Caso clínico
Caso clínico
Uma mulher de 35 anos de idade é internada em um hospital por conta de dor e edema da coxa direita. A paciente tinha saúde excelente até a manhã anterior à internação, quando ela observou uma espinha na coxa direita. Durante o decorrer do dia, a lesão aumentou, com aumento da dor, do edema e do eritema, e estava acompanhada por náuseas, vômitos e delirium. A temperatura dela é 37.5 °C (99.5 °F), o pulso é de 128 bpm, e a frequência respiratória é de 20 respirações/minuto. Sua pressão arterial (PA) é de 85/60 mmHg. Durante o exame físico, a paciente parece doente e com dor. Uma área pequena e endurecida de deterioração da pele, com eritema circundante e calor, está presente na coxa direita; nenhuma flutuação é detectada. Ela não é capaz de flexionar nem estender o quadril direito por causa da dor e relata dor na extensão passiva do tornozelo direito. Rapidamente, a temperatura eleva-se para 38.4 °C (101 °F) e a PA cai para 70/40 mmHg. O hematócrito é de 42, a contagem leucocitária é 5900/mm³ (com 64% de neutrófilos, 19% de formas em banda), creatinina sérica a 168 micromoles/L (1.9 mg/dL) e ureia sérica de 7.8 milimoles/L (22 mg/dL). A tomografia computadorizada com contraste mostra um padrão em colmeia, sem realce e difuso, dentro do tecido subcutâneo da coxa direita. O espessamento e as estriações subcutâneas da pele são proeminentes no aspecto posterolateral da coxa; há também espessamento da fáscia profunda posterolateral.
Outras apresentações
A fasciite necrosante deve ser considerada em um paciente com celulite que também tem sintomas e sinais sistêmicos, como hipotensão, taquicardia, taquipneia, náuseas, vômitos ou delirium. A área da celulite pode estar grave e constantemente dolorosa (de maneira desproporcional aos achados cutâneos) ou, de modo oposto, anestesiada. O exame físico da pele sobrejacente à área de celulite pode revelar induração subjacente que se estende além da área da celulite, equimoses, vesículas, bolhas, descoloração acinzentada ou edema que se estende além do eritema.[3] Pode-se observar crepitação no exame físico. A rápida extensão da celulite, apesar do uso de antibióticos apropriados, também deve levantar a suspeita de um processo necrosante. Cerca de metade dos casos ocorre nos membros, e o restante se concentra no períneo, no tronco e nas áreas da cabeça e do pescoço.[1][2][3][4][16][19][20]
As apresentações atípicas incluem fasciite necrosante que ocorre sem uma lesão cutânea sobrejacente evidente (aproximadamente 20% dos casos) ou que surgem de uma glândula de Bartholin ou de um abscesso perianal. A gangrena de Fournier é uma forma da fasciite necrosante do tipo I que ocorre no períneo.[1][5][16]
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