História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os principais fatores de risco incluem cirurgia abdominal e não abdominal, afecções agudas (por exemplo, infarto do miocárdio [IAM], pneumonia, colecistite aguda, pancreatite, trauma) e afecções sistêmicas (por exemplo, sepse).

náuseas e vômitos

Quase todos os pacientes apresentam náuseas.

Pode não haver vômitos, mas estes podem ser uma indicação para a colocação de uma sonda nasogástrica para descompressão.[3][30]

distensão abdominal

Quase sempre presente, mas inespecífica.[3]

ausência de características de obstrução mecânica ou de inflamação peritoneal (por exemplo, hérnia abdominal, sinais peritoneais)

É importante procurar eventuais evidências de obstrução mecânica (por exemplo, hérnia), pois o tratamento é diferente, e um atraso no diagnóstico e no tratamento pode ter consequências graves.

As evidências de inflamação peritoneal, como peritonite e dor à descompressão brusca, constituem achados incomuns, e devem servir de alerta de outros processos de doenças intra-abdominais graves.

Um aumento da dor ou da necessidade de se administrar narcóticos é outro sinal de que o paciente pode ter uma obstrução intestinal aguda ou outra doença intra-abdominal, e não um simples íleo paralítico.

Outros fatores diagnósticos

comuns

obstipação (constipação grave, sem passagem de fezes ou flatos)

A diminuição dos gases e da evacuação constitui um achado comum.

No entanto, a evacuação do paciente não é suficiente para descartar o íleo paralítico.

desconforto e cólica abdominal

Geralmente sem dor significativa.

ruídos hidroaéreos reduzidos ou hipoativos

Os ruídos hidroaéreos reduzidos constituem um sinal inespecífico, mas são típicos do íleo paralítico. Isso é diferente da obstrução do intestino delgado, na qual podem ser constatados ruídos hidroaéreos hiperativos.

Incomuns

hipovolemia

Inespecífica, mas pode verificar-se em pacientes com ingestão oral limitada e vômitos.

Taquicardia, hipotensão e oligúria são achados específicos para essa afecção.

Fatores de risco

Fortes

cirurgia abdominal

Esse é um fator de risco importante.

As respostas ao estresse da incisão do peritônio, da manipulação intestinal e da anestesia geral, e fatores pós-operatórios como a imobilização, o uso de analgésicos, a dor e o repouso intestinal, contribuem para o surgimento do íleo paralítico.​[3]

doença aguda/sistêmica (por exemplo, infarto do miocárdio [IAM], pneumonia, colecistite aguda, pancreatite, sepse, trauma de múltiplos órgãos)

Causado por uma combinação da liberação local e sistêmica de citocinas inflamatórias e outros hormônios relacionados ao estresse.[19][23][24]

Fracos

cirurgia não abdominal

A cirurgia torácica, cardíaca ou de membros e a anestesia geral, juntamente com fatores pós-operatórios como a imobilização, o uso de analgésicos, a dor e o repouso intestinal, contribuem para o surgimento de íleo paralítico.[18][19]

desequilíbrio eletrolítico

Especialmente sódio, potássio, cloreto, magnésio e cálcio.

Pode ser consequência do íleo paralítico ou um fator de exacerbação.

Os pacientes em jejum nos quais tenha sido colocada uma sonda nasogástrica, ou que apresentarem vômitos, estão predispostos a anormalidades, como hipocloremia ou hipocalemia.

Por sua vez, esses ou outros problemas com eletrólitos podem interferir na motilidade normal do intestino, exacerbando a afecção.

analgésicos opioides, anticolinérgicos ou gases anestésicos

Os analgésicos à base de opioides interferem na motilidade gastrointestinal.[3]​ Isso se manifesta frequentemente sob a forma de constipação grave, mas pode se manifestar também sob a forma de íleo paralítico.

Alguns agentes anticolinérgicos e anestésicos (por exemplo, atropina, halotano, enflurano) afetam a motilidade, contribuindo para o surgimento do íleo paralítico.[25]

comorbidades (por exemplo, diabetes mellitus, insuficiência cardiovascular, doença de Chagas, esclerodermia)

A gastroparesia no diabetes mellitus e a isquemia intestinal associada a insuficiência cardiovascular podem contribuir para distúrbios da motilidade gastrointestinal devido ao fluxo sanguíneo baixo.

Outras doenças autoimunes ou infecciosas, como a esclerodermia ou a doença de Chagas, estão associadas a distúrbios da motilidade e podem exacerbar o íleo paralítico.

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