Etiologia

A tenossinovite estenosante é causada por inflamação e encarceramento que ocorre quando o tendão passa pela bainha retinacular.[1][2][3]​​​[5]​​[16]​ A bainha retinacular é um canal fibro-ósseo que funciona como um sistema de polias para reorientar o vetor de tração do tendão na direção da mão e dos dedos. O estresse de cisalhamento repetitivo através do canal causa irritação no tendão e em seu revestimento sinovial (tenossinovium) com inflamação e hipertrofia, juntamente com fibrose da bainha retinacular. Ao longo do tempo, o canal estreitará a ponto de impedir o deslizamento suave do tendão: tenossinovite estenosante.[17][18]​ Pode envolver qualquer um dos 21 tendões extrínsecos (9 flexores e 12 extensores) da mão e do punho.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Tendões da mão esquerdaCriado pelo BMJ Group [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@54767e8e[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Tendões do dedo indicadorCriado pelo BMJ Group [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@5df5302a[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Tendões do dorso do punhoCriado pelo BMJ Group [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@79e2f32c[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Secção transversa do punhoCriado pelo BMJ Group [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@2b32d95a

Fisiopatologia

Os achados patológicos mais notáveis são encontrados na superfície de bainha retinacular.[19] Eles consistem em alterações degenerativas e metaplasia fibrocartilaginosa.[10][16] Células inflamatórias e hipertrofia sinovial raramente estão presentes. Em resposta ao estreitamento do canal, as fibras do tendão “agrupam-se” na região proximal da borda estenosada, formando o que é percebido como um nódulo ou massa que é encarcerado ao passar através da polia ou bainha ou que bloqueia o tendão em flexão quando o deslizamento não é mais possível.[15][20]

Classificação

Tendinopatias estenosantes[2]

  • Dedo em gatilho: tendinite do tendão flexor digital na polia A1, causando encarceramento e bloqueio.

  • Doença de De Quervain: tendinite dos tendões abdutor longo do polegar e extensor curto do polegar à medida que passam através da bainha do primeiro compartimento dorsal do punho no processo estiloide radial.

  • Síndrome de intersecção: tendinite dos tendões do segundo compartimento dorsal à medida que passam sob os tendões do primeiro compartimento dorsal.

  • Tenossinovite do extensor longo do polegar.

  • Tenossinovite do extensor ulnar do carpo.

  • Tenossinovite do flexor radial do carpo.

Classificação do dedo em gatilho[3]

  • Grau 1 (pré-gatilho): dor; história de encarceramento; movimento normal ao exame físico; dor à palpação sobre a polia A1.

  • Grau 2 (ativo): encarceramento presente ao exame físico, extensão completa possível ativamente.

  • Grau 3 (passivo): dedo bloqueado em flexão (grau IIIA) ou extensão (grau IIIB); movimento completo atingido passivamente com assistência.

  • Grau 4 (contratura): contratura em flexão fixa da articulação interfalângica proximal.

Apenas o dedo em gatilho tem uma classificação formal.

Classificação do dedo em gatilho[4]

  • Grau 0: crepitação leve no dedo não gatilho.

  • Grau 1: sem gatilho, mas os movimentos dos dedos são irregulares.

  • Grau 2: o gatilho é ativamente corrigível.

  • Grau 3: geralmente corrigível pela outra mão.

  • Grau 4: o dedo é bloqueado.

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