Câncer pulmonar de células pequenas
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
na apresentação inicial: doença limitada
quimioterapia
A escolha entre os diversos esquemas quimioterápicos é complexa e precisa ser feita em um centro especializado em oncologia.
Para os pacientes com câncer de pulmão de células pequenas (CPCP) em estádio limitado, o padrão é a quimioterapia combinada à radioterapia.[48]Pignon JP, Arriagada R, Ihde DC, et al. A meta-analysis of thoracic radiotherapy for small-cell lung cancer. N Engl J Med. 1992 Dec 3;327(23):1618-24. https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJM199212033272302 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1331787?tool=bestpractice.com [49]Simone CB 2nd, Bogart JA, Cabrera AR, et al. Radiation therapy for small cell lung cancer: an ASTRO clinical practice guideline. Pract Radiat Oncol. 2020 May - Jun;10(3):158-73. https://www.practicalradonc.org/article/S1879-8500(20)30053-9/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32222430?tool=bestpractice.com Geralmente, a quimioterapia consiste em cisplatina e etoposídeo, embora a cisplatina seja frequentemente substituída por carboplatina.[5]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: small cell lung cancer [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_1 [32]Dingemans AC, Früh M, Ardizzoni A, et al. Small-cell lung cancer: ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment and follow-up. Annals of Oncology. Jul 2021;32(7):839-53. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(21)01113-3/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33864941?tool=bestpractice.com
Todos os agentes quimioterápicos têm potencial para causar supressão da medula óssea, náuseas e vômitos, alopécia e fadiga. Outros efeitos adversos são específicos do agente.
Consulte o protocolo clínico e de diretrizes terapêuticas local para obter mais informações sobre dosagens.
Opções primárias
cisplatina
e
etoposídeo
Opções secundárias
carboplatina
e
etoposídeo
radioterapia
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A radioterapia (RT) é padrão em pacientes com CPCP em estádio limitado. A RT precoce (administrada com o ciclo 1 ou 2 da quimioterapia) é preferível à administrada mais tarde, no transcorrer da quimioterapia.[49]Simone CB 2nd, Bogart JA, Cabrera AR, et al. Radiation therapy for small cell lung cancer: an ASTRO clinical practice guideline. Pract Radiat Oncol. 2020 May - Jun;10(3):158-73. https://www.practicalradonc.org/article/S1879-8500(20)30053-9/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32222430?tool=bestpractice.com [50]Fried DB, Morris DE, Poole C, et al. Systematic review evaluating the timing of thoracic radiation therapy in combined modality therapy for limited-stage small-cell lung cancer. J Clin Oncol. 2004 Dec 1;22(23):4837-45 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15570087?tool=bestpractice.com
A dosagem da radiação em duas vezes ao dia (45 Gy em frações de 1.5 Gy) é preferencial, embora a dosagem de uma vez ao dia (aproximadamente 60-70 Gy em frações de 2 Gy) seja aceitável se a dosagem de duas vezes ao dia não for viável.[51]Turrisi AT 3rd, Kim K, Blum R, et al. Twice-daily compared with once-daily thoracic radiotherapy in limited small-cell lung cancer treated concurrently with cisplatin and etoposide. N Engl J Med. 1999 Jan 28;340(4):265-71. https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJM199901283400403 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9920950?tool=bestpractice.com [52]Faivre-Finn C, Snee M, Ashcroft L, et al. Concurrent once-daily versus twice-daily chemoradiotherapy in patients with limited-stage small-cell lung cancer (CONVERT): an open-label, phase 3, randomised, superiority trial. Lancet Oncol. 2017 Aug;18(8):1116-25. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5555437 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28642008?tool=bestpractice.com [53]Bogart J, Wang X, Masters G, et al. High-dose once-daily thoracic radiotherapy in limited-stage small-cell lung cancer: CALGB 30610 (Alliance)/RTOG 0538. J Clin Oncol. 2023 May 1;41(13):2394-402. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36623230?tool=bestpractice.com
Os efeitos adversos dependem do tamanho do campo de radiação, da dose e dos órgãos adjacentes (em particular, pulmões e esôfago) que, inevitavelmente, recebem alguma radiação.
Os efeitos adversos mais comuns são fadiga, eritema/descamação da pele e esofagite. A maioria dos pacientes desenvolve algum grau de esofagite durante o tratamento. A complicação tardia mais comum é a pneumonite, caracterizada por dispneia, tosse seca e febre, ocorrendo de 1 a 6 meses após a conclusão do tratamento. A pneumonite raramente é fatal. A maioria dos pacientes desenvolve algum grau de fibrose pulmonar após a RT, mas esta é, em geral, assintomática.
Complicações raras incluem estenose esofágica e brônquica, mais comuns nos casos em que são prescritas doses mais altas de radiação.[33]Miller KL, Shafman TD, Marks LB. A practical approach to pulmonary risk assessment in the radiotherapy of lung cancer. Semin Radiat Oncol. 2004 Oct;14(4):298-307. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15558504?tool=bestpractice.com [70]Miller KL, Shafman TD, Anscher MS, et al. Bronchial stenosis: an underreported complication of high-dose external beam radiotherapy for lung cancer? Int J Radiat Oncol Biol Phys. 2005 Jan 1;61(1):64-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15629595?tool=bestpractice.com [71]Socinski MA, Morris DE, Halle JS, et al. Induction and concurrent chemotherapy with high-dose thoracic conformal radiation therapy in unresectable stage IIIA and IIIB non-small-cell lung cancer: a dose-escalation phase I trial. J Clin Oncol. 2004 Nov 1;22(21):4341-50. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15514375?tool=bestpractice.com
irradiação craniana profilática
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os pacientes com CPCP apresentam alto risco de desenvolver metástases cerebrais. Ensaios randomizados demonstraram um benefício de sobrevida para a irradiação craniana profilática (ICP) nos pacientes que respondem à terapia inicial. Os dados são mais distintos na doença em estádio limitado do que em estádio extensivo.[49]Simone CB 2nd, Bogart JA, Cabrera AR, et al. Radiation therapy for small cell lung cancer: an ASTRO clinical practice guideline. Pract Radiat Oncol. 2020 May - Jun;10(3):158-73. https://www.practicalradonc.org/article/S1879-8500(20)30053-9/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32222430?tool=bestpractice.com [63]Seto T, Takahashi T, Yamanaka T, et al. Prophylactic cranial irradiation (PCI) has a detrimental effect on the overall survival (OS) of patients (pts) with extensive disease small cell lung cancer (ED-SCLC): results of a Japanese randomized phase III trial. 2014 ASCO Annual Meeting Abstracts. J Clin Oncol. 2014 May 20;32(15 suppl):7503. https://ascopubs.org/doi/10.1200/jco.2014.32.15_suppl.7503 [64]Le Rhun E, Guckenberger M, Smits M, et al. EANO-ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment and follow-up of patients with brain metastasis from solid tumours. Ann Oncol. 2021 Nov;32(11):1332-47. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(21)02214-6/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34364998?tool=bestpractice.com
Entre os pacientes que recebem ICP, a dose recomendada é de 25 Gy em frações de 2.5 Gy.[66]Le Péchoux C, Dunant A, Senan S, et al; Prophylactic Cranial Irradiation (PCI) Collaborative Group. Standard-dose versus higher-dose prophylactic cranial irradiation in patients with limited-stage small-cell lung cancer in complete remission after chemotherapy and thoracic radiotherapy: a randomised clinical trial. Lancet Oncol. 2009 May;10(5):467-74. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19386548?tool=bestpractice.com [67]Le Péchoux C, Laplanche A, Faivre-Finn C, et al; Prophylactic Cranial Irradiation (PCI) Collaborative Group. Clinical neurological outcome and quality of life among patients with limited small-cell cancer treated with two different doses of prophylactic cranial irradiation in the intergroup phase III trial (PCI99-01, EORTC 22003-08004, RTOG 0212 and IFCT 99-01). Ann Oncol. 2011 May;22(5):1154-63. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3082159 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21139020?tool=bestpractice.com
cirurgia
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A intervenção cirúrgica tem uso limitado no CPCP porque a maioria dos pacientes já se apresenta com doença avançada. Para os raros pacientes que têm uma massa pulmonar isolada, sem evidência radiográfica de linfadenopatia, é recomendado que seja realizada uma mediastinoscopia pré-operatória para confirmar o estádio N0. Para esses pacientes, a ressecção cirúrgica, geralmente uma lobectomia, é uma escolha sensata. Deve ser administrada quimioterapia pós-operatória. Os pacientes com CPCP de estádio limitado removido com status N2 devem receber radiação mediastinal além da quimioterapia; a radiação pós-operatória pode ser considerada nos pacientes com status N1.[5]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: small cell lung cancer [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_1 [32]Dingemans AC, Früh M, Ardizzoni A, et al. Small-cell lung cancer: ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment and follow-up. Annals of Oncology. Jul 2021;32(7):839-53. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(21)01113-3/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33864941?tool=bestpractice.com
A lobectomia envolve a divisão das artérias pulmonares lobares, das veias pulmonares, dos brônquios associados, dos linfonodos hilares e remoção em bloco. Em geral, o acesso ao tórax é feito por toracotomia, embora técnicas minimamente invasivas (isto é, cirurgia toracoscópica assistida por vídeo) estejam sendo preferidas devido ao menor tempo de hospitalização e a menos dor no período pós-operatório. Recomenda-se coleta de amostra ou dissecção dos linfonodos mediastinais.
As diretrizes dos EUA recomendam exercícios pré-operatórios para pessoas submetidas a cirurgias para câncer pulmonar, pois podem levar a uma internação hospitalar mais curta e reduzir o risco de complicações pós-operatórias.[54]Ligibel JA, Bohlke K, May AM, et al. Exercise, diet, and weight management during cancer treatment: ASCO guideline. J Clin Oncol. 2022 Aug 1;40(22):2491-507. https://ascopubs.org/doi/10.1200/JC0.22.00687?url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori:rid:crossref.org&rfr_dat=cr_pub%20%200pubmed http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35576506?tool=bestpractice.com Recomenda-se exercícios aeróbicos e de resistência durante o tratamento com intenção curativa para reduzir os efeitos adversos do tratamento.[54]Ligibel JA, Bohlke K, May AM, et al. Exercise, diet, and weight management during cancer treatment: ASCO guideline. J Clin Oncol. 2022 Aug 1;40(22):2491-507. https://ascopubs.org/doi/10.1200/JC0.22.00687?url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori:rid:crossref.org&rfr_dat=cr_pub%20%200pubmed http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35576506?tool=bestpractice.com
Consulte Câncer pulmonar de células não pequenas para obter detalhes cirúrgicos adicionais.
na apresentação inicial: doença extensa
quimioterapia ± imunoterapia
Os pacientes com CPCP em estágio extenso geralmente recebem quimioterapia associada a imunoterapia por 4 a 6 ciclos seguidos de imunoterapia de manutenção até a progressão da doença ou toxicidades inaceitáveis.[5]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: small cell lung cancer [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_1 [32]Dingemans AC, Früh M, Ardizzoni A, et al. Small-cell lung cancer: ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment and follow-up. Annals of Oncology. Jul 2021;32(7):839-53. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(21)01113-3/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33864941?tool=bestpractice.com [55]Horn L, Mansfield AS, Szczęsna A, et al. First-line atezolizumab plus chemotherapy in extensive-stage small-cell lung cancer. N Engl J Med. 2018 Dec 6;379(23):2220-9. https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa1809064 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30280641?tool=bestpractice.com [56]Goldman JW, Dvorkin M, Chen Y, et al. Durvalumab, with or without tremelimumab, plus platinum-etoposide versus platinum-etoposide alone in first-line treatment of extensive-stage small-cell lung cancer (CASPIAN): updated results from a randomised, controlled, open-label, phase 3 trial. Lancet Oncol. 2021 Jan;22(1):51-65. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33285097?tool=bestpractice.com Os esquemas comumente usados incluem cisplatina associada a etoposídeo e durvalumabe, ou carboplatina associada a etoposídeo e atezolizumabe ou durvalumabe. O atezolizumabe ou o durvalumabe podem ser omitidos se houver contraindicações aos inibidores de checkpoint imunológico. A cisplatina ou carboplatina associada a irinotecano é uma opção adicional.[5]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: small cell lung cancer [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_1 [32]Dingemans AC, Früh M, Ardizzoni A, et al. Small-cell lung cancer: ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment and follow-up. Annals of Oncology. Jul 2021;32(7):839-53. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(21)01113-3/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33864941?tool=bestpractice.com
Atezolizumabe e durvalumabe podem causar eventos adversos mediados imunologicamente únicos que não são observados na quimioterapia citotóxica tradicional, como pneumonite, colite, dermatite, miosite e hipotireoidismo, entre outros. A consciência da variedade de possíveis eventos adversos mediados imunologicamente, tanto por parte do profissional da saúde quanto do paciente, é fundamental para o reconhecimento precoce e a mitigação das interações medicamentosas em potencial.[57]Beavers CJ, Rodgers JE, Bagnola AJ, et al. Cardio-oncology drug interactions: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2022 Apr 12;145(15):e811-38. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001056?rfr_dat=cr_pub++0pubmed&url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35249373?tool=bestpractice.com [58]Schneider BJ, Naidoo J, Santomasso BD, et al. Management of immune-related adverse events in patients treated with immune checkpoint inhibitor therapy: ASCO guideline update. J Clin Oncol. 2021 Dec 20;39(36):4073-126. https://ascopubs.org/doi/10.1200/JCO.21.01440?url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori:rid:crossref.org&rfr_dat=cr_pub%20%200pubmed http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34724392?tool=bestpractice.com Os inibidores do checkpoint imunológico não devem ser usados em pacientes que já receberam inibidores de tirosina quinase (TKIs); toxicidade foi relatada com administração concomitante e sequencial de imunoterapia e TKI em ensaios de câncer pulmonar de células não pequenas.[5]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: small cell lung cancer [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_1 [59]Kalra A, Rashdan S. The toxicity associated with combining immune check point inhibitors with tyrosine kinase inhibitors in patients with non-small cell lung cancer. Front Oncol. 2023;13:1158417. https://www.doi.org/10.3389/fonc.2023.1158417 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37124513?tool=bestpractice.com
Todos os tratamentos quimioterápicos listados têm o potencial de causar supressão da medula óssea, náuseas/vômitos, alopecia e fadiga. Os outros efeitos adversos são específicos de cada agente. Consulte o protocolo clínico e de diretrizes terapêuticas local para obter mais informações sobre dosagens.
Opções primárias
carboplatina
--E--
etoposídeo
--E--
Atezolizumabe
ou
Durvalumabe
ou
cisplatina
e
etoposídeo
e
Durvalumabe
ou
cisplatina
ou
carboplatina
--E--
irinotecano
irradiação craniana profilática ou vigilância de rotina com RNM cranioencefálica
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os pacientes com CPCP apresentam alto risco de desenvolver metástases cerebrais. Ensaios randomizados demonstraram um benefício de sobrevida para a irradiação craniana profilática (ICP) nos pacientes que respondem à terapia inicial. Os dados são mais distintos na doença em estádio limitado do que em estádio extensivo.[49]Simone CB 2nd, Bogart JA, Cabrera AR, et al. Radiation therapy for small cell lung cancer: an ASTRO clinical practice guideline. Pract Radiat Oncol. 2020 May - Jun;10(3):158-73. https://www.practicalradonc.org/article/S1879-8500(20)30053-9/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32222430?tool=bestpractice.com [63]Seto T, Takahashi T, Yamanaka T, et al. Prophylactic cranial irradiation (PCI) has a detrimental effect on the overall survival (OS) of patients (pts) with extensive disease small cell lung cancer (ED-SCLC): results of a Japanese randomized phase III trial. 2014 ASCO Annual Meeting Abstracts. J Clin Oncol. 2014 May 20;32(15 suppl):7503. https://ascopubs.org/doi/10.1200/jco.2014.32.15_suppl.7503 [64]Le Rhun E, Guckenberger M, Smits M, et al. EANO-ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment and follow-up of patients with brain metastasis from solid tumours. Ann Oncol. 2021 Nov;32(11):1332-47. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(21)02214-6/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34364998?tool=bestpractice.com
Entre os pacientes que recebem ICP, a dose recomendada é de 25 Gy em frações de 2.5 Gy.[66]Le Péchoux C, Dunant A, Senan S, et al; Prophylactic Cranial Irradiation (PCI) Collaborative Group. Standard-dose versus higher-dose prophylactic cranial irradiation in patients with limited-stage small-cell lung cancer in complete remission after chemotherapy and thoracic radiotherapy: a randomised clinical trial. Lancet Oncol. 2009 May;10(5):467-74. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19386548?tool=bestpractice.com [67]Le Péchoux C, Laplanche A, Faivre-Finn C, et al; Prophylactic Cranial Irradiation (PCI) Collaborative Group. Clinical neurological outcome and quality of life among patients with limited small-cell cancer treated with two different doses of prophylactic cranial irradiation in the intergroup phase III trial (PCI99-01, EORTC 22003-08004, RTOG 0212 and IFCT 99-01). Ann Oncol. 2011 May;22(5):1154-63. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3082159 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21139020?tool=bestpractice.com
Dependendo das características específicas do paciente e da doença, a vigilância de rotina com ressonância nuclear magnética (RNM) cranioencefálica pode ser uma alternativa à ICP.[49]Simone CB 2nd, Bogart JA, Cabrera AR, et al. Radiation therapy for small cell lung cancer: an ASTRO clinical practice guideline. Pract Radiat Oncol. 2020 May - Jun;10(3):158-73. https://www.practicalradonc.org/article/S1879-8500(20)30053-9/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32222430?tool=bestpractice.com
radioterapia
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A radioterapia (RT) é efetiva na redução dos sintomas da doença intratorácica avançada (isto é, hemoptise, dor torácica, dispneia), bem como dos sítios metastáticos sintomáticos (por exemplo, metástases ósseas e cerebrais).
A RT torácica pode ser considerada para os pacientes com locais limitados de doença metastática, que conseguem uma resposta extratorácica completa e apresentam pelo menos uma resposta intratorácica parcial à quimioterapia inicial, para adiar ou evitar recidiva sintomática da doença.[49]Simone CB 2nd, Bogart JA, Cabrera AR, et al. Radiation therapy for small cell lung cancer: an ASTRO clinical practice guideline. Pract Radiat Oncol. 2020 May - Jun;10(3):158-73. https://www.practicalradonc.org/article/S1879-8500(20)30053-9/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32222430?tool=bestpractice.com [61]Jeremic B, Shibamoto Y, Nikolic N, et al. Role of radiation therapy in the combined-modality treatment of patients with extensive disease small-cell lung cancer: a randomized study. J Clin Oncol. 1999 Jul;17(7):2092-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10561263?tool=bestpractice.com [62]Slotman BJ, van Tinteren H, Praag JO, et al. Use of thoracic radiotherapy for extensive stage small-cell lung cancer: a phase 3 randomised controlled trial. Lancet. 2015 Jan 3;385(9962):36-42. https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(14)61085-0/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25230595?tool=bestpractice.com
Os efeitos adversos dependem do tamanho do campo de radiação, da dose e dos órgãos adjacentes (em particular, pulmões e esôfago) que, inevitavelmente, recebem alguma radiação.
Os efeitos adversos mais comuns são fadiga, eritema/descamação da pele e esofagite. A maioria dos pacientes desenvolve algum grau de esofagite durante o tratamento. A complicação tardia mais comum é a pneumonite, caracterizada por dispneia, tosse seca e febre, ocorrendo de 1 a 6 meses após a conclusão do tratamento. A pneumonite raramente é fatal. A maioria dos pacientes desenvolve algum grau de fibrose pulmonar após a RT, mas esta é, em geral, assintomática.
Complicações raras incluem estenose esofágica e brônquica, mais comuns nos casos em que são prescritas doses mais altas de radiação.[33]Miller KL, Shafman TD, Marks LB. A practical approach to pulmonary risk assessment in the radiotherapy of lung cancer. Semin Radiat Oncol. 2004 Oct;14(4):298-307. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15558504?tool=bestpractice.com [70]Miller KL, Shafman TD, Anscher MS, et al. Bronchial stenosis: an underreported complication of high-dose external beam radiotherapy for lung cancer? Int J Radiat Oncol Biol Phys. 2005 Jan 1;61(1):64-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15629595?tool=bestpractice.com [71]Socinski MA, Morris DE, Halle JS, et al. Induction and concurrent chemotherapy with high-dose thoracic conformal radiation therapy in unresectable stage IIIA and IIIB non-small-cell lung cancer: a dose-escalation phase I trial. J Clin Oncol. 2004 Nov 1;22(21):4341-50. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15514375?tool=bestpractice.com
recidiva dentro de 6 meses
terapia sistêmica ou radioterapia
Pode-se considerar o esquema original ou semelhante à base de platina para pacientes com recidiva precoce (intervalo sem tratamento de pelo menos 3 a 6 meses).[5]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: small cell lung cancer [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_1 [32]Dingemans AC, Früh M, Ardizzoni A, et al. Small-cell lung cancer: ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment and follow-up. Annals of Oncology. Jul 2021;32(7):839-53. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(21)01113-3/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33864941?tool=bestpractice.com
Nivolumabe ou pembrolizumabe como agente único estão listados como opções de tratamento subsequentes para a recidiva de CPCP.[5]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: small cell lung cancer [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_1 [32]Dingemans AC, Früh M, Ardizzoni A, et al. Small-cell lung cancer: ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment and follow-up. Annals of Oncology. Jul 2021;32(7):839-53. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(21)01113-3/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33864941?tool=bestpractice.com Entretanto, o nivolumabe não melhorou a sobrevida versus a quimioterapia em um estudo randomizado aberto de fase 3 do CPCP recidivado.[69]Spigel DR, Vicente D, Ciuleanu TE, et al. Second-line nivolumab in relapsed small-cell lung cancer: CheckMate 331. Ann Oncol. 2021 May;32(5):631-41. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(21)00099-5/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33539946?tool=bestpractice.com O uso de nivolumabe ou pembrolizumabe em pacientes com progressão da doença enquanto recebem atezolizumabe ou durvalumabe de manutenção é desencorajado.[5]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: small cell lung cancer [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_1
A resposta dos pacientes com doença resistente ou refratária (intervalo sem tratamento <3 meses ou ≤6 meses para orientação europeia e norte-americana, respetivamente) às terapêuticas subsequentes é fraca e um ensaio clínico pode ser a opção preferencial.[5]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: small cell lung cancer [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_1 [32]Dingemans AC, Früh M, Ardizzoni A, et al. Small-cell lung cancer: ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment and follow-up. Annals of Oncology. Jul 2021;32(7):839-53. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(21)01113-3/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33864941?tool=bestpractice.com
Para os pacientes com doença intratorácica sintomática ou com metástases à distância que causam sintomas dolorosos, a radioterapia paliativa deve ser considerada.
A escolha entre os diversos esquemas é complexa e precisa ser feita em um centro especializado em oncologia. Há diversos medicamentos quimioterápicos e combinações que podem ser usados se um protocolo clínico não for possível, embora as taxas de resposta sejam baixas.
Todos têm potencial para causar supressão da medula óssea, náuseas e vômitos, alopecia e fadiga. Os outros efeitos adversos são específicos de cada agente. Os inibidores do checkpoint imunológico podem causar pneumonite, colite, dermatite, miosite e hipotireoidismo, entre outros. A consciência da variedade de possíveis eventos adversos mediados imunologicamente, tanto por parte do profissional da saúde quanto do paciente, é fundamental para o reconhecimento precoce e a mitigação das interações entre medicamentos.[57]Beavers CJ, Rodgers JE, Bagnola AJ, et al. Cardio-oncology drug interactions: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2022 Apr 12;145(15):e811-38. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001056?rfr_dat=cr_pub++0pubmed&url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35249373?tool=bestpractice.com [58]Schneider BJ, Naidoo J, Santomasso BD, et al. Management of immune-related adverse events in patients treated with immune checkpoint inhibitor therapy: ASCO guideline update. J Clin Oncol. 2021 Dec 20;39(36):4073-126. https://ascopubs.org/doi/10.1200/JCO.21.01440?url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori:rid:crossref.org&rfr_dat=cr_pub%20%200pubmed http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34724392?tool=bestpractice.com
Siga as diretrizes do protocolo clínico local para dosagem.
Opções primárias
cisplatina
ou
carboplatina
--E--
etoposídeo
ou
cisplatina
ou
carboplatina
--E--
irinotecano
Opções secundárias
topotecana
ou
lurbinectedina
ou
paclitaxel
ou
docetaxel
ou
temozolomida
ou
etoposídeo
ou
irinotecano
ou
gencitabina
ou
ciclofosfamida
e
doxorrubicina
e
vincristina
Opções terciárias
nivolumabe
ou
pembrolizumabe
recidiva após 6 meses
terapia sistêmica ou radioterapia
As diretrizes dos EUA recomendam o esquema original ou semelhante à base de platina como terapia sistêmica subsequente para pacientes com intervalo sem tratamento >6 meses.[5]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: small cell lung cancer [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_1 Uma metanálise de dados de estudos observacionais e randomizados revelou que a quimioterapia dupla com platina esteve associada a uma taxa de resposta objetiva e a uma taxa de controle da doença significativamente maiores em pacientes com CPCP recidivado em comparação com esquemas não baseados em platina.[68]Horiuchi K, Sato T, Kuno T, et al. Platinum-doublet chemotherapy as second-line treatment for relapsed patients with small-cell lung cancer: A systematic review and meta-analysis. Lung Cancer. 2021 Jun;156:59-67. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33894495?tool=bestpractice.com
Nivolumabe ou pembrolizumabe (inibidores de checkpoint imunológico) como agente único estão listados como opções de tratamento subsequentes para a recidiva do CPCP.[5]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: small cell lung cancer [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_1 [32]Dingemans AC, Früh M, Ardizzoni A, et al. Small-cell lung cancer: ESMO clinical practice guidelines for diagnosis, treatment and follow-up. Annals of Oncology. Jul 2021;32(7):839-53. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(21)01113-3/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33864941?tool=bestpractice.com Entretanto, o nivolumabe não melhorou a sobrevida versus a quimioterapia em um estudo randomizado aberto de fase 3 do CPCP recidivado.[69]Spigel DR, Vicente D, Ciuleanu TE, et al. Second-line nivolumab in relapsed small-cell lung cancer: CheckMate 331. Ann Oncol. 2021 May;32(5):631-41. https://www.annalsofoncology.org/article/S0923-7534(21)00099-5/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33539946?tool=bestpractice.com O uso de nivolumabe ou pembrolizumabe em pacientes com progressão da doença enquanto recebem atezolizumabe ou durvalumabe de manutenção é desencorajado.[5]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: small cell lung cancer [internet publication]. https://www.nccn.org/guidelines/category_1
Para os pacientes com doença intratorácica sintomática ou com metástases à distância que causam sintomas dolorosos, a radioterapia paliativa deve ser considerada.
A escolha entre os diversos esquemas é complexa e precisa ser feita em um centro especializado em oncologia. Há diversos medicamentos quimioterápicos e combinações que podem ser usados se um protocolo clínico não for possível, embora as taxas de resposta sejam baixas.
Todos têm potencial para causar supressão da medula óssea, náuseas e vômitos, alopecia e fadiga. Os outros efeitos adversos são específicos de cada agente. Os inibidores do checkpoint imunológico podem causar pneumonite, colite, dermatite, miosite e hipotireoidismo, entre outros. A consciência da variedade de possíveis eventos adversos mediados imunologicamente, tanto por parte do profissional da saúde quanto do paciente, é fundamental para o reconhecimento precoce e a mitigação das interações entre medicamentos.[57]Beavers CJ, Rodgers JE, Bagnola AJ, et al. Cardio-oncology drug interactions: a scientific statement from the American Heart Association. Circulation. 2022 Apr 12;145(15):e811-38. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000001056?rfr_dat=cr_pub++0pubmed&url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35249373?tool=bestpractice.com [58]Schneider BJ, Naidoo J, Santomasso BD, et al. Management of immune-related adverse events in patients treated with immune checkpoint inhibitor therapy: ASCO guideline update. J Clin Oncol. 2021 Dec 20;39(36):4073-126. https://ascopubs.org/doi/10.1200/JCO.21.01440?url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori:rid:crossref.org&rfr_dat=cr_pub%20%200pubmed http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34724392?tool=bestpractice.com
Siga as diretrizes do protocolo clínico local para dosagem.
Opções primárias
cisplatina
ou
carboplatina
--E--
etoposídeo
ou
cisplatina
ou
carboplatina
--E--
irinotecano
Opções secundárias
topotecana
ou
lurbinectedina
ou
paclitaxel
ou
docetaxel
ou
irinotecano
ou
temozolomida
ou
ciclofosfamida
e
doxorrubicina
e
vincristina
ou
etoposídeo
ou
gencitabina
Opções terciárias
nivolumabe
ou
pembrolizumabe
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