Critérios

Classificação internacional das radiografias para pneumoconiose

As radiografias torácicas são classificadas e pontuadas de acordo com a Classificação Internacional de Radiografias de Pneumoconioses (International Classification of Radiographs of Pneumoconioses) desenvolvida pela Organização Internacional do Trabalho (ILO).[44]​ Nos EUA, os regulamentos para pneumoconiose dos trabalhadores de carvão e silicose exigem que esse sistema de classificação seja usado para rastreamento e avaliação clínica. O médico avaliador deve ter passado em um teste de classificação de radiografias, administrado pelo National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH), e deve ser testado novamente a cada 5 anos.[45]

1. Qualidade técnica das radiografias:

  • Boa

  • Aceitável, sem nenhum defeito técnico que possa prejudicar a classificação

  • Aceitável, com alguns defeitos técnicos, mas ainda adequada para classificação

  • Inaceitável para classificação

2. Avaliação de anormalidades parenquimatosas.

Pequenas anormalidades parenquimatosas (maior dimensão ≤10 mm) são descritas por profusão, zonas afetadas do pulmão, formato (arredondado ou irregular) e tamanho.

  • Profusão:

    • Refere-se à concentração de pequenas opacidades nas zonas pulmonares afetadas

    • Categorias: 0, 1, 2 e 3

    • Sempre aparece com uma subcategoria como 0/-, 0/0, 0/1; 1/0, 1/1, 1/2; 2/1, 2/2, 2/3; 3/2, 3/3 ou 3/+

  • Zonas afetadas:

    • Cada campo pulmonar é dividido em três zonas (superior, média e inferior)

    • Se houver uma diferença acentuada na profusão entre zonas, apenas aquelas que apresentam o maior grau de profusão são utilizadas para classificar a profusão global

  • Formato e tamanho:

    • Pequenas opacidades arredondadas (diâmetro):

      • p: até 1.5 mm

      • q: 1.5 a 3.0 mm

      • r: 3.0 a 10.0 mm.

    • Pequenas opacidades irregulares (largura):

      • s: até 1.5 mm

      • t: 1.5 a 3.0 mm

      • u: 3.0 a 10.0 mm

Grandes opacidades parenquimatosas (dimensão mais longa >10 mm) são descritas como uma de três categorias:

  • Categoria A: uma opacidade grande cuja maior dimensão é de até 50 mm, ou várias opacidades grandes cuja soma de suas maiores dimensões é de até 50 mm

  • Categoria B: uma opacidade grande cuja maior dimensão é de >50 mm, sem exceder a área equivalente da região superior direita; ou várias opacidades grandes cuja soma de suas maiores dimensões é de >50 mm, sem exceder a área equivalente da região superior direita

  • Categoria C: uma opacidade grande cuja maior dimensão excede a área equivalente da região superior direita, ou várias opacidades grandes que, quando combinadas, excedem a área equivalente da área superior direita

3. Avaliação de anormalidades pleurais

Placas pleurais (espessamento pleural localizado)

  • Registrado como ausente ou presente

  • Local, calcificação e extensão das placas pleurais são registrados para todos os locais e separadamente para os pulmões direito e esquerdo

Obliteração do ângulo costofrênico

  • Registrado como ausente ou presente, separadamente para os pulmões direito e esquerdo

  • A obliteração pode ocorrer sem espessamento pleural difuso

Espessamento pleural difuso

  • Registrado como ausente ou presente ao longo da parede torácica

  • De perfil ou de frente, e extensão registrada separadamente para os pulmões direito e esquerdo

  • O espessamento pleural apenas no ápice do pulmão geralmente não é registrado como espessamento pleural

Os pacientes com silicose e com pneumoconiose dos trabalhadores de carvão podem apresentar opacidades arredondadas na radiografia torácica. Com a evolução para doença avançada, há uma aglomeração de pequenos nódulos, formando opacidades grandes que podem cobrir todo o lobo superior. Um indivíduo com silicose simples leve ou pneumoconiose dos trabalhadores de carvão geralmente apresenta opacidades q ou r, com profusão de categoria 1 ou 2. Na doença mais avançada, a profusão será de categoria 3. Na doença ainda mais grave (fibrose maciça progressiva), haverá grandes opacidades A, B ou C.

Os pacientes com doença crônica por exposição ao berílio podem apresentar pequenas opacidades irregulares na radiografia torácica. Um indivíduo com doença leve geralmente apresentará opacidades s ou t com profusão de categoria 1. Na doença mais avançada, a profusão será de categoria 2 ou 3.

Alterações pleurais são observadas na radiografia com exposição ao amianto e sem nenhum desses 3 tipos de pneumoconiose.​​​​​​​​​​​[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Radiografia torácica mostrando alterações consistentes com a silicose simples ou a pneumoconiose dos trabalhadores do carvãoDo acervo pessoal do Kenneth D. Rosenman, Michigan State University [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@1d0bfb03[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Radiografia torácica da doença crônica por exposição ao berílioDo acervo pessoal do Kenneth D. Rosenman, Michigan State University [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@5c11abe5[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Radiografia torácica da fibrose maciça progressiva devida à exposição à sílica ou carvãoDo acervo pessoal do Kenneth D. Rosenman, Michigan State University [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@31390735

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