Complicações
O deficit de crescimento é comum entre crianças que foram submetidas ao reparo da atresia esofágica.[49]
Em um estudo de acompanhamento de longo prazo, cerca de 80% dos adultos que tiveram atresia esofágica/fístula traqueoesofágica (AE/FTE) corrigida cirurgicamente quando bebês reclamaram de alguma dificuldade para deglutir. Embora muitos tenham afirmado que isso não afeta a sua qualidade de vida global ou suas escolhas alimentares, 13% necessitaram de remoção endoscópica de corpo estranho.[38]
Uma revisão sistemática resumindo 65 publicações revisadas por pares encontrou altas taxas de alteração da motilidade esofágica, DRGE, esofagite e disfagia em pacientes com história de AE corrigida cirurgicamente.[39] A DRGE ocorre devido a má motilidade esofágica e um esôfago congenitamente curto. Após um acompanhamento de 10 anos, 100% dos pacientes em um estudo foram diagnosticados com alteração da motilidade esofágica por meio de manometria.[40] O método inicial de terapia é o tratamento médico, mas 50% dos pacientes precisarão de um procedimento antirrefluxo.[13][41][42][43][44]
A vigilância de longo prazo da DRGE após reparo de AE/FTE é necessária em virtude da incidência de esofagite concomitante.[45] Em um estudo, a incidência de metaplasia intestinal foi 10 vezes maior que na população pediátrica geral.[46]
Em geral, os pacientes apresentam sufocamento, reflexo faríngeo e intolerância alimentar.[47] Isso pode ocorrer devido à DRGE ou secundário à tensão e estenose resultante do local da anastomose. O tratamento inicial inclui bloqueadores H2, e aproximadamente 10% a 20% dos pacientes precisarão de 1 ou mais dilatações esofágicas.[44][48]
Muitas vezes a parede cartilaginosa de um lactente com fístula traqueoesofágica é fraca. Esta parede pode colapsar durante a inspiração, causando uma obstrução quase completa das vias aéreas. Isso pode resultar em sintomas que variam de respiração com ruído e dispneia grave ao esforço a quase morte ou períodos cianóticos. Se esses sintomas ocorrerem, o paciente deverá ser encaminhado para realizar uma broncoscopia. Se o paciente tiver DRGE significativa, a broncoscopia poderá agravar os sintomas. Os sintomas geralmente se resolvem conforme a traqueia amadurece e as cartilagens ficam mais rígidas. No entanto, casos graves podem exigir procedimentos como aortopexia, traqueopexia ou mesmo traqueostomia.
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