Diagnósticos diferenciais

Gastroenterite viral em adultos

SINAIS / SINTOMAS
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SINAIS / SINTOMAS

Apenas com base clínica, é essencialmente indistinguível da doença leve da infecção por poliovírus.[1][28]

Investigações

A gastroenterite viral pode ser causada por uma variedade de enterovírus.[21] O exame de fezes com reação em cadeia da polimerase deve revelar a etiologia da afecção.[1] A coprocultura será negativa para poliovírus.

Mielite transversa

SINAIS / SINTOMAS
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Geralmente, perda simétrica motora e sensorial abaixo do nível da lesão na medula espinhal. Aproximadamente um terço dos pacientes relata uma doença febril antes dos sintomas.

Investigações

A ressonância nuclear magnética (RNM) geralmente revela inflamação da medula espinhal e desmielinização focal.[1]

A análise do líquido cefalorraquidiano (LCR) geralmente mostra proteína elevada. As culturas virais devem ser negativas para poliovírus.

Síndrome de Guillain-Barré (GBS)

SINAIS / SINTOMAS
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Semelhante por também ser precedida por síndrome viral como a gastroenterite. Contudo, qualquer fraqueza dos membros geralmente é simétrica, e a fraqueza do nervo craniano também pode estar presente. Outros sintomas de diferenciação incluem os de disfunção autonômica, que não são típicos da poliomielite.

Investigações

Os achados típicos do LCR incluem dissociação albumino-citológica: nível elevado de proteínas (1 a 10 g/L [100 a 1000 mg/dL ou 0.1 a 1 h/dL]) não acompanhado por aumento da celularidade. A persistência de uma contagem leucocitária elevada indica um diagnóstico alternativo, como infecção.

As culturas virais devem ser negativas para poliovírus.

Testes sorológicos e de fezes podem revelar evidências de infecção recente por Campylobacter jejuni (até 40% dos pacientes com GBS).

Eletrodiagnósticos (estudos de eletromiografia e de condução nervosa) podem mostrar latências distais prolongadas, diminuição da condução e bloqueio de condução.

Encefalite

SINAIS / SINTOMAS
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Geralmente não resulta em paralisia unilateral e atrofia muscular; pode ter características não associadas à poliomielite, como alterações no estado mental, febres e convulsões.

Investigações

A encefalite viral pode ser causada por uma variedade de enterovírus, incluindo ecovírus, vírus Coxsackie, poliovírus e enterovírus 71.[21] O exame do LCR por reação em cadeia da polimerase deve revelar a etiologia da condição.[1]

Enterovírus D-68

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Em geral, causa doença respiratória de leve a grave, e não doença gastrointestinal.

Investigações

Como se trata de um enterovírus não pólio, o diagnóstico por reação em cadeia da polimerase pode ser feito em centros especializados no caso de doença grave que precise de confirmação laboratorial.

Hanseníase (lepra)

SINAIS / SINTOMAS
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Doença infecciosa que afeta crianças e adultos jovens em áreas endêmicas; envolve os nervos periféricos, resultando em perda de sensibilidade, fraqueza e atrofia muscular.

Espessamento dos nervos e lesões cutâneas diferenciam a hanseníase da poliomielite.

Investigações

Raspado de pele, biópsia de nervo ou pele e histopatologia revelam granulomas e bacilos álcool-ácido resistentes (BAARs).

Infecção por tétano

SINAIS / SINTOMAS
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História de infecção de ferida. Crianças e adultos não imunizados e imunossuprimidos apresentam maior susceptibilidade.

Sintomas neurológicos com risco de vida incluem espasmos musculares, inquietação, irritabilidade, disfagia, opistótono e convulsões, assim como insuficiência respiratória decorrente da forte contração dos músculos intercostais ou comprometimento da glote ou diafragma. Pode surgir disfunção autonômica grave depois de vários dias.

Investigações

Causada pela exotoxina do Clostridium tetani, um bacilo anaeróbio confinado, gram-positivo e formador de esporos. Os esporos do organismo podem ser detectados na ferida.

A toxina do tétano pode ser detectada no soro, confirmando o diagnóstico clínico. As amostras devem ser coletadas anteriormente ao tratamento com imunoglobulina. A ausência de toxina no soro não descarta o diagnóstico clínico.

Raiva

SINAIS / SINTOMAS
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Geralmente há história de mordida de animal, mas, como o período de incubação pode ser de vários meses, a história pode não ser muito clara. Os sintomas começam com febre, mal-estar e cefaleia e então evoluem para convulsões, inabilidade de engolir (água) e coma. A morte ocorre em decorrência de insuficiência respiratória.

Investigações

A raiva é uma infecção zoonótica que causa encefalite em mamíferos. O vírus se desloca do sistema nervoso periférico.

A infecção por raiva é diagnosticada realizando-se reação em cadeia da polimerase ou cultura viral em amostras cutâneas coletadas antes da morte, ou em amostras cerebrais coletadas após a morte. Também é possível realizar o diagnóstico a partir de amostras de saliva, urina e LCR, mas eles não são tão sensíveis.

Corpos de inclusão chamados corpúsculos de Negri podem ser encontrados em tecidos infectados na histopatologia.

Botulismo

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A ingestão de toxinas, geralmente de alimentos contaminados, causa uma síndrome clínica caracterizada por paralisia dos nervos cranianos, fraqueza óculo-bulbar e paralisia flácida simétrica descendente na ausência de febre. Os pacientes afetados não se queixam de déficits sensoriais. As crianças apresentam maior susceptibilidade.

A paralisia simétrica descendente afeta os músculos voluntários do pescoço, ombro e membros superiores, seguidos pelos membros inferiores proximais e distais.

Investigações

Causado pela exotoxina do Clostridium botulinum, um bacilo grande, gram-positivo e anaeróbio. A toxina pode ser identificada em amostras séricas, fecais e gástricas, ou em alimentos contaminados.

Meningite asséptica

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Cefaleia, rigidez de nuca e febre sem estado mental alterado (talvez leve sonolência) e sinais neurológicos focais.

Frequentemente, há coexistência de meningite e encefalite.

Pode ser difícil distinguir de infecção por poliovírus não paralítica.

Investigações

A RNM revela evidências de realce meníngeo, sem evidência de envolvimento parenquimatoso do cérebro.

Mielopatia relacionada ao vírus da imunodeficiência humana (HIV)

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Sinais e sintomas que podem estar relacionados a lesões da medula espinhal, incluindo paraparesia, muitas vezes acompanhada por espasticidade ou ataxia (ou ambos) juntamente com demência.

Investigações

O teste pelo método de ensaio de imunoadsorção enzimática (ELISA) deve ser solicitado quando o teste de HIV for indicado. Resultados falso-negativos podem ocorrer durante um período janela imediatamente após a infecção e antes que os anticorpos anti-HIV tenham se desenvolvido. Um resultado positivo deve ser confirmado com um Western-blot ou um segundo ELISA. O período janela pode ser reduzido para 2 a 4 semanas utilizando-se testes de quarta geração e testes que incluem anticorpos anti-HIV da classe IgM (imunoglobulina M).

Estudos de LCR, microbiológicos e de imagem da coluna vertebral são inconclusivos ou inespecíficos.

Esclerose lateral amiotrófica (ELA)

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Aproximadamente 60% dos pacientes com ELA sofrem fraqueza muscular e rigidez como sintoma inicial. O exame físico também revela atrofia muscular e rigidez. A hiper-reflexia periférica frequentemente está presente, o que não é típico da poliomielite.

Investigações

O exame de eletromiografia (EMG) é uma parte significativa do diagnóstico de ELA. Os critérios atuais definem um EMG positivo quando os sinais de denervação ativa incluem potenciais de fibrilação e ondas agudas positivas, com potenciais de fasciculação.

Esclerose múltipla

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Manifestações neurológicas da poliomielite podem mimetizar sintomas clínicos da esclerose múltipla, mas, em quase todos os casos de esclerose múltipla, também há lesões cerebrais.

A esclerose múltipla tem uma apresentação mais variável, com episódios múltiplos separados por espaço (isto é, sintomas neurológicos resultam de lesões em diferentes locais do sistema nervoso central [SNC]) e tempo. Os sintomas podem incluir fraqueza progressiva dos membros, dificuldade de marcha, ataxia, perda de equilíbrio, vertigem paroxística.

Investigações

A RNM cranioencefálica apresenta áreas de desmielinização.

O exame de LCR apresenta aumento de IgG e bandas oligoclonais.

Neuropatia periférica

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SINAIS / SINTOMAS

Neuropatias compressivas e neuropatias decorrentes de doenças metabólicas, medicamentos ou toxinas podem ser difíceis de serem diferenciadas de sintomas neurológicos da poliomielite.

Investigações

Estudos de condução nervosa e EMG são úteis para confirmar a neuropatia e caracterizá-la (isto é, desmielinizante, axonal, polineuropatia, mononeuropatia múltipla, radiculopatia ou plexopatia).

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