Abordagem
O tratamento da silicose crônica, da pneumoconiose dos trabalhadores de carvão e da doença crônica por exposição ao berílio é o mesmo de outras doenças pulmonares crônicas. Dependendo do grau de comprometimento, os pacientes podem se beneficiar de oxigenoterapia, de reabilitação pulmonar e, em caso de presença de obstrução, de terapia com broncodilatadores e, possivelmente, de corticoterapia inalatória. A corticoterapia oral é utilizada no tratamento da doença crônica por exposição ao berílio. Nenhum ensaio clínico foi realizado com medicamentos antifibróticos, como o nintedanibe e a pirfenidona, não estando estes aprovados para o tratamento de nenhuma pneumoconiose nos EUA.
A proteinose alveolar secundária aguda (silicose aguda) ou a beriliose aguda são raras nos países desenvolvidos. A proteinose alveolar secundária aguda é tratada com lavagem pulmonar, e a beriliose aguda com corticoterapia oral.
Silicose crônica, pneumoconiose dos trabalhadores do carvão e doença crônica por exposição ao berílio: intervenções gerais
As medidas importantes que são específicas para pessoas com pneumoconiose incluem:
Aconselhamento sobre direitos legais em relação a indenização: US DoL: health benefits, retirement standards, and state workers' compensation programs: black lung compensation Opens in new window UK GOV: Pneumoconiosis etc. (Workers' Compensation) Act 1979 Opens in new window UK GOV: get compensation for health problems caused by mining Opens in new window
Medidas ocupacionais para remover os pacientes de exposição adicional e garantir a revisão dos controles no local de trabalho
Nos EUA, alguns estados requerem que os casos de pneumoconiose sejam notificados para o departamento estadual de saúde.
As outras intervenções são as mesmas utilizadas para qualquer paciente com doença pulmonar crônica. Dado o aumento da gravidade da doença pulmonar e o risco de câncer associado à interação entre cigarros e poeiras minerais, a intervenção médica mais importante é garantir que o paciente cesse o tabagismo. Observa-se uma redução progressiva na capacidade de exercício, e a reabilitação pulmonar é recomendada para pacientes que desenvolvem dispneia por esforço.[50] Esse é um programa de exercícios estruturado que visa aumentar a capacidade de fazer exercícios, reduzir a dispneia e melhorar a qualidade de vida.[50][51]
Os pacientes com pneumoconiose e pressão arterial parcial de oxigênio (PaO₂) de 55 mmHg ou menos, ou saturação de oxigênio de 89% ou menos, são candidatos a oxigenoterapia contínua. O oxigênio pode ser usado somente à noite caso a dessaturação ocorra somente durante o sono. Não existem estudos relacionados ao uso de oxigênio contínuo que sejam específicos para pacientes com pneumoconiose. A oxigenoterapia melhora a tolerância aos exercícios e reduz o risco de evolução para hipertensão pulmonar e cor pulmonale.[52]
As complicações exigem manejo específico. Uma das complicações mais comuns é a DPOC. O tratamento com broncodilatadores e corticosteroides inalatórios deve ser iniciado conforme apropriado. Consulte Doença pulmonar obstrutiva crônica.
Os pacientes com doença pulmonar crônica em estágio terminal que apresentam alto risco de morte (>50%) em 2 anos sem transplante de pulmão e alta probabilidade de sobrevida a 5 anos (>80%) após um transplante de pulmão são possíveis candidatos ao transplante.[53] As contraindicações absolutas incluem infecção ativa por TB, abuso de substâncias ativo (incluindo uso de tabaco e cigarros eletrônicos), comprometimento cognitivo progressivo e repetidos episódios de não adesão.[53] As contraindicações relativas incluem idade >70 anos e extremos de peso (IMC <16 kg/m² ou >35 kg/m²).[53] As indicações, complicações e contraindicações são as mesmas de outras doenças pulmonares crônicas. As principais complicações incluem falha do enxerto e desenvolvimento de bronquiolite obliterante. Há um aumento do risco de hipertensão, diabetes, dislipidemia, disfunção renal e infecções devido ao medicamento imunossupressor.
Doença crônica por exposição ao berílio: corticosteroides orais
O uso de corticosteroides ou outros imunossupressores não é recomendado para o manejo da silicose ou da pneumoconiose dos trabalhadores de carvão, mas os corticosteroides orais são usados no tratamento da doença crônica por exposição ao berílio. Deve haver um acompanhamento a intervalos de 3 meses a fim de se avaliarem as mudanças nos resultados da função pulmonar e dos estudos radiográficos. As doses são ajustadas em resposta aos sintomas e aos resultados dos testes radiográficos e da função pulmonar ao longo de vários anos. Não existem ensaios clínicos sobre o uso de corticosteroides orais na doença crônica por exposição ao berílio. No entanto, existem dados de séries de casos.[54] Os bifosfonatos têm sido utilizados em pacientes que estiveram recebendo corticoterapia de longo prazo para a prevenção da osteoporose.
Beriliose aguda e proteinose alveolar secundária aguda (silicose aguda)
Essas doenças são raras nos EUA. A beriliose aguda se apresenta com pneumonite aguda e deve ser manejada com corticoterapia oral (mesmas doses usadas para a doença crônica por exposição ao berílio). A dose pode ser reduzida gradualmente conforme a condição do paciente melhora. A proteinose alveolar secundária aguda (silicose aguda) pode ocorrer semanas a meses após uma exposição extremamente alta e causa sintomas graves com risco de vida. Ela é manejada com lavagem pulmonar.[55]
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