Abordagem
O diagnóstico é baseado na suspeita clínica. Em geral, os neonatos apresentam dificuldades de alimentação ou desconforto respiratório. A incapacidade de passar uma sonda nasogástrica costuma ser a primeira pista de uma atresia esofágica (AE). Como a ultrassonografia pré-natal tem se tornado mais comum e sensível, essas lesões têm sido cada vez mais detectadas dentro do útero.
Diagnóstico pré-natal
Uma bolha gástrica pequena ou ausente e polidrâmnio têm uma sensibilidade de 56% como preditores de AE. Se o polidrâmnio for confirmado, a RNM fetal também é recomendada para ajudar na confirmação do diagnóstico e na determinação de outras anomalias congênitas. O diagnóstico pré-natal da AE varia de aproximadamente 16% a 37%.[2][15][16]Há uma alta taxa de detecção da AE do tipo A; em um estudo de base populacional, 82.2% desses pacientes foram diagnosticados no pré-natal, comparados com 17.9% da AE do tipo C.[15]
Avaliação clínica
Os lactentes que nascem sem um diagnóstico pré-natal podem ser totalmente assintomáticos ou ter graus variados de dificuldade respiratória, como respiração ofegante, tosse, sufocamento e cianose. A primeira pista de que existe uma AE pode ser a incapacidade de tolerar as mamadas.[17] O lactente apresenta frequentemente excesso de saliva e requer sucção frequente. O tipo mais insidioso é o E (fístula tipo H), que pode ser bem difícil de diagnosticar e pode passar despercebido em exames repetidos.[6][18][19] Os pacientes com a forma mais rara de fístula tipo H podem ser diagnosticadas somente mais tarde, quando apresentarem episódios recorrentes de pneumonia por aspiração, dificuldades de alimentação ou tosse crônica.
A AE/fístula traqueoesofágica (FTE) pode fazer parte da associação VACTERL mais extensa, onde o lactente tem 3 ou mais das seguintes anomalias: defeitos vertebrais, anomalias anorretais, defeitos cardíacos, anomalias traqueoesofágicas, anormalidades radiais e renais, e anomalias de membros.[20]
Investigações no nascimento
Deve ser colocado uma sonda nasogástrica ao nascer em todos os lactentes nascidos de mães com polidrâmnio. Uma radiografia do tórax e do abdome deve ser sempre feita imediatamente após o nascimento em pacientes com suspeita de terem uma AE/FTE na ultrassonografia pré-natal. Também será necessário fazer uma radiografia se houver evidência de dificuldade respiratória ou manuseio inadequado de secreções, ou se não for possível passar uma sonda nasogástrica. A radiografia deve ser realizada com uma sonda nasogástrica rígida de grande diâmetro colocada. A radiografia mostrará a sonda nasogástrica enrolada na bolsa esofágica superior com ou sem gás no estômago e no intestino. Se for utilizado um tubo tipo Reploge, pode ser útil injetar 2 a 3 mL de ar no tubo para distender a possível bolsa superior imediatamente antes de capturar a radiografia. Embora algumas fístulas do tipo H possam ser identificadas com uma esofagografia baritada, esse estudo costuma ser desnecessário. Esses pacientes geralmente apresentam sintomas mais inespecíficos, como tosse ou sufocamento durante a alimentação. A avaliação endoscópica cuidadosa pode ser uma rota melhor para avaliar as fístulas do tipo H e as fístulas proximais não observadas.
Alguns cirurgiões realizam uma broncoscopia no momento do reparo cirúrgico para procurar uma fístula na bolsa superior e outras anomalias. A prática de broncoscopia de rotina para este fim é amplamente debatida e varia conforme a área.[21]
A avaliação de anomalias estruturais cardíacas e de grandes vasos com ecocardiograma transtorácico permite a avaliação de risco pré-operatório, bem como a abordagem cirúrgica.[17]
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