Rastreamento

Rastreamento escolar

Tradicionalmente, programas de rastreamento escolar têm sido amplamente instituídos em muitas áreas do mundo para identificar escoliose em estágios precoces e, portanto, evitar tratamento cirúrgico que pode ser necessário em apresentações tardias. Esses programas são tipicamente parte de uma rotina anual de exames físicos realizados em crianças entre 10 e 12 anos de idade.

Entretanto, para justificar o rastreamento de escoliose, o tratamento efetivo precoce deve estar disponível. Anteriormente, havia evidências limítrofes sobre a eficácia do tratamento com cintas, com muitos especialistas questionando a relação custo-efetividade do rastreamento de escoliose.[40][41][42][43] Além disso, uma revisão sistemática da US Preventive Services Task Force encontrou evidências insuficientes para avaliar os benefícios ou danos do rastreamento para EIA.[30]

Por outro lado, a Scoliosis Research Society recomenda o rastreamento de rotina para crianças em idade escolar, citando achados do estudo BrAIST (Bracing in Adolescent Idiopathic Scoliosis Trial), que elucida melhor a eficácia do uso de cintas na EIA.[44][45]

Apesar da dúvida, os programas de rastreamento ajudaram a elevar a conscientização para escoliose entre pediatras e médicos de unidades básicas de saúde. Além disso, muitos especialistas acreditam que os programas de rastreamento dão oportunidade para a detecção precoce de escoliose em populações em risco.[46][47][48][49]

Teste de Adams de flexão do tronco

A inclinação para frente na linha da cintura (com aspectos anterior, posterior e lateral) fornece uma boa prospectiva para identificar proeminências da cavidade torácica e proeminências paraespinhais torácicas, toracolombares ou lombares (resultado da rotação vertebral anormal, bem como de uma combinação de curvatura espinhal anormal nos planos coronal e sagital). Inclinar-se para frente acentua as proeminências paraespinhais e da costela, as quais sugerem o diagnóstico de escoliose.[1][2]

Este é o principal achado no exame físico que leva à suspeita de escoliose durante a avaliação de rastreamento. A observação de uma proeminência paraespinhal assimétrica é um resultado positivo. A presença de uma proeminência escapular assimétrica pode sugerir uma curva torácica superior.[34]

Esse teste demonstrou ter confiabilidade intraobservador e interobservador razoável.[1][2]

Medição do escoliômetro

Embora não seja realizada na população geral, as medições do escoliômetro permitem a quantificação das proeminências paraespinhais encontradas no teste de Adams de flexão do tronco.

Um resultado positivo é indicado por >5° para qualquer proeminência paraespinhal (torácica ou lombar). Embora as medições do escoliômetro não representem exatamente as medidas dos ângulos de Cobb a partir das radiografias simples, os 2 valores podem se correlacionar. Em geral, medições do escoliômetro de 5° e 7° correspondem à medida do ângulo de Cobb de aproximadamente 10° e 20°, respectivamente.[35][36] Essa correlação torna as medições do escoliômetro úteis, pois elas representam pontos de corte geralmente estabelecidos, usados para direcionar as decisões sobre o tratamento.

Mostrou-se que uma leitura do escoliômetro de 5° tem sensibilidade de 100% e especificidade de 47% para a detecção de escoliose idiopática do adolescente. Com base nesses dados, um paciente com leitura de escoliômetro <5° não requer outras avaliações com radiografias simples. Entretanto, uma leitura do escoliômetro de 7° tem sensibilidade de 83% e especificidade de 86% e, portanto, requer outras avaliações com radiografias simples e encaminhamento a um especialista em deformidade da coluna vertebral.[35][36][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Medição com escoliômetro de uma proeminência torácica direitaWeinstein SL, et al. Adolescent idiopathic scoliosis. Lancet. 2008;371:1527-1537. Usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@78119aa0

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