História e exame físico
Principais fatores diagnósticos
comuns
desconforto ou dor com abaulamento da virilha
Os pacientes com hérnia inguinal só sentem desconforto (geralmente descrito como macicez, pressão, arrastamento e, às vezes, queimação) ou dor na virilha quando associados a uma hérnia protuberante; o desconforto ou dor na virilha é aliviado quando não há protuberância da hérnia.
massa na virilha
Protuberância e/ou massa palpável visível na virilha que pode ou não ser redutível. A massa ou protuberância pode ser macia e maleável. Ela também pode aumentar com a posição ortostática e a manobra de Valsalva (expiração forçada através de uma via aérea fechada). Uma hérnia inguinal situa-se em posição superomedial em relação ao tubérculo púbico.
Incomuns
desconforto ou dor abdominal
Dor ou desconforto abdominal periumbilical mal localizada e associada a uma protuberância inguinal, mas que melhora quando a protuberância diminui, é sinal de estiramento do intestino delgado no saco herniário.
Outros fatores diagnósticos
Incomuns
abdome agudo
Abdome sensível e distendido sem ruídos hidroaéreos indica uma hérnia estrangulada.
náuseas e vômitos
Se houver obstrução intestinal. Os pacientes podem se apresentar com desidratação e, às vezes, estado mental alterado.
constipação
Se houver obstrução intestinal.
Fatores de risco
Fortes
sexo masculino
idade avançada
A incidência de hérnia inguinal (sobretudo do tipo direto) aumenta com a idade.[12][13][14][11] Uma série de casos realizada em Jerusalém apresentou uma taxa de prevalência ao longo da vida de quase 50% para hérnia inguinal em homens com 75 anos ou mais.[13] Em um estudo do Reino Unido com 30.000 reparos de hérnia inguinal, cerca de 25% dos procedimentos (de emergência e eletivos) foram realizados em pacientes a partir de 65 anos.[15]
Há um enfraquecimento progressivo das fibras elásticas e das fibras relacionadas à elastina na fáscia transversal dos pacientes com idade mais avançada.[29] Nesses pacientes, a atividade proteolítica da circulação aumenta, conforme os níveis dos inibidores da metaloproteinase da matriz diminuem.
história familiar
Há uma predisposição familiar para todos os tipos de hérnia da parede abdominal, incluindo a hérnia inguinal.[17][18] O modo de transmissão parece ser autossômico dominante com penetrância incompleta.
Fibroblastos observados na cultura da pele dos pacientes com hérnia da virilha produzem procolágeno, o qual é rico em colágeno tipo III e não tem resistência para sustentar a parede abdominal o suficiente para resistir a uma herniação.[30]
prematuridade
Hérnias inguinais congênitas são muito comuns entre bebês prematuros. Até um terço dos bebês prematuros do sexo masculino com um peso ao nascer abaixo de 1500 g requer a operação da hérnia até os 8 anos de idade.[31]
aneurisma da aorta abdominal (AAA)
Pacientes com aneurisma da aorta abdominal estão mais propensos a desenvolverem hérnia inguinal que a população em geral.[32][33] A hérnia inguinal é duas vezes mais comum em pacientes com aneurisma da aorta abdominal, quando comparada a arteriopatias com síndrome de Leriche.[34]
O aneurisma da aorta abdominal está associado ao aumento de leucocitose e à redução da atividade antiproteolítica.[35] Os pacientes têm uma atividade proteolítica persistentemente elevada, mesmo após o reparo do aneurisma.[36] O aumento da atividade proteolítica é uma resposta sistêmica aos efeitos do tabagismo, o qual é um fator de risco para o aneurisma da aorta abdominal.
fáscia transversal defeituosa
Uma fáscia transversal defeituosa, que é a barreira final para evitar uma hérnia inguinal, predispõe à formação da hérnia.
Os fatores de risco para fáscia transversal defeituosa são os mesmos da hérnia inguinal (por exemplo, sexo masculino, idade avançada, tabagismo, história familiar).
bronquite crônica ou enfisema
Tosse crônica aumenta a pressão intra-abdominal.[37]
Síndrome de Marfan
Síndrome de Ehlers-Danlos
latirismo
O latirismo é uma doença neurotóxica causada pela ingestão de determinados tipos de legumes. Essa doença está associada a anormalidades do tecido conjuntivo e à hérnia da virilha.[21]
Fracos
tabagismo
O tabagismo compulsivo causa um defeito generalizado na renovação do tecido conjuntivo na virilha, que pode resultar na formação e uma hérnia inguinal.[38] O tabagismo está associado à diminuição da atividade de alfa 1-antitripsina, bem como à elevação da elastase sérica.[38] O tabagismo também ativa os leucócitos que, por sua vez, causam elevação nos níveis da protease zimogênio. Os leucócitos e as toxinas estimuladas induzem a colagenólise periférica.
Também ficou constatado que o tabagismo é um fator de risco para recorrências após herniorrafia inguinal e que é duas vezes mais comum em pacientes cujos reparos não foram bem-sucedidos.[39] Fumantes apresentam um risco 2 vezes maior de recorrência 2 anos após uma herniorrafia da virilha.[40]
levantamento de peso
Episódios específicos de levantamento de peso são a causa de hérnia inguinal em menos de 10% dos pacientes.[41] No geral, o levantamento de pesos não predispõe à formação de hérnia, mas chama a atenção do paciente para a hérnia. O levantamento de peso e o esforço excessivo não causam a fraqueza ou degeneração do assoalho inguinal. Halterofilistas profissionais não apresentam uma incidência excessiva de hérnia inguinal.[41][42]
gestação
O estiramento da parede abdominal e o aumento da pressão intra-abdominal causados pela gravidez podem tornar evidentes hérnias indiretas pequenas antes imperceptíveis.[42]
ascite
O estiramento da parede abdominal e o aumento da pressão intra-abdominal causados pela ascite (por exemplo, decorrente de cirrose hepática) podem aumentar o risco de hérnia inguinal.[43]
prostatectomia
A prostatectomia radical prévia aumenta o risco de hérnia inguinal.[28]
apendicectomia
Possivelmente devido a uma lesão da fáscia transversal, assim como uma lesão na inervação segmentar à musculatura inguinal.[44]
hiperplasia prostática benigna
O aumento da pressão intra-abdominal causado pela hiperplasia prostática benigna pode aumentar o risco de hérnia inguinal. (Mais provavelmente, torna os pacientes cientes de uma hérnia já presente.)
estenose uretral
O aumento da pressão intra-abdominal causado pela estenose uretral pode aumentar o risco de hérnia inguinal. (Mais provavelmente, chama a atenção para uma hérnia já presente.)
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