Algoritmo de tratamento

Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal

AGUDA

todos os pacientes

Back
1ª linha – 

ressuscitação e monitoração

O paciente deve ser colocado em dieta NPO (nada por via oral) e deve ser imediatamente submetido a ressuscitação com fluidoterapia intravenosa adequada.

A velocidade de infusão intravenosa deve ser individualizada para cada paciente com base nos sinais de depleção de volume, especificamente o débito urinário.

Anormalidades eletrolíticas, especialmente hipocalemia e hipomagnesemia, devem ser corrigidas. O paciente deve receber transfusão se estiver significativamente anêmico.

O paciente deve ser monitorado tanto pela equipe clínica quanto pela equipe cirúrgica para avaliar os sinais de melhora ou deterioração. Devem ser realizados exames físicos frequentes que avaliem a presença de instabilidade hemodinâmica, febre, desconforto abdominal, dor à descompressão brusca e distensão abdominal.

São aconselhados exames laboratoriais diários, inclusive hemograma completo com diferencial, bioquímica sérica, albumina sérica e ácido lático sérico. A proteína C-reativa sérica, a velocidade de hemossedimentação sérica e a hemocultura podem ser úteis. Quaisquer sinais de instabilidade hemodinâmica ou piora no exame abdominal são indicações para intervenção cirúrgica.

Os pacientes diagnosticados com colite tóxica/megacólon tóxico (CT/MT) frequentemente apresentam choque séptico; em caso de suspeita de choque séptico, o paciente deve ser urgentemente avaliado pela unidade de terapia intensiva. A Surviving Sepsis Campaign produziu diretrizes de tratamento da sepse que constituem, ainda hoje, o padrão mais amplamente aceito em todo o mundo.[28] As diretrizes regionais incluem as da Academy of Medical Royal Colleges (AOMRC) do Reino Unido.[29] Devem ser seguidos os protocolos locais para o manejo da suspeita de sepse; estes podem incluir pacotes de cuidados baseados em diretrizes para assegurar que as principais intervenções sejam realizadas em tempo hábil, de acordo com cada paciente.

Back
associado a – 

considerar antibióticos de amplo espectro

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

O megacólon tóxico causa comprometimento do mecanismo de defesa da mucosa colônica, o que aumenta a translocação de bactérias para a corrente sanguínea, resultando em bacteremia sistêmica. Portanto, devem ser considerados antibióticos de amplo espectro para todos os pacientes diagnosticados com megacólon tóxico. Os medicamentos imipenem/cilastatina, meropenem ou piperacilina/tazobactam podem ser usados em monoterapia. Cefepima, ceftazidima, ciprofloxacino ou levofloxacino também podem ser prescritos em combinação com metronidazol. A escolha do antibiótico pode depender, em parte, da disponibilidade do formulário e do perfil patogênico local em cada instituição.

Ciclo do tratamento: 7 a 10 dias.

Opções primárias

imipeném/cilastatina: 500 mg por via intravenosa a cada 6 horas, ou 1000 mg por via intravenosa a cada 8 horas

ou

meropeném: 1 g por via intravenosa a cada 8 horas

ou

piperacilina/tazobactam: 3.375 g por via intravenosa a cada 6 horas

Mais

ou

metronidazol: 15 mg/kg por via intravenosa como dose de ataque, seguidos por 7.5 mg/kg a cada 6 horas

--E--

cefepima: 2 g por via intravenosa a cada 8-12 horas

ou

ceftazidima: 2 g por via intravenosa a cada 8 horas

ou

ciprofloxacino: 400 mg por via intravenosa a cada 12 horas

ou

levofloxacino: 750 mg por via intravenosa a cada 24 horas

Back
associado a – 

cuidados de suporte

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Deve ser iniciada profilaxia para úlcera gástrica de estresse e trombose venosa profunda.[5][7][31]

Para prevenir o agravamento da dilatação colônica, devem ser evitados medicamentos para alívio sintomático, entre eles antidiarreicos, anticolinérgicos e analgésicos opioides.[7]

Back
Considerar – 

descompressão nasogástrica

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A descompressão nasogástrica é um adjuvante útil para diminuir o agravamento da distensão gasosa do trato gastrointestinal superior.

Back
associado a – 

antibioticoterapia

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

Em pacientes com diagnóstico presuntivo de CT/MT em decorrência de colite por Clostridium difficile, devem-se interromper os medicamentos antimicrobianos que possam ter desencadeado a infecção.[32] Devem ser seguidos os protocolos locais para o manejo da colite por C difficile. Para recomendações detalhadas, inclusive regimes de medicamentos, consulte nosso tópico Doença associada ao Clostridium difficile.

Back
Considerar – 

corticosteroide intravenoso

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Pacientes com colite ulcerativa ou colite de Crohn muitas vezes são tratados com corticosteroides para suprimir o processo inflamatório ativo.

Não foi demonstrado aumento da taxa de perfuração colônica com o uso de corticosteroides; no entanto, eles podem mascarar os sintomas de uma perfuração.

Os corticosteroides devem ser reduzidos após o manejo definitivo de MT.[5]

Evite sulfassalazina (e outros aminossalicilatos) durante o episódio agudo.

Os corticosteroides não têm utilidade no MT associado a colite infecciosa.

Em pacientes com doença inflamatória intestinal (DII), os sinais e sintomas de perfuração iminente podem ser mascarados pelos efeitos dos medicamentos imunossupressores.[35] A cirurgia imediata é indicada para pacientes com DII. Atrasos na cirurgia aumentam a taxa de perfuração; as taxas de mortalidade aumentam com o aumento do tempo entre a perfuração e a intervenção cirúrgica.[31][35]

Opções primárias

succinato sódico de hidrocortisona: 100 mg por via intravenosa a cada 6-8 horas

ou

succinato sódico de metilprednisolona: 12-15 mg por via intravenosa a cada 6 horas inicialmente, doses maiores podem ser necessárias em alguns pacientes, consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

Back
associado a – 

cirurgia

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A ausência de melhora após 72 horas com tratamento clínico em um diagnóstico confirmado de CT/MT é um indicador para intervenção cirúrgica. Há dados limitados sobre o momento exato da intervenção cirúrgica e, assim, o momento deve ser individualizado para o paciente. Perfuração livre, hemorragia que exija transfusões cada vez maiores, aumento dos sinais de toxicidade e agravamento da distensão colônica são indicações de intervenção cirúrgica urgente.[4][7][33][34]

A colectomia abdominal com ileostomia terminal é o procedimento de escolha para cirurgias urgentes (independentemente da etiologia), pois está associado a menor morbidade e mortalidade que a proctocolectomia total.[4][33][34][38] A criação de uma anastomose é tipicamente evitada no quadro agudo.

Alguns centros obtiveram sucesso em colite por C difficile sem megacólon com o estabelecimento de uma ileostomia de alça e irrigação colônica com polietilenoglicol seguida de infusão pós-operatória de vancomicina no cólon através de membro eferente da ileostomia de alça.[39] A eficácia dessa abordagem mais recente no megacólon é incerta.

back arrow

Escolha um grupo de pacientes para ver nossas recomendações

Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes. Ver aviso legal

O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal