Etiologia

Os linfomas MALT são comumente associados a doenças autoimunes e a infecções crônicas.[14][15][16][17]​​

  • O linfoma MALT gástrico está fortemente associado à infecção por Helicobacter pylori crônica (detectada em até 90% dos casos).

  • O linfoma MALT de glândula salivar/parótida está associado à síndrome de Sjögren, à sialadenite linfoepitelial e à infecção pelo vírus da hepatite C.

  • O linfoma MALT da tireoide está associado à tireoidite de Hashimoto.

  • O linfoma MALT do pulmão está associado a:

    • Síndrome de Sjögren, lúpus eritematoso sistêmico, síndrome da imunodeficiência comum variável e

    • infecção por H pylori, Achromobacter xylosoxidans, HIV e vírus da hepatite C.

  • O linfoma MALT dos anexos oculares está associado à infecção por Chlamydia psittaci e à infecção pelo vírus da hepatite C.

  • O linfoma MALT cutâneo/de pele está associado à infecção por Borrelia burgdorferi.

  • O linfoma MALT intestinal (incluindo doença imunoproliferativa do intestino delgado) está associado à infecção por Campylobacter jejuni.

  • O linfoma MALT do fígado está associado a infecção pelo vírus da hepatite C e a infecção por H pylori.

Fisiopatologia

Os linfomas MALT se desenvolvem em sítios extranodais que não possuem tecido linfoide organizado. O primeiro estágio na fisiopatologia do linfoma MALT é a aquisição de tecido linfoide em um sítio extranodal, geralmente devido a uma doença autoimune ou infecção crônica.[18][19][20]

Acredita-se que as células B no local extranodal sofram transformação maligna devido à estimulação crônica de antígenos e à aquisição e acúmulo de anormalidades genéticas.[18][19][20]

As células B neoplásicas infiltram a zona marginal (a área ao redor de um folículo linfoide reativo) e, posteriormente, a mucosa circundante.[21] A infiltração de células neoplásicas no tecido epitelial resulta em lesões linfoepiteliais.[5]

​O linfoma MALT pode sofrer transformação histológica de alto grau para linfoma difuso de grandes células B. Isso é caracterizado por um aumento no número de blastos transformados, os quais podem consequentemente causar a completa obliteração do linfoma MALT original.[22]

Anormalidades genéticas associadas ao linfoma MALT

As seguintes anormalidades citogenéticas foram identificadas no linfoma MALT:[18][23][24]

  • t(11;18)(q21;q21)/BIRC3::MALT1; a translocação mais comum, identificada em 10% a 50% dos linfomas MALT gástricos e pulmonares

  • t(14;18)(q32;q21)/IGH::MALT1; identificada em 5% a 20% dos linfomas MALT (principalmente fígado, pele, pulmão, anexos oculares)

  • t(3;14)(p14;q32)/IGH::FOXP1; identificada em 10% dos linfomas MALT (principalmente tireoide, anexos oculares, pele)

  • t(1;14)(p22;q32)/IGH::BCL10; identificado em 1% a 2% dos linfomas MALT (principalmente gástricos e pulmonares)

A translocação t(11;18) tem significado clínico porque há uma alta incidência de t(11;18) nos pacientes com linfoma MALT gástrico H pylori-negativo. Os pacientes com translocação t(11;18) têm menos probabilidade de responderem à terapia de erradicação do H pylori e têm maior probabilidade de apresentarem doença em estágio avançado associada à expressão aberrante do BCL10 nuclear.[25][26][27][28] Os pacientes com t(11;18) são, no entanto, menos propensos a sofrerem transformação histológica para linfomas agressivos (porque é improvável que desenvolvam anormalidades cromossômicas secundárias).[29]

​As mutações genéticas identificadas no linfoma MALT incluem: TNFAIP3, CREBBP, KMT2C, TET2, SPEN, KMT2D, LRP1B, PRDM1, EP300, TNFRSF14, NOTCH1/NOTCH2 e B2M.[24] Essas mutações podem afetar a remodelação da cromatina ou as vias de sinalização celular, o que pode contribuir para a patogênese do linfoma MALT.

[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Infiltrado de células linfoides no pulmão, confirmando a origem de células B (coloração de CD20, ×200)Dos acervos de Dr. R. Joshi e Dr. C. McNamara; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@749fc241[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Linfoma MALT do pulmão: o epitélio respiratório residual foi distorcido por infiltrados de linfócitos; lesão linfoepitelial (coloração de citoqueratina, ×200)Dos acervos de Dr. R. Joshi e Dr. C. McNamara; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@11582c69

Classificação

5a edição da classificação de tumores hematolinfoides da Organização Mundial da Saúde: neoplasias linfoides.[3]​​

O linfoma da zona marginal extranodal do MALT é uma neoplasia de células B maduras.

A Classificação de Consenso Internacional de Neoplasias Linfoides Maduras: um relatório do Clinical Advisory Committee[2]

O linfoma da zona marginal extranodal do MALT é uma neoplasia de células B maduras.

Classificação clínica

Linfoma de células B indolente (baixo grau).

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