História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Incluem o tabagismo e a exposição passiva à fumaça de tabaco, exposição ao gás radônio e ao asbesto.

tosse

Uma tosse persistente ou recente, em especial em um fumante ou ex-fumante, é suspeita e requer exame de imagem do tórax.

A tosse está presente no momento do diagnóstico em mais de 50% dos pacientes com câncer pulmonar e pode ser decorrente de pneumonia pós-obstrutiva, tumor endobrônquico ou derrame pleural.[4]

dispneia

Presente no diagnóstico na maioria dos pacientes.[4]

As causas possíveis incluem obstrução das vias aéreas, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) subjacente, pneumonia, paralisia do nervo frênico ou derrame pleural.

hemoptise

Ocorre em aproximadamente 25% das pacientes.[4]

Embora a hemoptise maciça seja rara, é comum os pacientes com câncer pulmonar apresentarem tosse com expectoração sanguinolenta. A hemoptise em um fumante levanta suspeita de câncer pulmonar.

dor torácica

Dor ou desconforto torácico está presente em aproximadamente 33% dos pacientes.[4]

O pulmão é desprovido de fibras dolorosas. Assim, a maioria dos pacientes com dor torácica apresenta tumores que estão invadindo a pleura ou a parede torácica. No entanto, os pacientes com doença em estágio inicial podem apresentar desconforto torácico.

perda de peso

A caquexia associada ao câncer (mais comum nos pacientes com doença avançada) é um fator prognóstico desfavorável independente e deve ser avaliada e abordada especificamente de acordo com as diretrizes de prática estabelecidas.[35][36]

Outros fatores diagnósticos

comuns

idade entre 65 e 74 anos

A idade mediana ao momento do diagnóstico de câncer pulmonar é de 65 a 74 anos.[7] Menos de 10% dos casos são diagnosticados antes dos 55 anos de idade.[7]

sexo masculino

Mais comum em homens. A incidência ajustada à idade nos homens é de 56.4 novos casos por 100,000, em comparação com 45.3 casos por 100,000 nas mulheres (SEER 2016-2020).[7]

fadiga

Sintoma inespecífico para o câncer de pulmão; com frequência, é multifatorial.

anormalidades observadas no exame pulmonar

A ausculta pulmonar pode evidenciar sibilos, estertores, murmúrios vesiculares diminuídos e macicez à percussão.

Incomuns

rouquidão

A rouquidão, secundária à paralisia do nervo laríngeo recorrente, pode estar presente em 2% a 18% dos pacientes.[4]

confusão

Um sintoma comum das metástases cerebrais. Até 40% a 50% dos pacientes com câncer de pulmão desenvolvem metástases cerebrais.[30]

alterações da personalidade

Podem ocorrer no cenário de metástases cerebrais.

náuseas e vômitos

Pode indicar metástases cerebrais.

cefaleia

Pode indicar metástases cerebrais.

disfagia

Pode ocorrer se o tumor tiver estreitado ou obstruído o esôfago.

dor óssea e/ou fraturas

Dor ou fraturas patológicas podem ocorrer como consequência de metástases ósseas. O esqueleto axial e os ossos longos proximais são os mais frequentemente afetados.[4]

convulsões

Um possível sintoma de metástases cerebrais.

adenopatia cervical ou supraclavicular

Os sítios mais comuns de disseminação regional são o hilo e o mediastino. Os níveis seguintes de disseminação nos linfonodos são a fossa supraclavicular e as cadeias cervicais.

edema facial

Pode indicar compressão da veia cava superior, seja em decorrência de adenopatia mediastinal ou de um tumor do lobo superior direito estendendo-se centralmente para o mediastino.

veias dilatadas no pescoço ou na parede torácica/abdominal

Veias jugulares ou acessórias distendidas na parede torácica ou abdominal podem indicar compressão da veia cava superior.

baqueteamento digital

Mais comum no câncer pulmonar de células não pequenas que no câncer pulmonar de células não pequenas (CPCP) (35% versus 4%).[4]

osteoartropatia hipertrófica

Artropatia dolorosa dos punhos, tornozelos e joelhos, com nova formação óssea periosteal. O CPCP é uma causa rara.[4]

Fatores de risco

Fortes

tabagismo

Diversos estudos epidemiológicos relacionam o câncer de pulmão ao tabagismo.[13][14][15]

A fumaça do tabaco contém diversos carcinógenos, incluindo os hidrocarbonetos aromáticos polinucleares, as aminas aromáticas, as N-nitrosaminas e outros compostos orgânicos e inorgânicos.[16] Alguns dados sugerem que a presença de DPOC pode ser um fator de risco independente para o desenvolvimento de câncer pulmonar, independentemente do tabagismo.[19]

exposição ambiental ao tabaco

A fumaça ambiental do tabaco (fumo passivo) é uma importante causa de câncer pulmonar e representa um dos fatores de risco para o desenvolvimento de câncer pulmonar entre os que nunca fumaram.[20] Os dados disponíveis demonstram que a exposição ao fumo passivo tanto no local de trabalho quanto em casa está associada a uma maior incidência de câncer pulmonar e a aumento da mortalidade associada ao câncer pulmonar.[21]

exposição ao gás radônio

O urânio é normalmente encontrado na crosta terrestre. Seu decaimento produz o gás radônio, que pode se infiltrar nas residências. O radônio é inerte, mas decai com uma meia-vida de 3.8 dias gerando polônio-214 e polônio-218. Esses elementos emitem partículas alfa, que danificam o ácido desoxirribonucleico (DNA) e podem causar transformações malignas.

Vários estudos de caso-controle já associaram a exposição ocupacional (mineração) e residencial ao radônio com o câncer de pulmão. Estima-se que o radônio possa contribuir com até 10% de todos os casos de câncer pulmonar.[22][23]

Fracos

exposição ao asbesto

As fibras de asbesto são carcinógenos que se alojam no pulmão e constituem um fator de risco para o câncer de pulmão, especialmente em fumantes e pessoas altamente expostas.[24] Dados epidemiológicos já relacionaram o asbesto ao câncer de pulmão (todas as variantes histológicas), com o paciente tendo desenvolvido asbestose (uma fibrose intersticial difusa nos pulmões, secundária à exposição ao asbesto) ou não.[25]

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