não verificou sua temperatura, mas relata ter sentido calor e transpirado às vezes. Ela negou qualquer história médica pregressa significativa. Ela trabalha como programadora de computação e negou qualquer viagem ou exposição recente. O exame físico mostrou um linfonodo aumentado de 3 cm x 5 cm na axila direita, flutuante e sensível à palpação. Não havia ponto de pus ou drenagem. O linfonodo foi excisado, mostrando um padrão granulomatoso com macrófagos e linfócitos, mas as colorações de Gram, a coloração para bacilos álcool-ácido resistentes e a coloração fúngicas foram negativas. Os testes de liberação de gamainterferona (para tuberculose) foram negativos. A paciente foi encaminhada para uma clínica de doenças infecciosas. Em uma investigação mais profunda, a paciente informou ter um gato em casa, com o qual ela brinca frequentemente, mas não se recorda de nenhuma mordida ou arranhadura óbvia.

Caso clínico #2

Um menino de 13 anos foi internado com febre alta intermitente e cefaleia, com duração de 2 semanas. Ele se queixava de cefaleia retro-orbital, rigidez de nuca, fotofobia, náuseas com vômitos em jato e calafrios e arrepios com febre, principalmente no final da tarde. Ele também tinha apresentado dorsalgia nos últimos 5 dias e uma perda de peso de cerca de 3.6 kg nas últimas 2 semanas. O paciente tinha hamsters como animais de estimação e um de seus amigos recentemente tinha comprado um filhote de gato. No exame físico ele apresentava febre de 39°C (101.9°F), juntamente com leve taquicardia (frequência cardíaca de 110 bpm). As costas apresentavam-se doloridas, na região paraespinhal da coluna toracolombar, mas não tinha pontos de sensibilidade nas vértebras. Ele apresentava erupção cutânea malar e foi observado dermografismo na pele.

Outras apresentações

Bartonella henselae pode se apresentar como febre de origem desconhecida e em um estudo esta bactéria foi a terceira causa principal de febre de origen desconhecida em crianças.[14]B henselae e B quintana também podem se manifestar como endocardite negativa para cultura e elas representam cerca de 3% dos casos de endocardite.[6] Crianças imunocompetentes apresentam-se com microabscessos hepatoesplênicos secundários à infecção por B henselae,[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Ressonância nuclear magnética (RNM) do abdome, doença por arranhadura do gato com infecção disseminada: múltiplos pequenos abscessos no fígado, microabcessos no baçoDo acervo de Janak Koirala, MD [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@649347df enquanto que os pacientes imunocomprometidos apresentam peliose hepática, caracterizada por capilares dilatados e espaços cavernosos cheio de sangue no fígado. Ambos os quadros clínicos se manifestam com febre, calafrios, sintomas gastrointestinais e hepatoesplenomegalia. Pacientes imunocomprometidos com vírus da imunodeficiência humana (HIV)/síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS) também podem desenvolver uma doença sistêmica, a angiomatose bacilar, caracterizada por lesões cutâneas castanho-avermelhadas que simulam o sarcoma de Kaposi. O comprometimento neurológico nas formas de encefalite, mielite, retinite, paralisia facial e neurite periférica também pode ocorrer em cerca de 2% dos pacientes com infecção por B henselae. Outras, manifestações clínicas menos comuns da B henselae incluem osteomielite, artrite, massa mediastinal e pleurisia.

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