Epidemiologia

A epidemiologia da glomeruloesclerose segmentar focal (GESF) varia entre os países. A incidência e a prevalência absolutas são limitadas por diferenças globais nas indicações e acessibilidade da biópsia renal.[4] Uma revisão sistemática que avaliou a incidência de GESF em todo o mundo revelou que a maioria das taxas de incidência anuais estava entre 0.2 e 1.1 por 100,000.[5]​ Acredita-se que a GESF seja a principal causa da síndrome nefrótica em adultos no mundo todo, com prevalências estimadas de 20% a 30% em adultos >15 anos de idade e de 30% a 35% em adultos >60 anos de idade.[6]

Paquistão

  • Evidências de estudos de pacientes nefróticos adultos no Paquistão sugerem que a GESF é a causa mais comum da síndrome nefrótica.[7]

Índia

  • Evidências de resultados de biópsias renais sugerem que cerca de 19% das doenças renais não neoplásicas na região de Kerala são decorrentes da GESF.[8]

China

  • Há evidências que sugerem que a maioria dos pacientes da China com glomerulonefropatia relacionada à obesidade apresenta GESF, assim como obesidade leve, obesidade visceral, proteinúria leve e clearance da creatinina preservado.[9]

Kuwait

  • Evidências dos resultados das biópsias sugerem que a GESF é a lesão histológica mais comum em casos de glomerulopatia entre os pacientes do Kuwait, totalizando 18.0% dos casos.[10]

Turquia

  • Evidências sugerem que a GESF é o segundo diagnóstico histopatológico mais comum em crianças turcas com síndrome nefrótica (sendo a glomerulonefrite membranoproliferativa a mais comum).[11]

Nigéria

  • Na Nigéria, evidências de resultados de biópsias de pacientes positivos para o vírus da imunodeficiência humana (HIV-positivos) com proteinúria sugerem que a maioria desse grupo de pacientes apresenta a variante colapsante da GESF, com uma distribuição equivalente dos casos entre homens e mulheres.[12]

Holanda

  • Evidências dos resultados das biópsias sugerem que 32% dos pacientes >16 anos de idade com GESF da região de Nijmegen, na Holanda, apresentam a variante de GESF sem outra especificação, 37% apresentam a variante apical, 26% apresentam a variante peri-hilar e 5% a variante colapsante; a variante celular não foi encontrada.[13]

Brasil

  • No Brasil, evidências de resultados de biópsias sugerem que a GESF é a doença glomerular primária mais comum (totalizando por volta de 30% dos casos de doença glomerular) na região de São Paulo.[14]

Canadá

  • Evidências do Toronto General Hospital sugerem que mulheres com GESF são, em média, 2 anos mais jovens que os homens ao serem diagnosticadas, e que apresentam um desfecho melhor que os homens.[15]

EUA

  • A incidência anual de GESF nos EUA aumentou de 0.2% para 2.3% entre 1980 e 2000.[16] Em um estudo temporal sobre resultados de biópsias renais que mostram doença glomerular no sudeste dos EUA, a GESF foi o diagnóstico predominante em todas as épocas (1986 a 2015).[17] Neste estudo, a frequência de GESF aumentou nas primeiras décadas, mas depois estabilizou-se e, por fim, diminuiu.[17] Em registros de pacientes com insuficiência renal em estágio terminal, a estimativa de incidência da GESF é de 30 a 40 casos por milhão, na população negra, e 5 casos por milhão, na população branca.[18]

  • Pessoas negras têm 4 a 7 vezes mais risco de desenvolver insuficiência renal em estágio terminal induzida pela GESF que pessoas brancas ou asiáticas.[16][19] Os picos de incidência ocorrem entre 40 e 49 anos de idade entre pessoas negras e entre 70 e 79 anos de idade entre pessoas brancas ou asiáticas.

  • Os homens têm risco 1.5 a 2 vezes maior que as mulheres.[16]

  • A GESF primária (idiopática) é mais comum que a secundária, e é a doença glomerular primária que mais comumente causa insuficiência renal em estágio terminal nos EUA.[16][20][21]

O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal