Abordagem

As características comuns básicas de todas as tendinopatias estenosantes são dor, edema e sensibilidade à palpação no ponto em que um tendão extrínseco entra em sua bainha retinacular. Os sintomas aumentam com o movimento ativo e mais ainda com o movimento contra resistência. Falta de movimento associada ao aumento da dor pode significar bloqueio.

O diagnóstico pode ser confirmado pela injeção de anestésico local (lidocaína) combinada com corticosteroide na bainha correspondente, resultando na resolução dos sintomas.[1][2]

Dedo em gatilho

A tendinite do tendão flexor digital na polia A1 na mão (dedo em gatilho) tipicamente apresenta-se com o encarceramento ou estalido doloroso do tendão flexor, que ocorre quando o paciente flexiona e estende o dedo. O dedo pode ser bloqueado em flexão. A manipulação passiva em extensão pode liberar o bloqueio. Negligência prolongada resultará na contratura em flexão do dedo. Um nódulo ou massa sensível pode ser palpável no nível da cabeça do metacarpo na palma.[10]

Verdadeiro bloqueio articular (raro), subluxação do tendão extensor e bloqueio sob a polia A2 no dedo (raro) devem ser descartados usando exame físico, ressonância nuclear magnética (RNM) ou tomografia computadorizada (TC).[31][32]

doença de De Quervain

Definida como tenossinovite dos tendões abdutor longo do polegar e extensor curto do polegar à medida que passam através da bainha do primeiro compartimento dorsal do punho no processo estiloide radial. A doença de De Quervain se apresenta com dor, sensibilidade à palpação e edema localizados no lado radial do punho 1 a 2 cm proximais ao estiloide radial. Ela é agravada pelo movimento do polegar. A dor é exacerbada pelo desvio ulnar do punho quando se aperta o polegar na palma da mão (teste de Finkelstein).

A artrite basilar do polegar (apresentando-se com sensibilidade à palpação direta sobre a articulação basilar do polegar, teste de compressão positivo) e a neurite do nervo sensorial radial (síndrome de Wartenberg apresentando-se com sensibilidade à palpação direta, alterações sensoriais e sinal de Tinel positivo sobre o nervo sensorial radial) devem ser descartadas.[31][32][33]

Síndrome de intersecção

A tenossinovite dos tendões do segundo compartimento dorsal (extensor radial longo do carpo/extensor radial curto do carpo) resulta na síndrome de intersecção. Acredita-se que seja o resultado do atrito entre os ventres musculares do abdutor longo do polegar e do extensor curto do polegar (primeiro compartimento) e os tendões do extensor radial do punho (segundo compartimento). Apresenta-se como dor e edema 4 cm proximais à articulação do punho. Em casos graves, vermelhidão e crepitação palpável (que às vezes pode ser audível) são observados no exame. A dor é gravemente aumentada pela extensão do punho contra resistência.[34]

Tenossinovite do extensor longo do polegar

Rara, mas requer diagnóstico precoce e tratamento para evitar a ruptura. Dor, edema e sensibilidade à palpação no tubérculo de Lister são as características apresentadas. O movimento da articulação interfalangiana do polegar causa dor no tubérculo de Lister.[28][35][36]

Tenossinovite do extensor ulnar do carpo

Essa afecção comum é uma das causas da dor no punho no lado ulnar. A dor é aumentada com todos os movimentos do punho. A dor com o desvio ulnar/extensão contra resistência é sugestiva. A subluxação do extensor ulnar do carpo pode também apresentar-se com sinovite reativa. É importante distinguir tenossinovite de instabilidade, pois o manejo cirúrgico é diferente. É necessário descartar a laceração do complexo da fibrocartilagem triangular ou a irritação do ramo sensorial dorsal do nervo ulnar usando RNM ou TC.[31]

Tenossinovite do flexor radial do carpo

Apresenta-se com dor na prega palmar do punho sobre o tubérculo escafoide e ao longo do comprimento do tendão. Dor aumentada com flexão do punho contra resistência e desvio radial é patognomônica. Edema localizado e um cisto ganglionar podem estar presentes.[29]

Papel da imagem

O diagnóstico da grande maioria dos casos de patologias de tendinite e tenossinovite é clínico. A investigação diagnóstica isolada mais útil e precisa para todas as tendinopatias estenosantes é a ultrassonografia de alta resolução.

Ultrassonografia

Pode ser usada para diagnosticar a tenossinovite estéril e a purulenta, além de numerosas outras patologias da mão e do punho. Os avanços na ultrassonografia de alta resolução estão produzindo imagens das estruturas superficiais com qualidade cada vez mais alta, ampliando as indicações para essa modalidade de imagem na mão e no punho.[37][38][39]

Outras modalidades de imagem

Os estudos de imagem que podem ser usados para descartar outros diagnósticos se houver alta suspeita, mas não são usados rotineiramente, incluem:[31][32]

  • Radiografias simples: úteis para avaliar fraturas ocultas do punho, artrite (artrite radiocarpal e basilar do polegar) e tendinite calcificada, entre outras.

  • TC e RNM: úteis se a suspeita clínica persistir e as radiografias simples forem inúteis (por exemplo, para descartar fratura do escafoide oculta, cistos ganglionares sub-retinaculares, degeneração do tendão, sinovite reativa). A RNM também é útil para caracterizar inchaços ou massas ao redor de tendões ou bainhas tendíneas.

Exames de sangue

Os exames de sangue (hemograma completo, velocidade de hemossedimentação [VHS], proteína C-reativa) não têm um papel direto no diagnóstico das tendinopatias estenosantes. Eles ajudam a estabelecer ou descartar outros diagnósticos, como artrite reumatoide, gota e infecção (tenossinovite séptica, celulite, artrite séptica).

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