A mortalidade associada a hemorragias em malformações arteriovenosas (MAVs) é menor que a esperada por rupturas aneurismáticas ou hemorragia intracerebral não relacionada à ruptura de MAV cerebral.[42]Perret G, Nishioka H. An analysis of 545 cases of cranio-cerebral arteriovenous malformations and fistulae reported to the Cooperative Study. J Neurosurg. 1966 Oct;25(4):467-90.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/5925721?tool=bestpractice.com
[91]Choi JH, Mast H, Sciacca RR, et al. Clinical outcome after first and recurrent hemorrhage in patients with untreated brain arteriovenous malformation. Stroke. 2006 May;37(5):1243-7.
http://stroke.ahajournals.org/content/37/5/1243.full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16614321?tool=bestpractice.com
Já foram relatadas mortalidades de até 18% após ruptura de MAVs.[1]Brown RD Jr., Wiebers DO, Torner JC, et al. Frequency of intracranial hemorrhage as a presenting symptom and subtype analysis: a population-based study of intracranial vascular malformations in Olmsted County, Minnesota. J Neurosurg. 1996 Jul;85(1):29-32.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8683279?tool=bestpractice.com
[2]Al-Shahi R, Warlow C. A systematic review of the frequency and prognosis of arteriovenous malformations of the brain in adults. Brain. 2001 Oct;124(Pt 10):1900-26.
https://academic.oup.com/brain/article/124/10/1900/333474/A-systematic-review-of-the-frequency-and-prognosis
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11571210?tool=bestpractice.com
Risco de hemorragia
Dado que não há consenso a respeito dos fatores de risco para ruptura de MAV, e muito menos de sua contribuição relativa, é extremamente difícil prever o risco do tratamento conservador. Usa-se o risco anual geral de hemorragia de 2% a 4%. O risco é aumentado durante os primeiros 5 anos após a hemorragia, sendo maior no primeiro ano, quando foram relatadas taxas >30%.[34]Hernesniemi JA, Dashti R, Juvela S, et al. Natural history of brain arteriovenous malformations: a long-term follow-up study of risk of hemorrhage in 238 patients. Neurosurgery. 2008 Nov;63(5):823-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19005371?tool=bestpractice.com
[35]Mast H, Young WL, Koennecke HC, et al. Risk of spontaneous haemorrhage after diagnosis of cerebral arteriovenous malformation. Lancet. 1997 Oct 11;350(9084):1065-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10213548?tool=bestpractice.com
No entanto, o risco de hemorragia parece superestimado nos que não tiveram quadro hemorrágico, com taxas <1% ao ano.[22]Stapf C, Mast H, Sciacca RR, et al. Predictors of hemorrhage in patients with untreated brain arteriovenous malformation. Neurology. 2006 May 9;66(9):1350-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16682666?tool=bestpractice.com
Em tais pacientes, os riscos do tratamento podem superar o risco de ruptura.[36]Wedderburn CJ, van Beijnum J, Bhattacharya JJ, et al. Outcome after interventional or conservative management of unruptured brain arteriovenous malformation: a prospective, population-based cohort study. Lancet Neurol. 2008 Mar;7(3):223-30.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18243054?tool=bestpractice.com
Um estudo multicêntrico relatou um risco de morte ou AVC significativamente menor entre pacientes com MAV cerebral não rompida que foram randomizados para tratamento clínico, comparados com os randomizados para neurocirurgia, embolização ou RE, isoladamente ou combinadas (razão de riscos 0,27, intervalo de confiança de 95% 0.14 a 0.54).[84]Mohr JP, Parides MK, Stapf C, et al. Medical management with or without interventional therapy for unruptured brain arteriovenous malformations (ARUBA): a multicentre, non-blinded, randomised trial. Lancet. 2014 Feb 15;383(9917):614-21.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4119885
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24268105?tool=bestpractice.com
Existem dados de desfechos disponíveis sobre 223 pacientes com um acompanhamento médio de 33.3 meses quando o ensaio foi interrompido por uma comissão de monitoramento de segurança e dados indicada pelo National Institute of Neurological Disorders and Stroke. O desfecho composto de morte ou AVC sintomático foi alcançado em 10.1% dos pacientes no grupo clínico versus 30.7% dos pacientes no grupo intervencionista.[84]Mohr JP, Parides MK, Stapf C, et al. Medical management with or without interventional therapy for unruptured brain arteriovenous malformations (ARUBA): a multicentre, non-blinded, randomised trial. Lancet. 2014 Feb 15;383(9917):614-21.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4119885
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24268105?tool=bestpractice.com
Uma análise subsequente dos dados de acompanhamento de 5 anos mostrou que essas diferenças no desfecho composto persistiram.[85]Mohr JP, Overbey JR, Hartmann A, et al. Medical management with interventional therapy versus medical management alone for unruptured brain arteriovenous malformations (ARUBA): final follow-up of a multicentre, non-blinded, randomised controlled trial. Lancet Neurol. 2020 Jul;19(7):573-81.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32562682?tool=bestpractice.com
Os proponentes desse ensaio defendem o tratamento clínico de todas as MAVs não rompidas. Os críticos, por sua vez, apontam para um provável viés de seleção antes da randomização, com um grande número de pacientes elegíveis não inscritos, razão pela qual os resultados desse estudo não apresentam generalização.