Etiologia

Várias doenças inflamatórias e/ou infecciosas do cólon podem predispor os pacientes a colite tóxica/megacólon tóxico (CT/MT). A doença inflamatória intestinal continua a ser a etiologia mais comum (46% a 51.6% relatadas em vários estudos retrospectivos) para internação hospitalar de pacientes com CT/MT.[4][8]A colite por Clostridium difficile é a segunda causa mais comum, representando 31% dos casos adicionais de MT.[4][6][8] Outros agentes infecciosos, incluindo Salmonella, Shigella, Campylobacter, Yersinia, Entamoeba histolytica e Cryptosporidium, foram associados ao megacólon tóxico.[9][10][11][12][13] O citomegalovírus é frequentemente associado ao megacólon tóxico em pacientes positivos para vírus da imunodeficiência humana (HIV) ou com síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS); entretanto, pacientes com colite ulcerativa ou doença de Crohn em tratamento com imunossupressores também são suscetíveis à infecção por citomegalovírus e megacólon tóxico subsequente.[14][15][16]

O megacólon tóxico tem também sido relatado como consequência de colite isquêmica, câncer obstrutivo de cólon, diverticulite, volvo e outras doenças inflamatórias, como a doença de Behçet.[7][17] Em pacientes que apresentam colite subjacente, o megacólon tóxico pode ser desencadeado por anormalidades eletrolíticas, inclusive hipocalemia e hipomagnesemia; descontinuação de aminossalicilatos ou corticosteroides; uso de narcóticos; ou uso de anticolinérgicos ou antidiarreicos, que diminuem a motilidade colônica.[17] O megacólon tóxico pode também se apresentar como complicação de terapia imunossupressora de várias etiologias subjacentes.[18][19][20]

Fisiopatologia

Embora os mecanismos exatos que causam o megacólon tóxico sejam desconhecidos, a hipótese mais aceita é a de diminuição do suprimento de sangue na mucosa devida à distensão colônica, com comprometimento das defesa da mucosa e subsequente aumento da translocação de bactérias e toxinas para a circulação sistêmica.

Alterações inflamatórias que se limitam à mucosa e à submucosa superficial na colite não complicada penetram na camada muscular (muscularis propria) na evolução para megacólon tóxico. A extensão de dilatação colônica parece estar correlacionada com a profundidade da inflamação e ulceração.[7][21][22] O óxido nítrico liberado pelos neutrófilos paralisa as células musculares e causa aumento da dilatação colônica.[7] O efeito do dano sobre o plexo mioentérico continua a ser uma questão controversa. Sugeriu-se que mediadores inflamatórios solúveis podem inibir o tônus muscular colônico, bem como causar febre, taquicardia, hipotensão e outros sinais de sepse.[22][23] Na infecção associada a Clostridium difficile, as toxinas A e B causam liberação de citocinas pró-inflamatórias, ativando uma cascata de efeitos que incluem aumento da permeabilidade vascular e necrose das células hospedeiras. Outros fatores de virulência bacteriana ativam vias imunes mediadas por células a jusante.[23]

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