Complicações
Evidência radiológica de SDRA na presença de doença respiratória leve a moderada é o marcador da doença respiratória grave na síndrome respiratória aguda grave (SARS), e a SDRA é uma causa comum de morte em pacientes com SARS.
A combinação de antiproteases (por exemplo, lopinavir/ritonavir) adicionadas a corticosteroides e/ou ribavirina no início da evolução da infecção por SARS-CoV demonstrou reduzir a progressão para SDRA, bem como a taxa de mortalidade.[16]
Uma estratégia de baixo volume corrente para a proteção dos pulmões foi usada para a ventilação de pacientes com SARS desenvolvendo SDRA.[49]
Pneumomediastino e pneumotórax, geralmente espontâneos, mas também durante uma ventilação com pressão positiva, complicam uma doença extensa.[11][48] A perda de ar geralmente é causada pela ruptura de cistos subpleurais formados pelo dano alveolar difuso e pela fibrose.
Os sinais e sintomas de barotrauma durante a ventilação mecânica incluem agravamento da hipoxemia, desvio traqueal e hipotensão.
A radiografia torácica confirma a presença de pneumotórax ou pneumomediastino.
O tratamento inclui a drenagem com inserção de um dreno torácico.
Pacientes criticamente doentes geralmente se complicam com infecções bacterianas sobrepostas resultando em sepse e disfunção de órgãos induzida por sepse ou hipoperfusão tecidual.
O tratamento inclui antibióticos e terapia de suporte para prevenir a falência múltipla de órgãos.
O comprometimento renal e cardíaco, junto com a insuficiência respiratória, são manifestações comuns de falência múltipla de órgãos, complicando pacientes gravemente doentes com SARS.
O tratamento envolve terapia de suporte específica para cada órgão afetado.
Pode estar presente até 1 ano após a infecção.[81] Está provavelmente relacionada a um prolongado repouso no leito, efeitos sistêmicos da doença aguda ou exposição a altas doses de corticosteroides.[78][81] Os programas de reabilitação podem melhorar os sintomas.
A síndrome crônica pós-SARS é caracterizada pela fadiga crônica, mialgia difusa, fraqueza, depressão e perturbação do sono.[82]
O sofrimento psíquico com incapacidade de se concentrar, memória fraca, depressão e ansiedade são frequentemente relatados em pacientes que se recuperaram da SARS.[78]
Importantes perdas na saúde mental, com redução da qualidade de vida, bem como uma notável utilização dos serviços psiquiátricos e psicológicos, foram relatados no período de acompanhamento a 1 ano de um estudo.[81]
Durante a doença, muitos pacientes passaram por estresse devido à quarentena e ao isolamento, ao medo por sua saúde física e à preocupação com a possibilidade de transmissão para suas famílias. Além disso, pode haver estresse relacionado à estigmatização social, perda do anonimato pela mídia, morte de parentes e incapacidade de comparecer a funerais de parentes próximos devido às rigorosas regras da quarentena.[81]
As alterações hematológicas como linfopenia, trombocitopenia e, ocasionalmente, leucopenia e anemia são comuns na fase aguda. Uma queda significativa na contagem de linfócitos CD4 e CD8 ocorre no início da evolução da síndrome.[77] Um grau leve de anemia é comumente observado no período inicial de acompanhamento.[76]
Poucos pacientes em condições críticas desenvolvem coagulopatia intravascular disseminada (CIVD) evidente com sinais de sangramento espontâneo.
O tratamento é sintomático e inclui plasma fresco congelado e transfusão de sangue quando necessário.
Os testes de função pulmonar após alta hospitalar revelam problemas ventilatórios restritivos leves ou moderados com leve diminuição na capacidade de difusão do monóxido de carbono. Esses achados são consistentes com as alterações fibróticas dos pulmões.[78][83]
A função pulmonar e as anormalidades radiológicas tendem a melhorar espontaneamente com o tempo.[78]
Polineuropatia axonopática, miopatia, rabdomiólise com insuficiência renal associada e acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico relacionado a artéria de grosso calibre com prognóstico desfavorável foram descritos em pacientes com SARS.[84]
O tratamento é sintomático com hemodiálise para a insuficiência renal.
Em mulheres infectadas durante a gravidez, aborto espontâneo, parto prematuro e restrição do crescimento intrauterino são complicações frequentes.[85]
A necrose avascular da cabeça do fêmur foi relatada em alguns pacientes com SARS e está fortemente associada ao uso de corticosteroides.[86]
O tratamento é cirúrgico e inclui descompressão com enxerto ósseo, artroplastia ou substituição da cabeça do fêmur.
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