Abscesso intra-abdominal
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
abscesso intra-abdominal adquirido na comunidade: não considerado de alto risco, gravidade de leve a moderada
controle de foco
Drenagem percutânea orientada por TC ou ultrassonografia é a terapia de primeira linha para abscessos simples que não estão associados a suspeita de neoplasia nem a grandes vazamentos anastomóticos. Útil somente se um ou dois AIA estiverem presentes (por exemplo, abscesso apendicular), mas limitados quando a trajetória do abscesso requer contaminação cruzada de uma outra cavidade (por exemplo, a pleura) ou quando a fonte da contaminação não estiver suficientemente controlada (por exemplo, um colapso anastomótico grande). Complicações incluem o deslocamento ou a obstrução do cateter, septicemia pós-procedimento e drenagem insuficiente; podem incluir sangramento e lesão inadvertida de estruturas circundantes.[33]Lagana D, Carrafiello G, Mangini M, et al. Image-guided percutaneous treatment of abdominal-pelvic abscesses: a 5-year experience. Radiol Med. 2008 Oct;113(7):999-1007. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18795233?tool=bestpractice.com O cateter poderá ser removido quando os achados clínicos desaparecerem e a drenagem for <10 mL/24 horas; antes da remoção, o bloqueio do cateter deverá ser excluído.[38]Men S, Akhan O, Koroglu M. Percutaneous drainage of abdominal abcess. Eur J Radiol. 2002 Sep;43(3):204-18. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12204403?tool=bestpractice.com
O procedimento cirúrgico de drenagem depende da causa do AIA. Quando um vazamento anastomótico ocorre, uma única cirurgia pode não ser suficiente, e uma cirurgia de 2 ou vários estágios pode ser necessária. A instabilidade hemodinâmica pode contraindicar o restabelecimento da continuidade intestinal, e uma segunda laparotomia é geralmente planejada em 24 a 48 horas. O tratamento de feridas com pressão negativa pode ser considerado se o abdome for deixado aberto.[44]National Institute for Health and Care Excellence. Negative pressure wound therapy for the open abdomen. Nov 2013 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ipg467
antibioticoterapia empírica de amplo espectro intravenosa
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Pacientes mais jovens sem comorbidades, imunossupressão ou disfunção de órgãos com infecção de leve a moderada e controle de foco adequado (por exemplo, apendicite perfurada/com abscesso) e um escore da Avaliação de Fisiologia Aguda e Doença Crônica (APACHE) II <10 não são considerados de alto risco. Surgical Infection Society: intra-abdominal infection (IAI) high versus low risk Opens in new window
A cobertura parenteral com antibioticoterapia empírica de amplo espectro deve ser iniciada imediatamente. Culturas adequadas devem ser obtidas antes de iniciar a antibioticoterapia, mas não devem impedir sua administração imediata.[29]Evans L, Rhodes A, Alhazzani W, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of sepsis and septic shock 2021. Intensive Care Med. 2021 Nov;47(11):1181-247. https://www.doi.org/10.1007/s00134-021-06506-y http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34599691?tool=bestpractice.com
Duas metanálises demonstraram redução da mortalidade em curto prazo usando uma infusão de longa duração (off-label) de betalactâmicos após o bolus inicial.[46]Vardakas KZ, Voulgaris GL, Maliaros A, et al. Prolonged versus short-term intravenous infusion of antipseudomonal β-lactams for patients with sepsis: a systematic review and meta-analysis of randomised trials. Lancet Infect Dis. 2018 Jan;18(1):108-20. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29102324?tool=bestpractice.com [47]Roberts JA, Abdul-Aziz MH, Davis JS, et al. Continuous versus intermittent β-lactam infusion in severe sepsis. A meta-analysis of individual patient data from randomized trials. Am J Respir Crit Care Med. 2016 Sep 15;194(6):681-91. https://www.doi.org/10.1164/rccm.201601-0024OC http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26974879?tool=bestpractice.com As doses não são refletidas aqui.
Antibióticos devem ser administrados antes da drenagem cirúrgica ou percutânea.
O tratamento pode ser em esquema monoterápico ou com terapia combinada, todos sendo igualmente efetivos. É necessário levar em conta os padrões da resistência local.
A duração da terapêutica antimicrobiana depende da adequação do controle de foco e da resposta à terapia (ou seja, resolução dos sinais e sintomas de infecção e AIA por imagens diagnósticas repetidas). Um ensaio clínico multicêntrico sugere que 4 dias de terapêutica antimicrobiana podem ser suficientes em um quadro de controle do foco adequado.[51]Sawyer RG, Claridge JA, Nathens AB, et al. Trial of short-course antimicrobial therapy for intraabdominal infection. N Engl J Med. 2015 May 21;372(21):1996-2005. https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1411162 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25992746?tool=bestpractice.com
Opções primárias
ticarcilina/ácido clavulânico: 3.1 g por via intravenosa a cada 6 horas
Mais ticarcilina/ácido clavulânicoA dose consiste em 3 g de ticarcilina associada a 0.1 g de ácido clavulânico.
ou
ertapeném: 1 g por via intravenosa a cada 24 horas
ou
moxifloxacino: 400 mg por via intravenosa a cada 24 horas
ou
cefuroxima: 1.5 g por via intravenosa a cada 8 horas
ou
ceftriaxona: 1-2 g por via intravenosa a cada 12-24 horas
ou
cefotaxima: 1-2 g por via intravenosa a cada 6-8 horas
--E--
metronidazol: 500 mg por via intravenosa a cada 8-12 horas
ou
ciprofloxacino: 400 mg por via intravenosa a cada 12 horas
ou
levofloxacino: 750 mg por via intravenosa a cada 24 horas
--E--
metronidazol: 500 mg por via intravenosa a cada 8-12 horas
trocar para antibioticoterapia específica uma vez que a cultura for conhecida
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os pacientes podem passar para uma antibioticoterapia específica, uma vez que os resultados da cultura estejam disponíveis.
Se o abscesso for muito pequeno para drenar ou aspirar (para cultura) ou se o paciente estiver recebendo antibióticos antes da drenagem e não houver crescimento de organismos, então o paciente permaneceria recebendo antibióticos empíricos, supondo que haja melhora clínica.
tratamento cirúrgico adicional
Necessário se o paciente não responder ao tratamento inicial ou se houver um vazamento não contido. Uma única cirurgia pode não ser um controle suficiente da fonte, e uma cirurgia de 2 ou vários estágios pode ser necessária.
A instabilidade hemodinâmica pode contraindicar o restabelecimento da continuidade intestinal, e uma segunda laparotomia é geralmente planejada em 24 a 48 horas. O tratamento de feridas com pressão negativa pode ser considerado se o abdome for deixado aberto.[44]National Institute for Health and Care Excellence. Negative pressure wound therapy for the open abdomen. Nov 2013 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ipg467
No abscesso hepático piogênico decorrente da sepse biliar, deve-se considerar um procedimento de drenagem biliar concomitante, seja percutâneo ou endoscópico.
abscesso intra-abdominal adquirido na comunidade: risco elevado ou gravidade alta
controle de foco
Drenagem percutânea orientada por TC ou ultrassonografia é a terapia de primeira linha para abscessos simples que não estão associados a suspeita de neoplasia nem a grandes vazamentos anastomóticos. Útil somente se um ou dois AIA estiverem presentes (por exemplo, abscesso apendicular), mas limitados quando a trajetória do abscesso requer contaminação cruzada de uma outra cavidade (por exemplo, a pleura) ou quando a fonte da contaminação não estiver suficientemente controlada (por exemplo, um colapso anastomótico grande).
Complicações incluem o deslocamento ou a obstrução do cateter, septicemia pós-procedimento e drenagem insuficiente; podem incluir sangramento e lesão inadvertida de estruturas circundantes.[33]Lagana D, Carrafiello G, Mangini M, et al. Image-guided percutaneous treatment of abdominal-pelvic abscesses: a 5-year experience. Radiol Med. 2008 Oct;113(7):999-1007. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18795233?tool=bestpractice.com
O cateter poderá ser removido quando os achados clínicos desaparecerem e a drenagem for <10 mL/24 horas; antes da remoção, o bloqueio do cateter deverá ser excluído.[38]Men S, Akhan O, Koroglu M. Percutaneous drainage of abdominal abcess. Eur J Radiol. 2002 Sep;43(3):204-18. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12204403?tool=bestpractice.com
O procedimento cirúrgico de drenagem depende da causa do AIA. Quando um vazamento anastomótico ocorre, uma única cirurgia pode não ser suficiente, e uma cirurgia de 2 ou vários estágios pode ser necessária. A instabilidade hemodinâmica pode contraindicar o restabelecimento da continuidade intestinal, e uma segunda laparotomia é geralmente planejada em 24 a 48 horas. O tratamento de feridas com pressão negativa pode ser considerado se o abdome for deixado aberto.[44]National Institute for Health and Care Excellence. Negative pressure wound therapy for the open abdomen. Nov 2013 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ipg467
antibioticoterapia empírica de amplo espectro intravenosa
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Pacientes com idade avançada com comorbidades (por exemplo, neoplasia maligna), disfunção de órgãos, desnutrição, albumina baixa ou imunossupressão, um escore APACHE II ≥10, sepse ou choque séptico, com envolvimento do peritônio e/ou peritonite difusa e controle de foco inadequado são considerados de alto risco. Surgical Infection Society: intra-abdominal infection (IAI) high versus low risk Opens in new window
A demora na intervenção inicial (>24 horas) ou a hospitalização prolongada antes da cirurgia para infecção intra-abdominal também pode colocar os pacientes em risco elevado.[2]Mazuski JE, Tessier JM, May AK, et al. The Surgical Infection Society revised guidelines on the management of intra-abdominal infection. Surg Infect (Larchmt). 2017 Jan;18(1):1-76. https://www.liebertpub.com/doi/full/10.1089/sur.2016.261 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28085573?tool=bestpractice.com
Em pacientes com sepse ou choque séptico, a antibioticoterapia parenteral empírica com amplo espectro deve ser iniciada imediatamente após a obtenção do diagnóstico, já que o desfecho piora a cada hora de atraso da terapêutica antimicrobiana.[45]Kumar A, Roberts D, Wood KE, et al. Duration of hypotension before initiation of effective antimicrobial therapy is the critical determinant of survival in human septic shock. Crit Care Med. 2006 Jun;34(6):1589-96. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16625125?tool=bestpractice.com
Duas metanálises demonstraram redução da mortalidade em curto prazo usando uma infusão de longa duração (off-label) de betalactâmicos após o bolus inicial.[46]Vardakas KZ, Voulgaris GL, Maliaros A, et al. Prolonged versus short-term intravenous infusion of antipseudomonal β-lactams for patients with sepsis: a systematic review and meta-analysis of randomised trials. Lancet Infect Dis. 2018 Jan;18(1):108-20. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29102324?tool=bestpractice.com [47]Roberts JA, Abdul-Aziz MH, Davis JS, et al. Continuous versus intermittent β-lactam infusion in severe sepsis. A meta-analysis of individual patient data from randomized trials. Am J Respir Crit Care Med. 2016 Sep 15;194(6):681-91. https://www.doi.org/10.1164/rccm.201601-0024OC http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26974879?tool=bestpractice.com As doses não são refletidas aqui.
É necessário levar em conta os padrões da resistência local.
Culturas adequadas devem ser obtidas antes de iniciar a antibioticoterapia, mas não devem impedir sua administração imediata.[29]Evans L, Rhodes A, Alhazzani W, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of sepsis and septic shock 2021. Intensive Care Med. 2021 Nov;47(11):1181-247. https://www.doi.org/10.1007/s00134-021-06506-y http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34599691?tool=bestpractice.com
Antibióticos devem ser administrados antes da drenagem cirúrgica ou percutânea.
A duração da terapêutica antimicrobiana depende da adequação do controle de foco e da resposta à terapia (ou seja, resolução dos sinais e sintomas de infecção e AIA por imagens diagnósticas repetidas). Um ensaio clínico multicêntrico sugere que 4 dias de terapêutica antimicrobiana podem ser suficientes em um quadro de controle do foco adequado.[51]Sawyer RG, Claridge JA, Nathens AB, et al. Trial of short-course antimicrobial therapy for intraabdominal infection. N Engl J Med. 2015 May 21;372(21):1996-2005. https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1411162 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25992746?tool=bestpractice.com
Opções primárias
piperacilina/tazobactam: 3.375 g por via intravenosa a cada 6 horas
Mais piperacilina/tazobactamA dose consiste em 3 g de piperacilina associada a 0.375 g de tazobactam.
ou
imipeném/cilastatina: 500-1000 mg por via intravenosa a cada 6-8 horas
Mais imipeném/cilastatinaA dose refere-se ao componente de imipeném.
ou
meropeném: 1 g por via intravenosa a cada 8 horas
ou
ertapeném: 1 g por via intravenosa a cada 24 horas
ou
ceftazidima: 2 g por via intravenosa a cada 8 horas
ou
cefepima: 2 g por via intravenosa a cada 8-12 horas
--E--
metronidazol: 500 mg por via intravenosa a cada 8-12 horas
cobertura antienterocócica
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Deve-se considerar uma cobertura empírica de Enterococcus em pacientes de alto risco.[2]Mazuski JE, Tessier JM, May AK, et al. The Surgical Infection Society revised guidelines on the management of intra-abdominal infection. Surg Infect (Larchmt). 2017 Jan;18(1):1-76. https://www.liebertpub.com/doi/full/10.1089/sur.2016.261 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28085573?tool=bestpractice.com
Se piperacilina/tazobactam tiverem sido usados como parte de uma cobertura antibiótica empírica de amplo espectro, então o Enterococcus já foi coberto.
Enterococos resistentes à vancomicina (ERV) são patógenos emergentes resistentes a vários antibióticos padrão. Os dados sobre a eficácia e segurança de antimicrobianos específicos são limitados, principalmente com relação ao tratamento de infecções intra-abdominais. A linezolida é aprovada para o tratamento de infecções por ERV; a daptomicina e a tigeciclina também podem ser usadas.[2]Mazuski JE, Tessier JM, May AK, et al. The Surgical Infection Society revised guidelines on the management of intra-abdominal infection. Surg Infect (Larchmt). 2017 Jan;18(1):1-76. https://www.liebertpub.com/doi/full/10.1089/sur.2016.261 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28085573?tool=bestpractice.com
Duas metanálises demonstraram redução da mortalidade em curto prazo usando uma infusão de longa duração (off-label) de betalactâmicos após o bolus inicial.[46]Vardakas KZ, Voulgaris GL, Maliaros A, et al. Prolonged versus short-term intravenous infusion of antipseudomonal β-lactams for patients with sepsis: a systematic review and meta-analysis of randomised trials. Lancet Infect Dis. 2018 Jan;18(1):108-20. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29102324?tool=bestpractice.com [47]Roberts JA, Abdul-Aziz MH, Davis JS, et al. Continuous versus intermittent β-lactam infusion in severe sepsis. A meta-analysis of individual patient data from randomized trials. Am J Respir Crit Care Med. 2016 Sep 15;194(6):681-91. https://www.doi.org/10.1164/rccm.201601-0024OC http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26974879?tool=bestpractice.com As doses não são refletidas aqui.
Opções primárias
ampicilina: 2 g por via intravenosa a cada 4-6 horas
ou
piperacilina/tazobactam: 3.375 g por via intravenosa a cada 6 horas
Mais piperacilina/tazobactamA dose consiste em 3 g de piperacilina associada a 0.375 g de tazobactam.
ou
vancomicina: 15-20 mg/kg por via intravenosa a cada 8-12 horas
Opções secundárias
linezolida: 600 mg por via intravenosa a cada 12 horas
ou
daptomicina: 8-12 mg/kg por via intravenosa a cada 24 horas
Mais daptomicinaDoses mais altas que as aprovadas para infecções de pele e de tecidos moles costumam ser necessárias para enterococcus resistente à vancomicina. Trata-se de uso off-label. Dados respaldam a segurança e a eficácia da daptomicina em uma dose de 8-12 mg/kg/dia, com base na concentração inibitória mínima (CIM).[52]Santimaleeworagun W, Changpradub D, Thunyaharn S, et al. Optimizing the dosing regimens of daptomycin based on the susceptible dose-dependent breakpoint against vancomycin-resistant enterococci infection. Antibiotics (Basel). 2019 Nov 29;8(4):245. https://www.mdpi.com/2079-6382/8/4/245 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31795437?tool=bestpractice.com [53]Shi C, Jin W, Xie Y, et al. Efficacy and safety of daptomycin versus linezolid treatment in patients with vancomycin-resistant enterococcal bacteraemia: an updated systematic review and meta-analysis. J Glob Antimicrob Resist. 2020 Jun;21:235-45. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2213716519302620?via%3Dihub http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31629937?tool=bestpractice.com Consulte um especialista para obter orientação adicional quanto à dose.
ou
tigeciclina: 100 mg por via intravenosa inicialmente como uma dose de ataque, seguidos por 50 mg a cada 12 horas
terapia antifúngica
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A cobertura de Candida só será recomendada se houver evidência de infecção.[2]Mazuski JE, Tessier JM, May AK, et al. The Surgical Infection Society revised guidelines on the management of intra-abdominal infection. Surg Infect (Larchmt). 2017 Jan;18(1):1-76. https://www.liebertpub.com/doi/full/10.1089/sur.2016.261 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28085573?tool=bestpractice.com
A C albicans deve ser tratada com fluconazol, enquanto uma equinocandina deve ser usada para espécies de Candida resistentes ao fluconazol em pacientes em estado crítico.[2]Mazuski JE, Tessier JM, May AK, et al. The Surgical Infection Society revised guidelines on the management of intra-abdominal infection. Surg Infect (Larchmt). 2017 Jan;18(1):1-76. https://www.liebertpub.com/doi/full/10.1089/sur.2016.261 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28085573?tool=bestpractice.com
Opções primárias
fluconazol: 400-800 mg/dia por via intravenosa
Opções secundárias
caspofungina: 70 mg por via intravenosa no dia 1, seguidos por 50 mg a cada 24 horas
ou
anidulafungina: 200 mg por via intravenosa no dia 1, seguidos por 100 mg a cada 24 horas
ou
micafungina: 100 mg por via intravenosa a cada 24 horas
ou
voriconazol: 6 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas no dia 1, seguidos por 4 mg/kg a cada 12 horas
cobertura de Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A cobertura do Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) só será recomendada se houver evidência de infecção.[2]Mazuski JE, Tessier JM, May AK, et al. The Surgical Infection Society revised guidelines on the management of intra-abdominal infection. Surg Infect (Larchmt). 2017 Jan;18(1):1-76. https://www.liebertpub.com/doi/full/10.1089/sur.2016.261 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28085573?tool=bestpractice.com
Vancomicina adjuvante para cobertura de MRSA é indicada (se já não estiver sendo usada) em pacientes que foram colonizados por MRSA ou pelos que correm risco de infecção por MRSA devido à falha do tratamento prévio ou à exposição significativa a antibióticos.[2]Mazuski JE, Tessier JM, May AK, et al. The Surgical Infection Society revised guidelines on the management of intra-abdominal infection. Surg Infect (Larchmt). 2017 Jan;18(1):1-76. https://www.liebertpub.com/doi/full/10.1089/sur.2016.261 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28085573?tool=bestpractice.com
Opções primárias
vancomicina: 15-20 mg/kg por via intravenosa a cada 8-12 horas
cobertura de bactérias produtoras de beta-lactamases de espectro estendido (BLEE)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Bactérias produtoras de BLEE são resistentes a muitas cefalosporinas de espectro estendido, assim como aminoglicosídeos, sulfonamidas e fluoroquinolonas. Carbapenéns são a opção de primeira linha (se ainda não estiverem em uso).[50]Delgado-Valverde M, Sojo-Dorado J, Pascual A, et al. Clinical management of infections caused by multi-drug resistant Enterobacteriaceae. Ther Adv Infect Dis. 2013 Apr;1(2):49-69. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4040721 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25165544?tool=bestpractice.com Novas combinações de cefalosporinas e inibidores da betalactamase, como ceftolozana/tazobactam, apresentaram algum êxito contra algumas cepas de BLEE em um ensaio de fase 3, mas são necessários ensaios adicionais.[54]Solomkin J, Hershberger E, Miller B, et al. Ceftolozane/tazobactam plus metronidazole for complicated intra-abdominal infections in an era of multidrug resistance: results from a randomized, double-blind, phase 3 trial (ASPECT-cIAI). Clin Infect Dis. 2015 May 15;60(10):1462-71. https://academic.oup.com/cid/article/60/10/1462/338307 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25670823?tool=bestpractice.com Ceftolozana/tazobactam são usados em combinação com metronidazol.
Duas metanálises demonstraram redução da mortalidade em curto prazo usando uma infusão de longa duração (off-label) de betalactâmicos após o bolus inicial.[46]Vardakas KZ, Voulgaris GL, Maliaros A, et al. Prolonged versus short-term intravenous infusion of antipseudomonal β-lactams for patients with sepsis: a systematic review and meta-analysis of randomised trials. Lancet Infect Dis. 2018 Jan;18(1):108-20. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29102324?tool=bestpractice.com [47]Roberts JA, Abdul-Aziz MH, Davis JS, et al. Continuous versus intermittent β-lactam infusion in severe sepsis. A meta-analysis of individual patient data from randomized trials. Am J Respir Crit Care Med. 2016 Sep 15;194(6):681-91. https://www.doi.org/10.1164/rccm.201601-0024OC http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26974879?tool=bestpractice.com As doses não são refletidas aqui.
Opções primárias
ertapeném: 1 g por via intravenosa a cada 24 horas
ou
imipeném/cilastatina: 500-1000 mg por via intravenosa a cada 6-8 horas
Mais imipeném/cilastatinaA dose refere-se ao componente de imipeném.
ou
meropeném: 1 g por via intravenosa a cada 8 horas
Opções secundárias
ceftolozana/tazobactam: 1.5 g por via intravenosa a cada 8 horas
Mais ceftolozana/tazobactamA dose consiste em 1 g de ceftolozana associada a 0.5 g de tazobactam
e
metronidazol: 500 mg por via intravenosa a cada 8-12 horas
cobertura de Enterobacteriaceae resistente ao carbapeném (ERC)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
As opções de tratamento são limitadas, pois muitas das bactérias resistentes ao carbapeném também são resistentes a outros antibióticos. Colistimetato (colistina) ou tigeciclina são recomendados, e polimixina B e ceftazidima/avibactam também podem ser usados.
A combinação ceftazidima/avibactam foi aprovada em alguns países, incluindo os EUA, para o tratamento de infecções intra-abdominais complicadas quando usada em associação com metronidazol. É recomendado para pacientes de alto risco com infecção fortemente suspeita ou comprovada por Enterobacteriaceae produtora de Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), para a qual outros agentes não são adequados.[2]Mazuski JE, Tessier JM, May AK, et al. The Surgical Infection Society revised guidelines on the management of intra-abdominal infection. Surg Infect (Larchmt). 2017 Jan;18(1):1-76. https://www.liebertpub.com/doi/full/10.1089/sur.2016.261 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28085573?tool=bestpractice.com
Opções primárias
tigeciclina: 100 mg por via intravenosa inicialmente como uma dose de ataque, seguidos por 50 mg a cada 12 horas
ou
colistimetato sódico: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
polimixina B: 15000-25000 unidades por via intravenosa a cada 12 horas
Opções secundárias
ceftazidima/avibactam: 2.5 g por via intravenosa a cada 8 horas
Mais ceftazidima/avibactamA dose consiste em 2 g de ceftazidima e 0.5 g de avibactam
e
metronidazol: 500 mg por via intravenosa a cada 8-12 horas
trocar para antibioticoterapia específica uma vez que a cultura for conhecida
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os pacientes podem passar para uma antibioticoterapia específica, uma vez que os resultados da cultura estejam disponíveis.
Se o abscesso for muito pequeno para drenar ou aspirar (para cultura) ou se o paciente estiver recebendo antibióticos antes da drenagem e não houver crescimento de organismos, então o paciente permaneceria recebendo antibióticos empíricos, supondo que haja melhora clínica.
tratamento cirúrgico adicional
Necessário se o paciente não responder ao tratamento inicial ou se houver um vazamento não contido. Uma única cirurgia pode não ser um controle suficiente da fonte, e uma cirurgia de 2 ou vários estágios pode ser necessária.
A instabilidade hemodinâmica pode contraindicar o restabelecimento da continuidade intestinal, e uma segunda laparotomia é geralmente planejada em 24 a 48 horas. O tratamento de feridas com pressão negativa pode ser considerado se o abdome for deixado aberto.[44]National Institute for Health and Care Excellence. Negative pressure wound therapy for the open abdomen. Nov 2013 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ipg467
No abscesso hepático piogênico decorrente da sepse biliar, deve-se considerar um procedimento de drenagem biliar concomitante, seja percutâneo ou endoscópico.
abscesso intra-abdominal associado aos cuidados de saúde
controle de foco
Drenagem percutânea orientada por TC ou ultrassonografia é a terapia de primeira linha para abscessos simples que não estão associados a suspeita de neoplasia nem a grandes vazamentos anastomóticos. Útil somente se um ou dois AIA estiverem presentes (por exemplo, abscesso apendicular), mas limitados quando a trajetória do abscesso requer contaminação cruzada de uma outra cavidade (por exemplo, a pleura) ou quando a fonte da contaminação não estiver suficientemente controlada (por exemplo, um colapso anastomótico grande). Complicações incluem o deslocamento ou a obstrução do cateter, septicemia pós-procedimento e drenagem insuficiente; podem incluir sangramento e lesão inadvertida de estruturas circundantes.[33]Lagana D, Carrafiello G, Mangini M, et al. Image-guided percutaneous treatment of abdominal-pelvic abscesses: a 5-year experience. Radiol Med. 2008 Oct;113(7):999-1007. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18795233?tool=bestpractice.com O cateter poderá ser removido quando os achados clínicos desaparecerem e a drenagem for <10 mL/24 horas; antes da remoção, o bloqueio do cateter deverá ser excluído.[38]Men S, Akhan O, Koroglu M. Percutaneous drainage of abdominal abcess. Eur J Radiol. 2002 Sep;43(3):204-18. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12204403?tool=bestpractice.com
O procedimento cirúrgico de drenagem depende da causa do AIA. Quando um vazamento anastomótico ocorre, uma única cirurgia pode não ser suficiente, e uma cirurgia de 2 ou vários estágios pode ser necessária. A instabilidade hemodinâmica pode contraindicar o restabelecimento da continuidade intestinal, e uma segunda laparotomia é geralmente planejada em 24 a 48 horas. O tratamento de feridas com pressão negativa pode ser considerado se o abdome for deixado aberto.[44]National Institute for Health and Care Excellence. Negative pressure wound therapy for the open abdomen. Nov 2013 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ipg467
antibioticoterapia empírica de amplo espectro intravenosa
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Em pacientes com sepse ou choque séptico, a antibioticoterapia parenteral empírica com amplo espectro deve ser iniciada imediatamente após a obtenção do diagnóstico, já que o desfecho piora a cada hora de atraso da terapêutica antimicrobiana.[45]Kumar A, Roberts D, Wood KE, et al. Duration of hypotension before initiation of effective antimicrobial therapy is the critical determinant of survival in human septic shock. Crit Care Med. 2006 Jun;34(6):1589-96. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16625125?tool=bestpractice.com Culturas adequadas devem ser obtidas antes de iniciar a antibioticoterapia, mas não devem impedir sua administração imediata.[29]Evans L, Rhodes A, Alhazzani W, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of sepsis and septic shock 2021. Intensive Care Med. 2021 Nov;47(11):1181-247. https://www.doi.org/10.1007/s00134-021-06506-y http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34599691?tool=bestpractice.com
Duas metanálises demonstraram redução da mortalidade em curto prazo usando uma infusão de longa duração (off-label) de betalactâmicos após o bolus inicial.[46]Vardakas KZ, Voulgaris GL, Maliaros A, et al. Prolonged versus short-term intravenous infusion of antipseudomonal β-lactams for patients with sepsis: a systematic review and meta-analysis of randomised trials. Lancet Infect Dis. 2018 Jan;18(1):108-20. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29102324?tool=bestpractice.com [47]Roberts JA, Abdul-Aziz MH, Davis JS, et al. Continuous versus intermittent β-lactam infusion in severe sepsis. A meta-analysis of individual patient data from randomized trials. Am J Respir Crit Care Med. 2016 Sep 15;194(6):681-91. https://www.doi.org/10.1164/rccm.201601-0024OC http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26974879?tool=bestpractice.com As doses não são refletidas aqui.
Antibióticos devem ser administrados antes da drenagem cirúrgica ou percutânea.
A duração da terapêutica antimicrobiana depende da adequação do controle de foco e da resposta à terapia (ou seja, resolução dos sinais e sintomas de infecção e AIA por imagens diagnósticas repetidas). Um ensaio clínico multicêntrico sugere que 4 dias de terapêutica antimicrobiana podem ser suficientes em um quadro de controle do foco adequado.[51]Sawyer RG, Claridge JA, Nathens AB, et al. Trial of short-course antimicrobial therapy for intraabdominal infection. N Engl J Med. 2015 May 21;372(21):1996-2005. https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1411162 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25992746?tool=bestpractice.com
Opções primárias
meropeném: 1 g por via intravenosa a cada 8 horas
ou
imipeném/cilastatina: 500-1000 mg por via intravenosa a cada 6-8 horas
Mais imipeném/cilastatinaA dose refere-se ao componente de imipeném.
ou
piperacilina/tazobactam: 3.375 g por via intravenosa a cada 6 horas
Mais piperacilina/tazobactamA dose consiste em 3 g de piperacilina associada a 0.375 g de tazobactam.
ou
ceftazidima: 2 g por via intravenosa a cada 8 horas
ou
cefepima: 2 g por via intravenosa a cada 8-12 horas
ou
gentamicina: 5-7 mg/kg por via intravenosa a cada 24 horas
ou
tobramicina: 5-7 mg/kg por via intravenosa a cada 24 horas
ou
amicacina: 15-20 mg/kg por via intravenosa a cada 24 horas
--E--
metronidazol: 500 mg por via intravenosa a cada 8-12 horas
cobertura antienterocócica
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Recomenda-se terapia antienterocócica empírica contra o Enterococcus faecalis, especialmente para pacientes com infecção pós-operatória ou materiais protéticos intravasculares, para os que receberam previamente cefalosporinas ou outro antibiótico antienterocócico, e para pacientes imunocomprometidos.[2]Mazuski JE, Tessier JM, May AK, et al. The Surgical Infection Society revised guidelines on the management of intra-abdominal infection. Surg Infect (Larchmt). 2017 Jan;18(1):1-76. https://www.liebertpub.com/doi/full/10.1089/sur.2016.261 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28085573?tool=bestpractice.com
Se piperacilina/tazobactam tiverem sido usados como parte de uma cobertura antibiótica empírica de amplo espectro, então o Enterococcus já foi coberto.
Enterococos resistentes à vancomicina (ERV) são patógenos emergentes resistentes a vários antibióticos padrão.
Os dados sobre a eficácia e segurança de antimicrobianos específicos são limitados, principalmente com relação ao tratamento de infecções intra-abdominais. A linezolida é aprovada para o tratamento de infecções por ERV; a daptomicina ou a tigeciclina também podem ser usadas.[2]Mazuski JE, Tessier JM, May AK, et al. The Surgical Infection Society revised guidelines on the management of intra-abdominal infection. Surg Infect (Larchmt). 2017 Jan;18(1):1-76. https://www.liebertpub.com/doi/full/10.1089/sur.2016.261 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28085573?tool=bestpractice.com
Duas metanálises demonstraram redução da mortalidade em curto prazo usando uma infusão de longa duração (off-label) de betalactâmicos após o bolus inicial.[46]Vardakas KZ, Voulgaris GL, Maliaros A, et al. Prolonged versus short-term intravenous infusion of antipseudomonal β-lactams for patients with sepsis: a systematic review and meta-analysis of randomised trials. Lancet Infect Dis. 2018 Jan;18(1):108-20. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29102324?tool=bestpractice.com [47]Roberts JA, Abdul-Aziz MH, Davis JS, et al. Continuous versus intermittent β-lactam infusion in severe sepsis. A meta-analysis of individual patient data from randomized trials. Am J Respir Crit Care Med. 2016 Sep 15;194(6):681-91. https://www.doi.org/10.1164/rccm.201601-0024OC http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26974879?tool=bestpractice.com As doses não são refletidas aqui.
Opções primárias
ampicilina: 2 g por via intravenosa a cada 4-6 horas
ou
piperacilina/tazobactam: 3.375 g por via intravenosa a cada 6 horas
Mais piperacilina/tazobactamA dose consiste em 3 g de piperacilina associada a 0.375 g de tazobactam.
ou
vancomicina: 15-20 mg/kg por via intravenosa a cada 8-12 horas
Opções secundárias
linezolida: 600 mg por via intravenosa a cada 12 horas
ou
daptomicina: 8-12 mg/kg por via intravenosa a cada 24 horas
Mais daptomicinaDoses mais altas que as aprovadas para infecções de pele e de tecidos moles costumam ser necessárias para enterococcus resistente à vancomicina. Trata-se de uso off-label. Dados respaldam a segurança e a eficácia da daptomicina em uma dose de 8-12 mg/kg/dia, com base na concentração inibitória mínima (CIM).[52]Santimaleeworagun W, Changpradub D, Thunyaharn S, et al. Optimizing the dosing regimens of daptomycin based on the susceptible dose-dependent breakpoint against vancomycin-resistant enterococci infection. Antibiotics (Basel). 2019 Nov 29;8(4):245. https://www.mdpi.com/2079-6382/8/4/245 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31795437?tool=bestpractice.com [53]Shi C, Jin W, Xie Y, et al. Efficacy and safety of daptomycin versus linezolid treatment in patients with vancomycin-resistant enterococcal bacteraemia: an updated systematic review and meta-analysis. J Glob Antimicrob Resist. 2020 Jun;21:235-45. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2213716519302620?via%3Dihub http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31629937?tool=bestpractice.com Consulte um especialista para obter orientação adicional quanto à dose.
ou
tigeciclina: 100 mg por via intravenosa inicialmente como uma dose de ataque, seguidos por 50 mg a cada 12 horas
terapia antifúngica
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A terapia antifúngica só é recomendada se a Candida crescer em culturas intra-abdominais.
A C albicans deve ser tratada com fluconazol, enquanto uma equinocandina deve ser usada para espécies de Candida resistentes ao fluconazol em pacientes em estado crítico.[2]Mazuski JE, Tessier JM, May AK, et al. The Surgical Infection Society revised guidelines on the management of intra-abdominal infection. Surg Infect (Larchmt). 2017 Jan;18(1):1-76. https://www.liebertpub.com/doi/full/10.1089/sur.2016.261 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28085573?tool=bestpractice.com
Opções primárias
fluconazol: 400-800 mg/dia por via intravenosa
Opções secundárias
caspofungina: 70 mg por via intravenosa no dia 1, seguidos por 50 mg a cada 24 horas
ou
anidulafungina: 200 mg por via intravenosa no dia 1, seguidos por 100 mg a cada 24 horas
ou
micafungina: 100 mg por via intravenosa a cada 24 horas
ou
voriconazol: 6 mg/kg por via intravenosa a cada 12 horas no dia 1, seguidos por 4 mg/kg a cada 12 horas
Opções terciárias
anfotericina B desoxicolato: 0.6 a 1 mg/kg por via intravenosa a cada 24 horas
cobertura de Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A cobertura do Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) só será recomendada se houver evidência de infecção.[2]Mazuski JE, Tessier JM, May AK, et al. The Surgical Infection Society revised guidelines on the management of intra-abdominal infection. Surg Infect (Larchmt). 2017 Jan;18(1):1-76. https://www.liebertpub.com/doi/full/10.1089/sur.2016.261 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28085573?tool=bestpractice.com
Vancomicina adjuvante para cobertura de MRSA é indicada (se já não estiver sendo usada) em pacientes que foram colonizados por MRSA ou pelos que correm risco de infecção por MRSA devido à falha do tratamento prévio ou à exposição significativa a antibióticos.[2]Mazuski JE, Tessier JM, May AK, et al. The Surgical Infection Society revised guidelines on the management of intra-abdominal infection. Surg Infect (Larchmt). 2017 Jan;18(1):1-76. https://www.liebertpub.com/doi/full/10.1089/sur.2016.261 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28085573?tool=bestpractice.com
Opções primárias
vancomicina: 15-20 mg/kg por via intravenosa a cada 8-12 horas
cobertura de bactérias produtoras de beta-lactamases de espectro estendido (BLEE)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Bactérias produtoras de BLEE são resistentes a muitas cefalosporinas de espectro estendido, assim como aminoglicosídeos, sulfonamidas e fluoroquinolonas.
Carbapenéns são a opção de primeira linha (se ainda não estiverem em uso), apesar do ertapeném não ser preferido para infecções bacterianas produtoras de BLEE adquirida em hospital, por causa da ausência de atividade significativa contra Pseudomonas ou Acinetobacter.[50]Delgado-Valverde M, Sojo-Dorado J, Pascual A, et al. Clinical management of infections caused by multi-drug resistant Enterobacteriaceae. Ther Adv Infect Dis. 2013 Apr;1(2):49-69. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4040721 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25165544?tool=bestpractice.com
Antibióticos não carbapenêmicos têm sido usados para tratar infecções com bactéria produtora de BLEE, mas há relutância em recomendá-los por causa dos estudos observacionais exibindo falha clínica desses antibióticos, mesmo quando a suscetibilidade in vitro foi demonstrada. Novas combinações de cefalosporinas e inibidores da betalactamase, como ceftolozana/tazobactam, apresentaram algum êxito contra algumas cepas de BLEE em um ensaio de fase 3, mas são necessários ensaios adicionais.[54]Solomkin J, Hershberger E, Miller B, et al. Ceftolozane/tazobactam plus metronidazole for complicated intra-abdominal infections in an era of multidrug resistance: results from a randomized, double-blind, phase 3 trial (ASPECT-cIAI). Clin Infect Dis. 2015 May 15;60(10):1462-71. https://academic.oup.com/cid/article/60/10/1462/338307 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25670823?tool=bestpractice.com Ceftolozana/tazobactam são usados em combinação com metronidazol.
Duas metanálises demonstraram redução da mortalidade em curto prazo usando uma infusão de longa duração (off-label) de betalactâmicos após o bolus inicial.[46]Vardakas KZ, Voulgaris GL, Maliaros A, et al. Prolonged versus short-term intravenous infusion of antipseudomonal β-lactams for patients with sepsis: a systematic review and meta-analysis of randomised trials. Lancet Infect Dis. 2018 Jan;18(1):108-20. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29102324?tool=bestpractice.com [47]Roberts JA, Abdul-Aziz MH, Davis JS, et al. Continuous versus intermittent β-lactam infusion in severe sepsis. A meta-analysis of individual patient data from randomized trials. Am J Respir Crit Care Med. 2016 Sep 15;194(6):681-91. https://www.doi.org/10.1164/rccm.201601-0024OC http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26974879?tool=bestpractice.com As doses não são refletidas aqui.
Opções primárias
imipeném/cilastatina: 500-1000 mg por via intravenosa a cada 6-8 horas
Mais imipeném/cilastatinaA dose refere-se ao componente de imipeném.
ou
meropeném: 1 g por via intravenosa a cada 8 horas
Opções secundárias
ceftolozana/tazobactam: 1.5 g por via intravenosa a cada 8 horas
Mais ceftolozana/tazobactamA dose consiste em 1 g de ceftolozana associada a 0.5 g de tazobactam
e
metronidazol: 500 mg por via intravenosa a cada 8-12 horas
cobertura de Enterobacteriaceae resistente ao carbapeném (ERC)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
As opções de tratamento são limitadas, pois muitas das bactérias resistentes ao carbapeném também são resistentes a outros antibióticos. Colistimetato (colistina) ou tigeciclina são recomendados, e polimixina B e ceftazidima/avibactam também podem ser usados.
A combinação ceftazidima/avibactam foi aprovada em alguns países, incluindo os EUA, para o tratamento de infecções intra-abdominais complicadas quando usada em associação com metronidazol. É recomendado para pacientes de alto risco com infecção fortemente suspeita ou comprovada por Enterobacteriaceae produtora de Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), para a qual outros agentes não são adequados.[2]Mazuski JE, Tessier JM, May AK, et al. The Surgical Infection Society revised guidelines on the management of intra-abdominal infection. Surg Infect (Larchmt). 2017 Jan;18(1):1-76. https://www.liebertpub.com/doi/full/10.1089/sur.2016.261 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28085573?tool=bestpractice.com
Opções primárias
tigeciclina: 100 mg por via intravenosa inicialmente como uma dose de ataque, seguidos por 50 mg a cada 12 horas
ou
colistimetato sódico: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
polimixina B: 15000-25000 unidades por via intravenosa a cada 12 horas
Opções secundárias
ceftazidima/avibactam: 2.5 g por via intravenosa a cada 8 horas
Mais ceftazidima/avibactamA dose consiste em 2 g de ceftazidima e 0.5 g de avibactam
e
metronidazol: 500 mg por via intravenosa a cada 8-12 horas
trocar para antibioticoterapia específica uma vez que a cultura for conhecida
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os pacientes podem passar para uma antibioticoterapia específica, uma vez que os resultados da cultura estejam disponíveis.
Se o abscesso for muito pequeno para drenar ou aspirar (para cultura) ou se o paciente estiver recebendo antibióticos antes da drenagem e não houver crescimento de organismos, então o paciente permaneceria recebendo antibióticos empíricos, supondo que haja melhora clínica.
tratamento cirúrgico adicional
Necessário se o paciente não responder ao tratamento inicial ou se houver um vazamento não contido. Uma única cirurgia pode não ser um controle suficiente da fonte, e uma cirurgia de 2 ou vários estágios pode ser necessária.
A instabilidade hemodinâmica pode contraindicar o restabelecimento da continuidade intestinal, e uma segunda laparotomia é geralmente planejada em 24 a 48 horas. O tratamento de feridas com pressão negativa pode ser considerado se o abdome for deixado aberto.[44]National Institute for Health and Care Excellence. Negative pressure wound therapy for the open abdomen. Nov 2013 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/ipg467
No abscesso hepático piogênico decorrente da sepse biliar, deve-se considerar um procedimento de drenagem biliar concomitante, seja percutâneo ou endoscópico.
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